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SaúdeBotswana

Botsuana vive crise na saúde após corte de ajuda dos EUA

26 de agosto de 2025

País africano declara emergência nacional em meio a uma grave escassez de medicamentos após cortes de ajuda dos EUA e queda de arrecadação ligada à crise no mercado mundial de diamantes, motor da economia de Botsuana.

Presidente de Botsuana, Duma Boko, fala em microfone em evento público
Presidente Duma Boko declarou estado de emergência sanitária após o colapso da cadeia de suprimentos médicos em BotsuanaFoto: Monirul Bhuiyan/AFP

O governo de Botsuana declarou estado de emergência sanitária nacional após o colapso de sua cadeia de suprimentos médicos, anunciou o presidente Duma Boko nesta segunda-feira (25/08). A crise sanitária se agravou no país com os cortes no envio de ajuda médica por parte dos Estados Unidos após o retorno de Donald Trump à Casa Branca.

Muitos hospitais em todo o país estão com falta de medicamentos essenciais, afirmou Boko em pronunciamento televisionado, acrescentando que o Ministério das Finanças aprovou um orçamento de emergência de 250 milhões de pulas (R$ 101 milhões) para enfrentar a crise.

O presidente ínformou que o Exército supervisionará a distribuição de medicamentos de emergência, com os primeiros carregamentos saindo da capital, Gaborone, imediatamente e priorizando as áreas rurais carentes. Desde o início do mês, o Ministério da Saúde instruiu os hospitais a adiarem  as cirurgias não essenciais devido à escassez.

Botsuana está entre os vários países africanos afetados pelos recentes cortes do governo dos EUA na ajuda ao desenvolvimento no setor de saúde.

Boko afirmou que o preço pelo qual o governo adquire suprimentos médicos estava inflacionado entre cinco a dez vezes, e que os sistemas de distribuição existentes estavam causando perdas, desperdícios e danos. "Nas atuais condições econômicas, esse cenário não é sustentável", advertiu.

Crise no mercado de diamantes

No início do mês o Ministério da Saúde de Botsuana afirmou que devia 1 bilhão de pulas a instalações e fornecedores de saúde privados.

Medicamentos para hipertensão, câncer, diabetes, tuberculose, problemas oculares, asma, saúde sexual e reprodutiva e problemas de saúde mental estavam acabando, afirmou Boko. Também há escassez de curativos e suturas.

A crise também está ligada à redução do orçamento nacional causada pela atual crise no mercado global de diamantes. A nação no sul da África, com população de 2,5 milhões, ocupa a segunda posição entre os maiores produtores de diamantes do mundo, atrás apenas da Rússia. Os impostos coletados com a venda de diamantes alimentam 30% do orçamento do país e são responsáveis por mais de 70% das exportações.

O setor de enfrenta uma crise impulsionada pela crescente popularidade dos diamantes produzidos em laboratório, que derrubaram o preço das pedras no mundo. Também contribuem para a crise a desaceleração global do mercado de bens de luxo, especialmente na China, e as tarifas impostas pelos EUA. 

(DPA, Reuters)

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