PIX e open banking prometem revolucionar pagamentos. Iniciativas vão ter impacto na receita de grandes bancos, mas terão que superar acesso desigual à internet no país e milhões de brasileiros não bancarizados.
Anúncio
Em novembro, o Brasil começa uma fase mais concreta do seu processo de modernização do sistema financeiro: entra em cena o PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC). Por meio de um QR code, será possível fazer pagamentos e transferências 24 horas por dia, todos os dias da semana, e sem custo para pessoas físicas.
A digitalização do dinheiro – usa-se cada vez menos papel-moeda – e fazer com que valores troquem de mãos de forma mais eficiente são parte de uma agenda global, e que no Brasil foi encampada pelo Banco Central ainda na gestão anterior da autarquia.
A chamada "Agenda BC#" junta-se a outras pontas como o open banking – que também começa a ser implementado em novembro –, num esforço de modernizar o sistema financeiro do país, com as promessas de reduzir a concentração do mercado bancário, trazer mais eficiência e segurança, e eventualmente reduzindo o custo Brasil.
"Um navio com minério de ferro paga uma guia de recolhimento da União numa sexta-feira e precisa esperar no porto de Santos até segunda-feira para que o pagamento compense. Com o pagamento instantâneo, isso acaba", exemplifica o diretor executivo da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Cláudio Guimarães Júnior.
Mas os desafios não são pequenos: uma em cada quatro pessoas no país não tem sequer acesso à internet segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mais de 30 milhões não são bancarizados - condição necessária para ter acesso, por exemplo, ao novo sistema de pagamentos. E até 2018, dado mais recente do BC, o papel-moeda era ainda a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros, segundo pesquisa na qual 60% afirmaram usar mais o dinheiro vivo.
A DW Brasil conversou com economistas e representantes do setor financeiro para entender as perspectivas desse percurso no Brasil, onde o país se situa globalmente na corrida pelo "dinheiro 4.0" e quem é impactado pelas mudanças.
Nem na liderança, nem na lanterna
O sistema que se implanta agora no Brasil já é uma realidade na China há alguns anos, onde tudo se paga com o celular, por meio de QR Code. O país asiático caminha agora para os pagamentos por reconhecimento facial. Mas, para os especialistas ouvidos pela reportagem, o Brasil não fica muito atrás quando se trata de sistema financeiro.
"Somos muito pouco atrasados. Em muitas técnicas, como compensação bancária, somos mais avançados que alemães e franceses. A contradição é que serviços bancários frequentemente foram comprados no exterior", afirma o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (Ebape-FGV) Istvan Kasznar.
Um estudo realizado pela consultoria Bain & Company revelou que as funcionalidades previstas para o PIX colocam o Brasil em situação análoga à de países como Suécia, Austrália e Índia em termos dos benefícios para os usuários em transações entre pessoas físicas, e em posição intermediária, relativamente próxima à Suécia, no que tange a transações entre pessoas físicas e jurídicas.
"Os países em que isso (pagamento via QR code) aconteceu com maior aceitação, como Indonésia e China, foi onde não existia um sistema bancário forte, e Visa e Mastercard, os plásticos, não tinham presença forte. Então eles pularam etapa. Por que QR Code não deu certo nos Estados Unidos, na Inglaterra? Porque já tinham um sistema robusto", diz o analista da XP Investimentos Marcel Campos. "A dúvida era se isso ia dar certo no Brasil”.
Para "dar certo", é preciso não só que o sistema funcione operacionalmente, mas que também ocorra uma adesão da população. No país, até quinta-feira (22/10), o número de chaves cadastradas no PIX bateu os 48,5 milhões - o registro não é condição necessária, no entanto, para a utilização do sistema. Embora uma pessoa possa registrar até cinco senhas, o número parece considerável para pouco mais de 15 dias de cadastro, e surpreendeu alguns economistas e representantes do mercado.
O professor da FGV considera que o número é "formidável" do ponto de vista da reação da população em relação às campanhas feitas pelos bancos e pelo próprio Banco Central. No entanto, levando-se em conta que o país tem 175 milhões de contas correntes, o dado não parece tão representativo. "Se você imagina que boa parte da população está desconfiada, ainda não sabe bem que instrumento é esse, suspeita que isso vai significar controle por parte do BC, esse número parece baixo", diz.
