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Brasil cai em ranking mundial de competitividade

17 de outubro de 2018

Economia brasileira ocupa a 72ª posição em lista de 140 países avaliados pelo Fórum Econômico Mundial. Falta de integração aos mercados globais e altas tarifas de importação são alguns dos quesitos preocupantes no país.

Indústria de produção de alumínio no Pará
O Brasil somou 59,5 pontos, numa escala de zero a 100, e ocupou apenas a oitava colocação dentro da América LatinaFoto: picture-alliance/dpa

O Brasil caiu três posições e aparece em 72º lugar no ranking que avalia a competitividade de 140 países, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em conjunto com a Fundação Dom Cabral. Os Estados Unidos lideraram como o país mais competitivo do mundo.

O Brasil soma 59,5 pontos, numa escala de zero a 100, e ocupa apenas a oitava colocação dentro da América Latina – Chile (33º), México (46º), Uruguai (53º), Costa Rica (55º), Colombia (60º), Peru (63º) e Panamá (64º). Dentro dos Estados que formam o grupo do Brics, o Brasil ficou atrás de todos: China (28º), Rússia (43º), Índia (58º) e África do Sul (67º).

Mundialmente, em 72º lugar, o Brasil fechou três posições abaixo em relação à listagem de 2017. A maior economia da América do Sul teve sua pontuação influenciada, sobretudo, por seu tamanho relativamente grande de mercado (10º no mundo) e seu desempenho no quesito Saúde (73º).

Além disso, o Brasil lidera a região latino-americana no quesito capacidade de inovação (40º no geral), mas segue abaixo de seu potencial, segundo o estudo. A fraca integração de políticas e a falta de coordenação entre os setores público e privado estão entre os fatores institucionais que inibiram um melhor desempenho. A Alemanha liderou a lista de país com a maior capacidade de inovação.

Por outro lado, o Brasil ocupou apenas a 108ª colocação no quesito dinamismo empresarial. O país também teve maus resultados em produtos (117º), como resultado da falta de concorrência no mercado, da presença de políticas de distorção (subsídios) e da falta de integração aos mercados globais, refletidas nas altas tarifas de importação (125º) e alta prevalência de barreiras comerciais (136º).

O documento apontou ainda que o desempenho do mercado de trabalho segue sendo um dos maiores desafios para o Brasil, com queda no último ano. Neste quesito, o Brasil caiu de 99º para 114º no ranking – um indicativo de que as reformas aprovadas em 2017 com o objetivo de aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho ainda não produziram os efeitos desejados.

Segundo o relatório, o crescimento econômico na América Latina aumentou modestamente em 2017. Os países exportadores de commodities, como Brasil, Argentina e Chile, beneficiaram-se dos altos preços e da crescente demanda global. A inflação foi mantida sob controle na maioria dos países, com exceção da Argentina e, numa escala muito maior, da Venezuela.

Lideram a lista os Estados Unidos, com 85,6 pontos. Em seguida estão Cingapura, Alemanha, Suíça, Japão, Holanda, Hong Kong, Reino Unido, Suécia e Dinamarca.

O agora denominado Índice de Competitividade Global 4.0 é um pouco diferente das anteriores edições anuais, pois realizou alterações na metodologia para, segundo descrito no próprio relatório, refletir "a natureza mutável da competitividade econômica num mundo cada vez mais transformado por novas tecnologias digitais".

Nesta edição, 60% dos indicadores avaliados são novos. O índice de competitividade é formado por 98 variáveis agrupadas em 12 quesitos distribuídos em quatro fatores de competitividade: ambiente institucional, capital humano, mercados e ecossistema de inovação.

Num resumo geral, o relatório apontou que "a economia global não está preparado para a quarta revolução industrial". Das 140 economias avaliadas mundialmente, incríveis 103 pontuaram abaixo da metade no quesito capacidade de inovar.

"Abraçar a quarta revolução industrial se tornou um fator determinante para a competitividade", diz Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial. "Com este relatório, propomos uma abordagem para avaliar o desempenho dos países em relação a esse novo critério. Prevejo uma nova divisão global entre países que compreendem transformações inovadoras e aqueles que não o fazem."

PV/dw/ots

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