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Brasil dá show, goleia Argentina e ergue troféu

Geraldo Hoffmann / Gabriel Fortes29 de junho de 2005

Seleção faz 4 a 1 no rival, conquista a Copa das Confederações pela segunda vez e oferece à torcida uma prévia do Mundial de 2006 na Alemanha.

A festa depois da vitóriaFoto: AP

O "festival dos campeões" acabou em futebol-samba. O Brasil deu show, goleou a Argentina por 4 a 1 nesta quarta-feira (29/06), em Frankfurt, e sagrou-se bicampeão da Copa da Confederações. A primeira conquista aconteceu em 1997, na Arábia Saudita.

Foi a primeira decisão entre os países em competições adultas da Fifa, e a primeira também, deste torneio, entre campeões mundiais.

Desta vez, o time comandado por Carlos Alberto Parreira encontrou em um quarteto a sua grande força. Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano conduziram a equipe a um resultado inesperado contra o seu maior rival.

Depois de tropeçar na fase de classificação com uma derrota para o México (1 a 0) e um empate por dois gols com o Japão, a seleção mostrou que está no caminho do hexacampeonato mundial.

Desta vez a Argentina não teve espaçoFoto: AP

Perdeu para a própria Argentina (3 a 1) há três semanas, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias, mas deu a entender que a Alemanha em 2006 será "território conhecido".

"Não estávamos pensando em uma revanche. Nós queríamos vencer, e jogamos muito bem. O importante foi mostrar um bom trabalho, e isso nós conseguimos", disse o zagueiro Lúcio.

Foi o segundo confronto entre as duas potências do futebol sul-americano nesta "semana da rivalidade". Na terça-feira (28/06), a Argentina derrotou o Brasil por 2 a 1 no Campeonato Mundial Sub-20.

O jogo

A seleção brasileira entrou com força máxima em campo. Na Argentina, o técnico Jose Pekerman escalou Placente (do Bayer Leverkusen) no lugar de Samuel, Delgado substituiu o suspenso Saviola, e Bernardi entrou na vaga que foi de Santana durante o torneio.

A Argentina começou com mais domínio de meio-campo e aproximou-se pela primeira vez do gol de Dida com duas cobranças seguidas de escanteio por Riquelme.

Jogando mais consciente e organizado taticamente, o "quarteto mágico" começou mostrando um pouco do tão esperado futebol-samba, com sucesso. Aos 11min, abriu o placar com um golaço de Adriano. O atacante da Inter de Milão recebeu assistência de Cicinho, deixou um zagueiro argentino sentado e chutou violentamente da entrada da área, sem chances para Lux.

Aos 14min Riquelme quase empatou. Uma bola de "rosca" do argentino passou raspando o gol brasileiro. Na seqüência, o quarteto mágico, funcionando como um relógio suíço, colocou os argentinos na roda na intermediária. Kaká, assistido por Ronaldinho coroou a jogada aos 16min, mandando a bola no ângulo esquerdo de Lux: 2 a 0.

Defesa verde-amarela também esteve em dia inspiradoFoto: ÂP

Já pairava um cheiro de goleada no ar, mas aos 20min começou a chover torrencialmente no Waldstadion, prejudicando um pouco o ritmo do jogo. A Argentina, correndo atrás do prejuízo, voltou a ter mais posse de bola, trocando bons passes, mas o Brasil conseguia bloquear os rápidos contra-ataques do adversário.

Ao contrário do que ocorreu em outras partidas neste torneio, o sistema defensivo brasileiro permaneceu perfeito, embora com dificuldades na saída de bola, obrigando o "quarteto" a voltar para ajudar.

Numa das primeiras provocações do jogo, Ronaldinho e Coloccini levaram cartão amarelo por troca de cotoveladas. O segundo amarelo para os argentinos foi para Sorin, que tentou cavar pênalti contra Roque Júnior aos 34 min.

O Brasil passou a administrar o 2 a 0, irritando os argentinos, que começaram a endurecer o jogo. Já nos acréscimos do primeiro tempo, a Argentina quase chegou ao primeiro gol: um chute rasteiro de Zanetti bateu na rede pelo lado de fora.

Segundo tempo

O Brasil voltou "endiabrado" para o segundo tempo. Em mais uma jogada fantástica do quarteto, Kaká lançou Cicinho na direita, que passou por Placente e cruzou perfeito para Ronaldinho marcar de primeira pelo meio das pernas de Lux, a 1min do 2ºT. Cinco minutos depois, o quarteto avançou contra dois zagueiros, mas Kaká chutou em cima do goleiro.

Ronaldinho marcou um gol e depois ergueu o troféuFoto: AP

Na seqüência, Robinho deu uma volta por cima da zaga Argentina, e mandou uma bala na trave - bem no ângulo. No contra-ataque, Figueroa apareceu livre na área brasileira, mas o chute saiu torto pela linha de fundo.


Um novo show de passes aos 18min terminou em cabeçada certeira de Adriano, que fez 4 a 0, aproveitando um cruzamento de Cicinho. Com seu quinto gol na Copa das Confederações, o camisa 9 do Brasil assumiu a artilharia do torneio, ultrapassando o argentino Figueroa, que marcou quatro. O rival, que não teve chance no jogo, seria substituído mais tarde por Tevez, do Corinthians.

"Estou feliz e orgulhoso de que tudo correu bem. Ter ganho a Copa como preparação para o Mundial foi muito importante para nós", afirmou Adriano, eleito melhor jogador do torneio, logo após a partida.

A superioridade brasileira era tão impressionante, que até a torcida alemã no estádio engrossava o coro "Brasil, Brasil". Justamente neste momento, o Brasil diminuiu o ritmo e, aos 20min, Roque Júnior deixou espaço para Aimar assinalar o 4 a 1, de cabeça.

A partir daí, a Argentina passou a acreditar num milagre e pressionou, mas não a ponto de colocar em risco o resultado. Foi o melhor dos cinco jogos do Brasil no torneio, onde obteve quatro vitórias, sofreu uma derrota, marcou 12 gols e levou seis.

BRASIL 4 x 1 ARGENTINA

Brasil

Dida; Cicinho (Maicon), Lúcio, Roque Jr. e Gilberto; Emerson e Zé Roberto; Kaká (Renato), Ronaldinho Gaúcho, Robinho (Juninho Pernambucano) e Adriano

Técnico: Carlos Alberto Parreira

Argentina
Lux; Zanetti, Coloccini, Placente e Heinze; Cambiasso (Aimar), Bernardi, Riquelme e Sorin; Delgado (Galletti) e Figueroa (Tevez)

Técnico: Jose Pekerman

Data: 29/06/2005

Local: Waldstadion, em Frankfurt
Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)

Cartões amarelos: Ronaldinho (B); Coloccini (A), Sorin (A), Cambiasso (A), Aimar (A)

Gols: Adriano (B), aos 11min, Kaká (B), aos 16min do 1ºT; Ronaldinho (B), a 1min, Adriano (B), aos 18min, Aimar (A), aos 20min do 2ºT

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