Aí entraria um dos obstáculos da agenda digital: a educação financeira, no sentido de a população entender que opções tem disponíveis, e de compreender como usar os instrumentos. Entre outros desafios apontados, estaria ainda "a desobstrução das travas geradas pelos grandes bancos”, segundo Kasznar.
Anúncio
Quem ganha e quem perde
Se uma pessoa não precisará mais pagar cerca de dez reais para fazer uma transferência bancária, alguém deixará de ganhar. Em um país como o Brasil, no qual os cinco maiores bancos concentram 81% do mercado, e lucram alto com tarifas, essa iniciativa acabou encampada pelo estado, diferentemente de países como a China, onde foi a iniciativa privada que deu as cartas.
Os grandes bancos serão impactados negativamente tanto pelo PIX quanto pelo open banking. Com o PIX, perdem receita considerável que vem de serviços como TEDs e DOCs, embora o custo também se reduza - de um real por operação para poucos centavos.
Segundo levantamento da XP Investimentos, os bancos no Brasil têm entre 400 a 600 milhões de reais de receita anual em TEDs e DOCs. "Mas o principal não é isso: a principal razão para você pagar uma tarifa de conta corrente hoje é a cesta de serviços. Eles dão ‘x' TEDs e DOCs por mês de graça. Se for tudo de graça, por que pagar para ter uma conta?".
No caso do Bradesco, por exemplo, dos 101 bilhões em receitas em 2019, 33,6 bilhões de reais foram só de serviços. Desses, 7,7 bilhões de reais tiveram origem em tarifas de conta corrente. Na estimativa da Bain & Company, até 2024 os bancos devem perder 1 bilhão de reais em margem operacional com as transações entre pessoas físicas do PIX.
Embora seja necessário estar atrelado a uma conta corrente para ter acesso ao PIX, o que poderia beneficiar os grandes bancos, não é necessário que ela seja paga, evidentemente. Com os novos "entrantes" nos mercados, as fintechs, que oferecem contas correntes a custo zero, os grandes bancos também perdem. Tanto que, das chaves cadastradas no novo sistema, o Nubank, que oferece contas gratuitas, concentra quase o mesmo número que quatro grandes bancos somados.
Além do PIX, o open banking mexe com esse mercado altamente concentrado. Por meio do dele, os dados de pessoas físicas e jurídicas passaram a ser acessíveis para todas as instituições financeiras.
O banco em que você sempre teve sua conta corrente, por exemplo, sabe quanto você já movimentou durante anos, se manteve emprego estável ou não, se é bom pagador ou não. Com informações como essas, fica mais fácil e mais barato conceder crédito, porque o risco de a instituição dar um crédito que não volta é menor. Com o open banking, elimina-se essa assimetria de informação, que era barreira de entrada para muitas instituições menores no mercado de crédito. Em teoria. Na prática, pode ser mais complicado.
O open banking começou há poucos anos na Inglaterra e se espalhou para outros países. "A ideia é boa, mas o que a experiência internacional está mostrando é que isso não conseguiu se reverter em mercado mais eficiente", avalia o investidor e ex-sócio do BTG Pactual Gustavo Roxo.
Conforme Roxo, uma das hipóteses para não ter sido um sucesso retumbante, além das economias já viverem um ambiente de juros baixíssimos, é o fato de que as empresas menores têm uma barreira de entrada mais significativa: a falta de capital. "É preciso que elas achem uma forma de se financiar, e isso é muito mais complexo".
No percurso da digitalização, há ainda as criptomoedas, que por enquanto ainda servem mais a especulação. Mas vários países e instituições planejam lançar suas versões. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou recentemente que o Brasil deve ter sua própria criptomoeda em 2022.
