Brasil bate recorde de medalhas em Jogos Paralímpicos
18 de setembro de 2016
Atletas brasileiros conquistam 72 medalhas, ou 29 a mais do que nos Jogos de Londres. Número de ouros, porém, é menor, o que piora colocação no quadro geral e impede que meta de ficar entre cinco melhores seja alcançada.
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O Brasil terminou em 8º lugar no quadro geral de medalhas dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Foram 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Apesar de ser o maior número já conquistado, não foi o suficiente para alcançar a meta prevista pelo Comitê Paralímpico Brasileiro antes da competição, de ficar entre os cinco primeiros em número de ouros.
Apesar de ter conquistado bem mais medalhas que nos jogos de Londres, em 2012, a colocação do Brasil neste ano foi pior porque há menos medalhas de ouro. Em Londres, o Brasil ficou em 7º lugar, com 43 medalhas no total, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze. O país também teve um crescimento no número de medalhistas, de 43 para 113.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, disse que, apesar de não ter atingido a meta de ficar entre os cinco primeiros colocados no quadro de medalhas, o Brasil teve um resultado muito positivo. "É a melhor participação brasileira em Jogos Paralímpicos. Sempre dissemos que era uma meta agressiva e ambiciosa. Mas era uma meta, não uma promessa", afirmou.
A última medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro foi conquistada por Edneusa Dorta. Ela ficou em terceiro lugar na maratona feminina classe T12, para deficientes visuais, neste domingo (18/09).
A modalidade em que mais foram obtidas medalhas pelo Brasil foi o atletismo, com 33 no total. Na natação, os atletas brasileiros obtiveram 19. Houve ainda um aumento nas modalidades que conquistaram medalhas, de 7 em Londres para 13 no Rio. As quatro novatas são ciclismo, halterofilismo e vôlei, além da canoagem, que estreou nesta edição dos Jogos.
Na Paralimpíada do Rio, a China ficou em primeiro lugar, com 239 medalhas: 107 de ouro, 81 de prata e 51 de bronze. Em seguida, aparecem o Reino Unido, com 147 medalhas no total, Ucrânia, com 117, Estados Unidos, com 115, e Austrália, com 81 medalhas.
AS/abr
Dados e fatos sobre os Jogos Paralímpicos
Pouco mais de duas semanas após os Jogos Olímpicos, o Rio recebe a 15ª Paraolimpíada. Em alguns aspectos, a competição tem números ainda maiores do que as Olimpíadas. Os problemas, porém, são parecidos.
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Mais disputas por medalhas de ouro
Nos Jogos Olímpicos do Rio houve disputa por 306 medalhas de ouro em 17 dias. Já nos Paralímpicos, que vão até 18 de setembro, serão 528 disputas em 12 dias. Isso ocorre porque existem diferentes classificações funcionais dentro de cada esporte, dependendo do grau e tipo de deficiência. São disputadas 23 modalidades esportivas e, entre elas, pela primeira vez, estão a canoagem e triatlo.
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Novos recordes
No Rio estão presentes 4.350 atletas, número é 11 vezes maior que na estreia dos Paralímpicos de 1960, em Roma. Há um recorde também no número de delegações: 176 países. E mais um recorde será batido: o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) prevê que 4 bilhões de telespectadores vão assistir aos jogos.
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Múltiplas classes podem confundir
Nos Paralímpicos, não é muito fácil ter uma visão geral de todas as modalidades. Isso porque existem dez classificações nas chamadas classes funcionais. Somente na corrida de 100 metros livres para homens, por exemplo, houve, nos Jogos de 2012, em Londres, 15 campeões paralímpicos. O detentor do recorde na classe T43 é o brasileiro duplo amputado Alan Oliveira, com sensacionais 10,57 segundos.
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Batalha técnica
Cada vez mais as Paralimpíadas se parecem com uma corrida armamentista. Pois os atletas paralímpicos precisam de muito mais equipamentos e suporte técnico que os olímpicos. São 18 toneladas de equipamentos, um total de 15 mil itens, como 1.100 pneus para cadeiras de rodas e 300 pés protéticos. Cem mecânicos de 31 países deverão receber, diariamente, 2 mil pedidos de consertos.
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A vantagem dos países ricos
Além do esporte para pessoas com deficiência nem sempre ser considerado igual em todas as nações, muitas federações nacionais não têm condições de comprar os equipamentos mais caros. É por isso, também, que atletas de países ricos conquistam o maior número de medalhas. A prótese do atleta de salto com vara alemão Markus Rehm, que detém o recorde mundial de 8,40 m, custa cerca de 8 mil euros.
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Falta de dinheiro
Os Jogos Paralímpicos também são caros para os anfitriões. O Brasil, que passa por uma crise econômica, teve que injetar cerca de 215 milhões de reais de recursos públicos no evento, já que o orçamento previsto não era suficiente. O número de voluntários, que era de 25 mil, foi reduzido significativamente. O presidente do IPC, Philip Craven, diz que este momento é o "pior" da história paralímpica.
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Arquibancadas vazias
Um motivo para o rombo no orçamento é a baixa venda de ingressos. Após o fim dos Jogos Olímpicos, o número de entradas vendidas era de apenas 300 mil. Uma campanha nas redes sociais, porém, fez o número saltar para 1,6 milhão na semana da abertura da Paralimpíada. Segundo o IPC, há ainda cerca de 1 milhão de ingressos disponíveis. A Paralimpíada também sofre o risco de ter arquibancadas vazias.
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Doping também nas Paralimpíadas
Karl Quade, chefe da delegação alemã, acredita no trabalho dos atletas, mas diz que "não pode colocar as mãos no fogo quando se trata de doping". Existe o doping físico e também de equipamentos esportivos ("doping tecnológico"). Alguns chegam a trapacear quanto à classe do tipo e grau de deficiência. Ao banir a Rússia por doping estatal, o IPC mostrou um claro sinal de que não tolera o doping.
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Anéis olímpicos?
Em muitos locais do Rio, os anéis olímpicos foram desmontados e substituídos por outra construção: os semiarcos chamados Agitos, o símbolo dos Jogos Paralímpicos. Em vez dos cinco anéis olímpicos, desde 2004 os três Agitos ("Eu movo", em latim) são os símbolos para a competição dos atletas paralímpicos.