Ex-tenista se beneficiou de lei britânica e cumpriu apenas setes meses da pena de dois anos e meio à qual foi condenado. Júri britânico considerou que o ex-atleta escondeu bens para evitar o pagamento de dívidas.
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Depois de sete meses de prisão no Reino Unido, a lenda alemã do tênis Boris Becker, vencedor de seis torneios de Grand Slam, foi libertado nesta quinta-feira (15/12) e deportado para Alemanha.
"Ele cumpriu sua sentença e não está sujeito a nenhuma restrição criminal na Alemanha", disse Christian-Oliver Moser, advogado do ex-tenista, à agência de notícias alemã DPA.
Becker, de 55 anos, foi condenado em abril por um tribunal britânico a dois anos e seis meses de prisão, por quatro crimes financeiros relacionados à sua falência em 2017. O júri considerou que o ex-tenista escondeu bens e empréstimos no valor de cerca de 2,5 milhões de libras (cerca de R$ 16 milhões) para evitar o pagamento das suas dívidas, que ascendem a cerca de 50 milhões de libras (R$ 323 milhões).
De acordo com a lei britânica, Becker deveria cumprir pelo menos metade da sentença para receber liberdade condicional – o que ocorreria em 29 de julho de 2023. No entanto, o ex-atleta aceitou ser deportado, beneficiando-se de um programa especial da Justiça britânica para detentos de pouca periculosidade, com o objetivo de desafogar o sistema penitenciário local e diminuir o custo de um preso para o governo.
"Qualquer cidadão estrangeiro condenado por um crime à prisão é considerado para deportação na primeira oportunidade", disse o Ministério do Interior em comunicado, se recusando a comentar diretamente sobre o caso de Becker, segundo a agência de notícias Reuters.
De acordo com a mídia britânica, o ex-atleta não poderá voltar ao Reino Unido até que se completem os dois anos e seis meses da sentença original.
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Sem cidadania britânica
Becker é natural de Leimen, no estado alemão de Baden-Württemberg, mas mora desde 2012 em Londres. Ele, no entanto, não tem cidadania britânica.
De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o ex-tenista chegou a Munique na tarde desta quinta-feira, em um voo fretado. Ao tabloide britânico The Sun, a mãe de Boris, Elvira Becker, de 87 anos, disse que o retorno do filho era o "melhor presente de Natal".
Em 2002, na Alemanha, Becker já havia sido condenado a dois anos de liberdade condicional e a pagar 500 mil euros (R$ 2,8 milhões) por sonegação de impostos entre 1991 e 1993.
Vencedor de seis torneios do Grand Slam e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Becker foi também o tenista mais jovem campeão de Wimbledon (17 anos e 227 dias). Desde 2003, Becker ele é membro do Hall da Fama do Tênis Internacional.
Nos últimos anos, o ex-tenista se dividiu entre o trabalho de técnico, fazendo parte da equipe do sérvio Novak Djokovic, por exemplo, e o de comentarista, como para a emissora britânica BBC, durante o torneio de Wimbledon.
le (AFP, EFE, Reuters, DPA, ots)
Os dez maiores atletas da Alemanha
País produziu campeões excepcionais do esporte mundial. São tantos que nomes importantes, como Dirk Nowitzki, Timo Boll ou Bernhard Langer, ficaram de fora da lista da DW Brasil. Confira quem entrou no Top 10.
Foto: AP
#10: Boris Becker
Vencedor de seis torneios do Grand Slam e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Boris Becker possui o recorde de maior série de aces num só game (5) e de maior número de viradas após estar perdendo por 0-2 em sets (10). Além disso, ele é o tenista mais jovem campeão de Wimbledon (17 anos e 227 dias). Desde 2003, Becker é membro do Hall da Fama do Tênis Internacional.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Schrader
#9: Max Schmeling
Max Schmeling foi campeão mundial dos pesos-pesados entre 1930 e 1932. Embora casado com uma atriz tcheca de origem judaica, Schmeling era usado por Adolf Hitler como modelo da supremacia da raça ariana. O ex-pugilista, porém, se recusou a ingressar no Partido Nazista e chegou a ajudar na deportação de amigos judeus. Em revanche, Schmeling foi convocado como paraquedista na Segunda Guerra.
