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Brasil cai uma posição no ranking que avalia risco a catástrofes

Clarissa Neher4 de setembro de 2013

Relatório divulgado na Alemanha avalia nível de risco de 173 países perante fenômenos da natureza. Edição de 2013 se concentrou na questão do acesso a sistemas de saúde. Vanuatu é região mais ameaçada.

Foto: picture alliance/Photoshot

A população do Brasil está mais exposta aos impactos das catástrofes naturais, como terremotos, enchentes e aumento do nível do mar em decorrência das mudanças climáticas. Essa é uma das conclusões do relatório Risco Mundial 2013, apresentado nesta quarta-feira (04/09), em Bonn, na Alemanha. O estudo também revelou que países com um sistema de saúde precário e baixo nível de saneamento básico são os mais vulneráveis a esses fenômenos.

O ranking é anual, produzido pela Universidade das Nações Unidas, Universidade de Bonn e financiado pela Fundação Meio Ambiente e Desenvolvimento da Renânia do Norte-Vestfália. Ao todo, 173 países foram analisados, e o Brasil passou da posição 124 para 123.

Nesse ano, o índice que mede o risco da população de países frente a fenômenos naturais focou sua análise na área da saúde e acompanhamento médico. "É chocante ver como o atendimento de saúde está distribuído de forma desigual no mundo. Também causa espanto ver como a falta de um acompanhamento médico adequado aumenta a vulnerabilidade aos perigos naturais, principalmente em países pobres", declarou Peter Mücke, presidente da Aliança Ajuda ao Desenvolvimento, uma das organizações responsáveis pelo relatório.

Vanuatu, um pequeno arquipélago no Pacífico, é o mais ameaçado – o conjunto de ilhas já ocupava essa posição no ano passado. Tonga e Filipinas aparecem nas colocações seguintes. Dentre as nações mais ricas, Japão é o mais exposto aos riscos, na 15º posição. O Catar se manteve o último da lista, ou seja, o menos vulnerável.

As soluções

O ranking mediu quatro fatores: exposição aos desastres naturais, como enchentes, terremotos, seca e aumento do nível do mar; vulnerabilidade baseada em infraestrutura, condições de moradia e alimentares; eficiência dos governos nos quesitos prevenção, abastecimento médico, segurança material e social; e a capacidade de adaptação com relação às mudanças climáticas.

Mücke afirmou que a prevenção continua sendo a melhor maneira para evitar crises maiores. "Doenças que são de fácil prevenção acabam sendo fatais nos países mais pobres, pois permanecem sem tratamento", acrescentou Thomas Kistemann, professor do Instituto para Higiene e Saúde Pública da Universidade de Bonn.

O relatório também apontou que, além do acesso ao sistema de saúde, outro fator que aumenta o risco para a população é a falta de saneamento básico. No mundo, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a banheiros ou latrinas. Três a cada quatros dessas pessoas vivem em cinco países: Índia, Indonésia, Paquistão, Etiópia e Nigéria.

As crianças, em especial, são as mais vulneráveis. No mundo inteiro, cerca de 2 mil crianças morrem diariamente de diarréia e 3.500 de pneumonia. A maioria dessas infecções poderiam ser evitadas com medidas simples de higiene, como o lavar das mãos. Em 2011, 44 mil crianças com menos de 5 anos morreram no Brasil – 3% dos casos eram de diarréia, 7% de pneumonia.

Quanto aos problemas relacionados à infraestrutura, alimentação e situação de renda, a situação de risco do Brasil foi avaliada como "média". Nos quesitos dependência governamental, atendimento médico e exposição a catástrofes naturais o risco é considerado "pequeno", segundo o estudo.

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