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Brasil derrota Alemanha nos pênaltis e conquista ouro

Philip Verminnen21 de agosto de 2016

Em final dramática, seleção brasileira derrota algoz do 7 a 1 e conquista primeiro ouro olímpico para o futebol. Depois de empate em 1 a 1, vitória vem nos pênaltis, com defesa de Wéverton e cobrança decisiva de Neymar.

Foto: Reuters/B. Kelly

Acabou a obsessão, o trauma está superado. O Brasil é campeão olímpico no futebol masculino. Finalmente. A seleção brasileira derrotou a Alemanha apenas nos pênaltis, neste sábado (20/08), num estádio do Maracanã lotado e conquistou a tão sonhada medalha de ouro. O ciclo está completo: o Brasil possui agora todos os títulos do futebol masculino.

Os deuses do futebol foram misericordiosos com o Brasil no empate em 1 a 1, com gols de Neymar e Max Meyer. No primeiro tempo, três bolas acertaram o travessão: as duas da Alemanha foram apenas um susto; a do Brasil explodiu o Maracanã em êxtase. Também no torneio olímpico ficou nítida a diferença no futebol mostrado por Brasil e Alemanha nos últimos anos, seja nas categorias de base, seja no adulto.

A Alemanha mostrou uma proposta de jogo muito mais organizada, com uma estruturação em campo bem definida e um peso maior no coletivismo. Já o Brasil apostou em jogadas individuais e na força da torcida. Fora o gol, a seleção brasileira viu nos primeiros 45 minutos uma Alemanha com mais presença na área adversária. E foi dela a melhor chance no início da partida.

Neymar comemora o gol que, na disputa de pênaltis, garantiu a medalha de ouro para os brasileirosFoto: Reuters/M. Sezer

Aos dez minutos de bola rolando – praticamente no mesmo período de jogo em que Miroslav Klose abria o placar no Mineirão há dois anos –, Julian Brandt arriscou de longe e a bola explodiu no travessão de Wéverton. Silêncio no Maracanã.

Na base das jogadas individuais, o Brasil foi assegurando mais domínio no meio-campo. Numa de suas arrancadas, Neymar sofreu falta perto da grande área, aos 26 minutos. Camisa 10; bola parada; Maracanã: uma combinação que já fez muito sucesso em outros tempos neste estádio icônico. Sem ficar devendo em nada às cobranças letais de Zico ou Roberto Dinamite, Neymar colocou a bola no ângulo de Timo Horn, que nada pôde fazer. A bola ainda raspou o travessão antes de morrer nas redes.

O gol, porém, não chocou a Alemanha, que seguiu incomodando a defesa brasileira. Aos 30 minutos, Max Meyer pegou rebote de cobrança de escanteio e obrigou Wéverton a uma dificílima defesa. Quatro minutos depois, em cobrança de falta, a bola voltou a acertar o travessão brasileiro, depois de cabeceio de Sven Bender.

Rafinha celebra com torcedores no MaracanãFoto: Reuters/B. Kelly

A segunda etapa começou muito truncada e a apreensão pelo título inédito tomou conta da torcida, principalmente quando, aos 13 minutos, Max Meyer aproveitou uma desconcentração defensiva do Brasil e empatou a partida. O gol do capitão alemão foi o primeiro sofrido por Wéverton no torneio.

O Brasil buscou mais o campo de ataque, mas com pouca organização e visível nervosismo. Gabriel Barbosa, Luan e Felipe Anderson tiveram boas oportunidades, mas foram desperdiçadas ou por egoísmo ou por falta de pontaria.

Max Meyer, meia do Schalke 04, celebra o gol de empate da Alemanha, já no segundo tempoFoto: Reuters/B. Kelly

Nos pênaltis, apenas o alemão Nils Petersen não converteu, e coube a Neymar efetuar a cobrança decisiva. O atacante, único remanescente da prata de Londres, caiu no choro. O alívio era palpável no Maracanã.

Apesar do título, ficou evidente a dificuldade do Brasil em superar uma equipe que é praticamente a seleção sub-21 da Alemanha. Uma equipe que o treinador Horst Hrubesch teve inúmeras percalços para montar: apenas dois jogadores profissionais por clube; nenhum atleta que esteve na Eurocopa; nenhum jogador que trocou de clube na última janela de transferências; e nenhum do Borussia Mönchengladbach e do Hertha Berlim, que disputam as fases qualificatórias de Liga dos Campeões e Liga Europa, respectivamente.

A decisão olímpica foi também a última partida de Hrubesch no comando de qualquer seleção de base da Alemanha. O ex-atacante de 65 anos, campeão da Eurocopa de 1980, era o único da equipe alemã que já tinha jogado no Maracanã. Assim como o amistoso de 1982, sua despedida como treinador foi com derrota. Na época, três meses antes da Copa do Mundo da Espanha, o Brasil derrotou por 1 a 0 uma Alemanha que contava com Paul Breitner, Hans-Peter Briegel e um jovem Lothar Matthäus.

Neymar imita o gesto do raio do velocista Usain Bolt após marcar o primeiro gol da finalFoto: Reuters/M. Sezer

Ficha técnica

Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha

Local: Estádio do Maracanã.

Arbitragem: Alireza Faghani (Irã), auxiliado por seus compatriotas Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri.

Gols: Neymar (26'/1T), Max Meyer (13'/2T)

Pênaltis:
Brasil: Renato Augusto (√), Marquinhos (√), Rafael Alcántara (√), Luan (√), Neymar (√)
Alemanha: Matthias Ginter (√), Serge Gnabry (√), Julian Brandt (√), Niklas Süle (√), Nils Petersen (x).

Cartões amarelos: Zeca (29'/1T), Gabriel Barbosa (43'/1T), Davie Selke (3'/2T), Grischa Prömel (34'/2T), Sven Bender (35'/2T), Niklas Süle (43'/2T)

Brasil: Wéverton; Douglas Santos, Rodrigo Caio, Marquinhos e Zeca; Walace, Renato Augusto e Luan; Gabriel Jesus (Rafael Alcántara), Neymar e Gabriel Barbosa (Felipe Anderson 25'/2T). Técnico: Rogério Micale.

Alemanha: Timo Horn; Jeremy Toljan, Matthias Ginter, Niklas Süle e Lukas Klostermann; Sven Bender, Lars Bender (Grischa Prömel 22'/2T) e Maximilian Meyer; Julian Brandt, Serge Gnabry e Davie Selke (Nils Petersen 30'/2T). Técnico: Horst Hrubesch.

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