O mês de outubro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Getty Images/AFP/M. Pimentel
Sean Connery morre aos 90 anos
Uma das maiores estrelas do cinema, o ator escocês Sean Connery morreu aos 90 anos. Ele morreu enquanto dormia nas Bahamas.O ator ganhou fama mundial ao dar vida no cinema ao agente secreto James Bond, sendo o primeiro ator a interpretar o personagem. Ao longo de sua carreira, ganhou um Oscar, um Globo de Ouro, dois BAFTA e foi nomeado cavaleiro pela rainha da Inglaterra Elisabeth 2ª. (31/10)
Foto: Danny Lawson/dpa/picture-alliance
Forte terremoto atinge a Turquia
Um terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter atingiu a cidade de Izmir, na Turquia, na costa do mar Egeu. O tremor deixou vários mortos e centenas de feridos no município, que é o terceiro maior do país. Imagens mostraram carros soterrados pelos escombros e pessoas em pânico. O terremoto foi sentido em cidades próximas e também na metrópole de Istambul, a cerca de 540 quilômetros. (30/10)
Foto: DHA
Ataque mata brasileira e mais dois em Nice
Três pessoas morreram, incluindo uma mulher degolada e uma brasileira, num ataque com faca numa igreja na cidade de Nice, no sul da França. O agressor, um tunisiano nascido em 1999, foi ferido a tiros pela polícia e levado a um hospital. Dois foram mortos dentro da Basílica Notre-Dame, e uma terceira pessoa, uma baiana de 44 anos, foi gravemente ferida e morreu num café nas imediações. (29/10)
Foto: Serge Haouzi/Xinhua/picture alliance
Novo lockdown na Alemanha
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos 16 estados decidiram endurecer as medidas restritivas na tentativa de conter o avanço da covid-19 no país. Em reunião por videoconferência, eles acertaram um lockdown parcial de um mês de duração, que inclui o fechamento de restaurantes, bares, academias e cinemas, além da limitação da reunião entre pessoas. (28/10)
Foto: Fabrizio Bensch/Pool/REUTERS
Mais uma conservadora na Suprema Corte
A conservadora e católica devota Amy Coney Barrett tomou posse como juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, após ter seu nome confirmado pelo Senado americano por 52 votos a 48. Ela havia sido indicada para o posto pelo presidente Donald Trump, para substituir Ruth Bader Ginsburg, uma das mais célebres figuras progressistas do tribunal, que morreu em setembro. (26/10)
Foto: Tom Brenner/Reuters
Lua tem mais água do que se pensava
A Lua pode ser muito mais rica em água do que se pensava anteriormente, segundo sugeriram dois novos estudos publicados na revista "Nature Astronomy". As pesquisas não só comprovaram a existência "inequívoca" de moléculas de H2O na superfície do satélite terrestre, como apontaram que elas estariam presentes em grandes quantidades, inclusive em forma de gelo. (26/10)
Foto: Richard Addis
Espanha volta a declarar estado de emergência
A explosão no número de casos de coronavírus levou o premiê da Espanha, Pedro Sánchez, a declarar estado de emergência em território nacional. É a segunda vez que a medida é tomada na pandemia. O governo quer que o estado de emergência dure até o início de maio e estabeleceu toque de recolher entre as 23h e 6h da manhã. Os estados, porém, terão liberdade para decidir a faixa de horário. (25/10)
Foto: Manu Fernandez/AP Photo/picture-alliance
Alemanha ultrapassa 10 mil mortes por covid-19
A Alemanha ultrapassou a marca de 10 mil mortes por covid-19 desde o começo da pandemia. O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas, relatou 49 mortes em 24 horas, elevando o total para 10.003. O país também registrou um novo recorde de casos diários, com 14.714 novas infecções em 24 horas. (24/10)
Foto: Christoph Soeder/dpa/picture alliance
França ultrapassa 1 milhão de casos de covid-19
A França ultrapassou a marca de 1 milhão de casos de covid-19, após registrar mais de 40 mil novas infecções por dois dias consecutivos, e se tornou o segundo país da Europa, depois da Espanha, a atingir esse número simbólico de casos. Especialistas afirmam que o número real de infecções é provavelmente muito maior dos divulgados oficialmente, devido à pouca testagem no início da pandemia. (23/10)
Foto: Ludovic Marin/AFP
Polônia praticamente bane o aborto
Um tribunal constitucional na Polônia decidiu que a realização de abortos por anormalidade fetal viola a Constituição. A decisão significa uma proibição quase total da interrupção da gravidez em um país com as leis contra aborto mais rigorosas da Europa. (22/10)
Foto: picture-alliance/Zumapress/I. Berezowska
França homenageia professor decapitado
