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Brasil acumula mais de 105 mil mortes por covid-19

14 de agosto de 2020

País registrou mais 1.262 óbitos em 24 horas. Mais de 60 mil novas infecções foram contabilizadas, elevando o total para 3.224.876.

Cruzes em cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, onde foram enterradas vítimas da covid-19
Taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes chegou a 50,2 no BrasilFoto: picture-alliance/AP Photo/S. Izquierdo

Números do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados nesta quinta-feira (13/08) apontam que mais 1.262 mortes por covid-19 foram notificadas no Brasil em 24 horas. Com isso, o total de óbitos pela doença oficialmente identificados chegou a 105.463.

O Brasil ainda registrou oficialmente mais 60.091 casos da doença, elevando o total para 3.224.876. Esse foi o terceiro maior número diário de novas infecções já contabilizado. O recorde foi em 29 de julho quando 69.074 casos foram registrados.

Diversas autoridades e instituições de saúde em todo o país, no entanto, alertam que os números reais da doença devem ser maiores em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

O Conass não informou o número de curados no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, 2.356.640 já se recuperaram e outros 762.773 estão em acompanhamento.

O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de óbitos e casos de covid-19 oficialmente notificados. Só está atrás dos Estados Unidos, que registraram mais de 5,2 milhões de casos e mais de 166 mil mortes.

Já a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes chegou a 50,2. No cálculo levando em conta a população, o Brasil aparece em 11° – bem à frente de países vizinhos, como a Argentina (11,72), o Paraguai (1,34) e o Uruguai (1,07). 

Nações europeias duramente atingidas pela doença, como o Reino Unido (70,37) e a Bélgica (86,67), ainda aparecem bem à frente, mas esses países começaram a registrar seus primeiros casos entre três e quatros semanas antes do Brasil, e o número de óbitos diários caiu no último mês.

O Brasil já está há quase três meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério. Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 90 mil novos óbitos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e dezenas de militares.

Na prática, o ministério, sob os militares, vem referendando sem questionamentos as diretrizes do presidente Jair Bolsonaro, que é contra medidas amplas de isolamento social e que promove a cloroquina como "cura" contra a covid-19, mesmo sem embasamento científico. 

Sob a intervenção pessoal de Bolsonaro e do Exército, o ministério também tentou esconder os números da pandemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.

Atrás de EUA e Brasil, os países mais atingidos são Índia (2,3 milhão de casos confirmados), Rússia (905 mil) e África do Sul (572 mil).

Ao todo, mais de 751 mil pessoas morreram em decorrência do vírus no planeta. Depois de EUA e Brasil, os maiores números absolutos de mortes se concentram no México (54,6 mil), na Índia (47 mil), e no Reino Unido (46,7 mil).

CN/ots

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