Foto: picture-alliance/dpa
#8: Sven Hannawald
Sven Hannawald é dono de três medalhas olímpicas (uma de ouro e duas de prata), de quatro em mundiais (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze), além de três medalhas no mundial de voo de esqui (duas de ouro e uma de prata). Até hoje, ele é o único a ser campeão do tradicional Torneio Quatro Pistas vencendo todas as quatro etapas em Obertsdorf, Garmisch-Partenkirchen, Innsbruck e Bischofshofen.
Foto: Imago/Ulmer
#7: Fritz Thiedemann
Fritz Thiedemann era membro da SA (Sturmabteilung) e recebeu sua formação de ginete na milícia paramilitar nazista. Na década de 50, ele conquistou um título mundial e quatro medalhas olímpicas (duas de ouro e duas de bronze). Thiedemann é até hoje o único ginete medalhista no salto e no adestramento numa mesma edição dos Jogos. Em 1974, ele recebeu a Ordem do Mérito da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Katarina Witt
Nascida na Alemanha Oriental, Katarina Witt dominou a patinação artística na década de 80. Ela conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos de Inverno de Sarajevo (1984) e Calgary (1988), ganhou oito medalhas em Campeonatos Mundiais (seis de ouro e duas de prata) e venceu o título europeu por seis anos consecutivos – igualando o feito do grande nome da patinação feminina Sonja Henie, da Noruega.
Foto: Imago/Camera 4
#5: Magdalena Neuner
A biatleta Magdalena Neuner competiu apenas seis anos (2006-2012) em provas adultas. O suficiente para ganhar três medalhas olímpicas (duas de ouro e uma de prata – todas em Vancouver 2010), somar 63 pódiums em Copas do Mundo, além de impressionantes 12 medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais de Biatlo – recorde feminino.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
#4: Franz Beckenbauer
Somente Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer conquistaram a Copa do Mundo como jogador e treinador. Beckenbauer liderou a geração que venceu a Eurocopa de 1972 e o Mundial de 1974 e treinou a Alemanha na Copa de 1990. Beckenbauer é sinônimo da posição de líbero, e sua liderança, inteligência tática e inconfundível elegância em campo lhe deram o apelido de Kaiser, o imperador alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
#3: Steffi Graf
Steffi Graf conquistou 22 títulos de Grand Slam e completou 186 semanas como número um do mundo – ambos recordes divididos com a americana Serena Williams. Além disso, Graf alcançou um feito até hoje único: venceu os quatro torneios do Grand Slam e os Jogos Olímpicos na mesma temporada (1988), completando o Golden Slam. A ex-tenista foi introduzida no Hall da Fama do Tênis Internacional em 2004.
Foto: Getty Images
#2: Birgit Fischer
Com 12 medalhas (oito de ouro e quatro de prata), Birgit Fischer é a única mulher a conquistar medalhas de ouro em seis edições dos Jogos Olímpicos. No total, ela fica atrás apenas da ex-ginasta soviética Larissa Latynina. Fischer competiu pelas Alemanhas Oriental e Ocidental, entre 1980 e 2004. Além disso, a ex-atleta militar foi 28 vezes campeã mundial nas categorias K-1, K-2 e K-4.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
#1: Michael Schumacher
Michael Schumacher dominou a principal categoria do automobilismo mundial por praticamente dez anos. Entre 1994 e 2004, o ex-piloto conquistou sete títulos mundiais e estabeleceu inúmeros recordes na Fórmula 1 – maior número de vitórias, pole positions, voltas mais rápidas, pontos ganhos... Em dezembro de 2013, Schumacher sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes franceses.