A França homenageou o professor que foi decapitado num subúrbio de Paris, após mostrar uma caricatura do profeta islâmico Maomé em sala de aula. Na cerimônia solene, o professor recebeu o título póstumo da Legião de Honra, a mais alta condecoração na França. O presidente Emmaniel Macron disse que o docente foi morto por ensinar alunos a serem cidadãos. (21/10)
Foto: Francois Mori/Pool/Reuters
Irlanda é o primeiro país da UE a reimpor lockdown
A Irlanda é o primeiro país da União Europeia a impor um segundo lockdown para conter a disseminação do coronavírus a partir da meia-noite desta quarta-feira. Comércios e serviços não essenciais ficarão fechados por seis semanas, mas escolas e creches permanecerão abertas. Exercícios ao ar livre serão permitidos num raio de até 5 quilômetros de casa. (20/10)
Foto: Paul FaithAFP/Getty Images
Mundo ultrapassa 40 milhões de casos de covid-19
O mundo ultrapassou a marca de 40 milhões de infecções por coronavírus, enquanto a Europa vive uma segunda onda de contágios, com cada vez mais países anunciando novas restrições. Mais da metade dos casos totais se concentram nos Estados Unidos (8.155.592), Índia (7.550.273) e Brasil (5.224.362). Em todo o mundo, já foram registradas 1.113.962 mortes em decorrência da covid-19. (19/10)
Foto: Alexander Demianchuk/TASS/dpa/picture-alliance
Banksy leva consolo a hotspot de covid
Num muro de Nottingham, Inglaterra, apareceu uma nova obra do misterioso "street artist" Banksy. Ela mostra uma menina brincando de bambolê. Na frente, acorrentada a um poste, está uma bicicleta (de verdade) com uma roda só. Os locais interpretam a imagem como um estímulo em meio à crise. Nottingham tem o mais alto nível de contágios no país. (18/10)
Foto: Carl Recine/Reuters
Ardern é reeleita na Nova Zelândia
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, foi a grande vencedora das eleições gerais realizadas na Nova Zelândia. "O país demonstrou o mais forte apoio ao Partido Trabalhista em pelo menos 50 anos", disse Ardern a seus correligionários eufóricos em Auckland, no discurso de vitória. A vitória esmagadora permitirá ao Partido Trabalhista assumir sozinho o governo. (17/10)
Foto: David Rowland/Reuters
Homem é decapitado nos arredores de Paris
Um homem foi decapitado em um subúrbio a noroeste de Paris. O agressor, um homem de origem argelina, foi morto a tiros pela polícia. Segundo a imprensa francesa, a vítima era um professor de História que mostrou caricaturas de Maomé para alunos. A seção antiterrorismo do Ministério Público francês abriu uma investigação por "assassinato em conexão com motivação terrorista. (16/10)
Foto: Charles Platiau/Reuters
Alemães voltam a estocar papel higiênico
Com o aumento no número de casos de covid-19 na Alemanha e a possibilidade de novas restrições, algumas redes de supermercado do país já começaram a registrar aumento na demanda por determinados produtos, como papel higiênico. Em março e abril, no auge da pandemia na Europa, as chamadas Hamsterkäufe (compras de Hamster) fizeram vários itens desapareceram das prateleiras. (15/10)
Foto: DW/M. Müller
Macron anuncia toque de recolher em Paris e outras oito cidades
O governo da França declarou estado de emergência de saúde pública por causa da covid-19 e a imposição de um toque de recolher entre 21h e 6h em nove cidades francesas, com previsão de multa de até 135 euros para quem desrespeitar a medida. As cidades que vão ficar sob toque de recolher são: Paris, Rouen, Lille, Saint-Etienne, Lyon, Grenoble, Montpellier, Marselha e Toulouse. (14/10)
FMI melhora previsão para o PIB brasileiro em 2020
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 5,8% em 2020, em meio aos impactos negativos da pandemia de coronavírus. O dado é um pouco mais otimista do que a projeção divulgada em junho, que havia apontado tombo de 9,1% em 2020. (13/10)
Foto: picture-alliance/Agencia Brazil/T. Rêgo
Mudanças climáticas dobram ocorrência de desastres naturais, diz ONU
Relatório da ONU afirma que ao menos 7.348 desastres naturais ocorreram entre os anos 2000 e 2019, o que resultou na perda de 1,23 milhões de vidas e afetou 4,2 bilhões de pessoas, além de custar à economia global em torno de 2,97 trilhões de dólares. Catástrofes como enchentes e incêndios foram impulsionadas em todo o mundo pelo aquecimento global. (12/10)
Foto: Valery Hache/AFP/Getty Images
Parada do Orgulho LGBT de Colônia sobre bicicletas
A maior parada do Orgulho LGBT+ da Alemanha, na cidade de Colônia, pôde finalmente ocorrer após ter sido cancelada em junho em razão da pandemia. Mas, para assegurar o distanciamento social e a saúde dos participantes, o evento foi realizado sobre bicicletas. A maioria das pessoas também usava máscaras de proteção. (11/10)
