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"Brasil é tão perigoso quanto Afeganistão"

29 de julho de 2017

Prefeito de Tübingen usa país como referência de violência para justificar deportações ao Afeganistão. "No Brasil, matam-se 50 mil pessoas por ano e participamos lá de uma Copa", afirmou Boris Palmer à "Spiegel".

Deutschland Oberbürgermeister von Tübingen Boris Palmer
Declarações de Boris Palmer são motivo há muito de controvérsiaFoto: picture-alliance/dpa/C. Schmidt

Neste verão europeu, o Brasil não deixa de ser manchete na mídia alemã. Além do escândalo envolvendo o papel da Volks na ditadura militar e do repatriamento de um famoso avião abandonado em Fortaleza, neste sábado (29/07), a revista Spiegel publicou uma entrevista em que o político do Partido Verde e prefeito da cidade de Tübingen, Boris Palmer, compara o Brasil ao Afeganistão.

Na entrevista sobre o livro do político verde em torno da difícil relação com o tema dos refugiados na Alemanha, Palmer considera a possibilidade de deportações de migrantes para o Afeganistão.

"No que tange o Afeganistão, há uma percepção de insegurança, transportada principalmente por imagens de atentados", explicou o político à Spiegel, acrescentando que a avaliação não tem relação com a probabilidade estatística de que "algo aconteça com alguém que seja deportado para lá."

Para embasar a sua argumentação, Boris Palmer usou como comparação o Brasil, afirmando que no país 50 mil pessoas são assassinadas anualmente. "Mesmo assim nós participamos de um Campeonato Mundial de Futebol lá e ninguém falou que não podíamos voar para lá."

Crise de refugiados

Com seus pedidos de uma política mais rígida em relação aos refugiados, Palmer foi motivo de bastante controvérsia dentro de seu próprio partido. A liderança do Partido Verde já se distanciou há muito do prefeito de Tübingen.

O político verde anunciou querer, futuramente, manter-se reservado quanto ao tema dos refugiados. "Com meu livro pretendo fechar esta fase de estressantes discussões", explicou Palmer, revelando que "os últimos dois anos foram cansativos e desgastantes" e que ele teria mudado e que estaria mais humilde.

"Para mim ficou claro que eu me afastei de muitos correligionários e que não posso mais assumir funções importantes no Partido Verde", disse Palmer em sua entrevista.

Segundo o político, a crise migratória dividiu a Alemanha. "A crise de refugiados tem o efeito de que as pessoas não podem mais falar umas com as outras, que evitam o tema, desvalorizando-se mutuamente, também na família e no círculo de amigos", afirmou o prefeito de Tübingen à agência de notícias DPA.

Palmer disse que as pessoas devem voltar a conversar, defendendo que elas não devam somente considerar o seu ponto de vista como "legítimo", mas também outros possivelmente contrários. Para o político verde, esse seria o principal objetivo de seu livro Wir können nicht allen helfen (Não podemos ajudar a todos) a ser lançado no dia 3 de agosto em Berlim.

CA/dpa/ots

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