Foto: Thilo Schmuelgen/Reuters
Brasil supera 150 mil mortes por covid-19
Brasil acumula 150.198 mortes por covid-19, quase sete meses após o início da epidemia da doença no país. A morte da primeira vítima do coronavírus em solo brasileiro foi registrada no dia 12 de março. País soma 5.082.637 infecções. (10/10)
Foto: picture-alliance /ZUMAPRESS.com/PPI
Nobel da Paz premia Programa Alimentar Mundial da ONU
A maior agência humanitária do mundo foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz por seu empenho no combate à fome e pelo trabalho durante a pandemia de covid-19. Segundo a ONU, mais de 821 milhões de pessoas no mundo sofrem de fome crônica, enquanto outros 135 milhões enfrentam fome severa e outros 130 milhões podem vir a se juntar a esse grupo no final de 2020. (09/10)
Foto: Niklas Elmehed for Nobel Media
Mundo registra aumento recorde de casos diários de covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou um aumento recorde de casos diários de covid-19 em todo o mundo, com um total de 338.779 infecções. Somente na Europa, foram 96.996 casos em um dia, o maior total para o continente já registrado pela OMS, que supera o número diário de infecções nos Estados Unidos, no Brasil e na Índia, os três países mais afetados pela pandemia. (08/10)
Foto: Cristian Leyva/NurPhoto/picture alliance
Criadoras da "tesoura genética" ganham Nobel de Química
As pesquisadoras Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna foram agraciadas com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta de um método para a edição do genoma conhecido como CRISPR-Cas9 ou "tesoura genética". A francesa Charpentier e a americana Doudna se tornaram a sexta e a sétima mulheres a serem agraciadas com o Nobel de Química, se juntando à lista que inclui Marie Curie. (07/10)
Foto: Niklas Elmehed for Nobel Media
Nobel de Física premia pesquisa sobre buracos negros
O Nobel de Física de 2020 premiou três cientistas cujas pesquisas resultaram na descoberta de como se formam os buracos negros no universo. Os agraciados são o britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez. A premiação celebra "um dos mais exóticos objetos no universo", ou seja, os buracos negros, "onde o tempo parece estar suspenso". (06/10)
Descobridores da hepatite C recebem Nobel de Medicina
O trio de pesquisadores Harvey Alter, Charles Rice e Michael Houghton foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina, pela descoberta do vírus da hepatite C. Segundo o comitê responsável pelo prêmio, os três – Alter e Rice são americanos, e Houghton, britânico – foram escolhidos por sua luta contra a hepatite, "um grande problema de saúde global que causa cirrose e câncer de fígado". (05/10)
Foto: Niklas Elmehed/Nobel Media
Nova encíclica papal
O papa Francisco criticou o neoliberalismo e o populismo na sua nova encíclica, na qual apresentou uma visão para o mundo pós-coronavírus. O documento pede mais solidariedade para o enfrentamento de problemas globais como as mudanças climáticas ou a injustiça causada pela desigualdade econômica. Essa é a terceira encíclica do pontificado de Francisco e primeira divulgada em cinco anos. (04/10)
Foto: Divisione Produzione Fotografica/Vatican Media/picture-alliance
30 anos da Reunificação da Alemanha
Em discurso na cerimônia pelos 30 anos da Reunificação da Alemanha, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, agradeceu aos cidadãos alemães e aos parceiros internacionais pela contribuição à unidade do país. "Foi preciso muita coragem para chegar lá", disse. A cerimônia ocorreu sob restrições devido à pandemia. (03/10)
Foto: Sean Gallup/Getty Images
Trump afirma que está com covid-19
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que ele a primeira-dama, Melania, contraíram o novo coronavírus. Trump foi transferido para um hospital por precaução, onde deve permanecer nos próximos dias.Desde o início, Trump vinha menosprezando a doença. Ele ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde e vinha realizando eventos de campanha. (02/10)
Foto: Saul Loeb/AFP/Getty Images
Queimadas no Pantanal batem recorde
As queimadas no Pantanal bateram o recorde histórico em setembro, segundo dados divulgados pelo Inpe. No mês, foram registrados 8.106 focos de calor no bioma, o maior número contabilizado desde o início do monitoramento em 1998.Em setembro, houve um aumento de 180% nos incêndios no Pantanal em relação ao mesmo mês de 2019. (01/10)