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Esporte

Brasil domina México em Copas, mas sofre em decisões

2 de julho de 2018

Seleção nunca levou gol do México em Copas, mas perdeu todas decisões contra adversário. Retrospecto recente favorece mexicanos, que buscam apagar maldição de "La Quinta". Ambos compartilham vexames de sete gols.

Neymar entre dois jogadores mexicanos
Brasil e México também se enfrentaram na Copa de 2014, quando empataram sem golsFoto: Reuters

Brasil e México duelam em Samara pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018 em busca de sonhos diferentes. Enquanto a seleção brasileira quer manter viva sua obsessiva missão pela sexta estrela, os mexicanos sonham quebrar o tabu chamado no país de "La Quinta" – alcançar um quinto jogo num Mundial. Historicamente, o Brasil é soberano em Copas, mas freguês em decisões.

Este será o quinto duelo entre brasileiros e mexicanos em Mundiais – apenas com a Suécia, com sete partidas, o embate ocorreu mais vezes. E o domínio brasileiro é absoluto: são três vitórias e um empate, além de nenhum gol sofrido – 4 a 0, em 1950; 5 a 0, em 1954; 2 a 0, em 1962; e 0 a 0, em 2014.

O Brasil disputou quatro decisões contra o México e perdeu todas, incluindo a dos Jogos Olímpicos de 2012, em LondresFoto: Getty Images

Curiosamente, a partida desta segunda-feira (02/07) será o primeiro duelo numa fase eliminatória em Copas do Mundo. E também marcará o reencontro de vários jogadores que estavam presentes no empate sem gols, em Fortaleza, há quatro anos.

Do elenco brasileiro de 2014 estão na Rússia ainda Thiago Silva, Marcelo, Paulinho, Fernandinho, Willian e Neymar. Do lado mexicano seguem 15 atletas, incluindo o goleiro Guillermo Ochoa, que parou o ataque brasileiro, em 2014, e o alemão, na estreia em 2018.

Se o Brasil é dominante em Copas, o retrospecto recente favorece o México. Neste século houve 14 partidas entre os dois países, com seis vitórias do El Tri, cinco da Seleção e três empates.

Em competições, o Brasil levou a melhor apenas na Copa América de 2004 e na Copa das Confederações de 2013 – em ambos os torneios, sagrou-se campeão. O México derrotou a seleção brasileira nas Copas Américas de 2001 e 2007, na Copa das Confederações de 2005 e por duas vezes na Copa Ouro de 2003, incluindo a decisão.

Neymar não tem bom retrospecto contra o México. Em seis duelos, conquistou duas vitórias e marcou apenas um golFoto: Getty Images

Em decisões? México 4 a 0!        

E por falar em decisões, o México venceu todas as quatro contra o Brasil – uma em Jogos Olímpicos e três em torneios que envolveram as seleções principais, embora o Brasil tenha utilizado equipes Sub-23 nas duas Copas Ouro da Concacaf. Os resultados: 2 a 0, na Copa Ouro de 1996; 4 a 3, na Copa das Confederações de 1999; 1 a 0, na Copa Ouro de 2003 e 2 a 1, na final dos Jogos Olímpicos de 2012.

"Já sabemos o que é ganhar do Brasil em momentos importantes", escreveu a Federação Mexicana de Futebol na conta oficial do Twitter da seleção. Na foto, os campeões olímpicos de 2012. Em outra postagem, os mexicanos relembraram a comemoração de lendário atacante Cuauhtémoc Blanco, no quarto gol da final da Copa das Confederações de 1999.

Neymar esteve em campo na final olímpica, em Londres – um dos maiores reveses de sua carreira. A principal estrela da Seleção, por sinal, tem um retrospecto negativo contra a seleção mexicana desde as categorias de base até o profissional.

O craque enfrentou o México em seis ocasiões – duas vitórias e apenas um gol marcado. No primeiro confronto, no Mundial Sub-17, perdeu por 1 a 0. Seu único gol foi anotado na vitória por 2 a 0 na Copa das Confederações de 2013.

O México também sabe como é ser eliminado com uma goleada de sete gols: 7 a 0 para o Chile na Copa América de 2016Foto: picture-alliance/dpa/M. J. Sanchez

Unidos pela tragédia dos sete gols

Superado, mas não esquecido – as histórias recentes de Brasil e México compartilham o número sete como um símbolo vexatório. Ambas as seleções sofreram derrotas arrasadoras com sete gols – e reagiram de formas completamente diferentes. No Brasil houve trocas de técnicos, jogadores e dirigentes, enquanto do lado mexicano teve refúgio e até encontro com drogados e alcoólatras.

Depois da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal do Mundial de 2014, o então treinador, Luiz Felipe Scolari, perdeu o emprego e, quase um ano depois, o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, foi preso por corrupção nos EUA. Além disso, apenas seis jogadores daquele elenco estão na Rússia – Thiago Silva, suspenso, e Neymar, lesionado, não enfrentaram os alemães.

Dunga assumiu o comando da Seleção e caiu na Copa América Centenário, em 2016, justamente no torneio em que o México foi eliminado pelo Chile, nas quartas de final, por 7 a 0. Ao contrário dos clamores populares, a federação mexicana manteve o técnico colombiano Juan Carlos Osorio, que buscou refúgio por 50 dias e chegou a visitar sessões de grupos de viciados em drogas e álcool para colocar a derrota em contexto. Daquela derrota, 14 jogadores estão na Rússia.

O goleiro mexicano Guillermo Ochoa barrou os ataques de Brasil, em 2014, e da Alemanha, na estreia em 2018Foto: Reuters

Osorio em busca de "La Quinta"

Osorio conduziu o México à Copa do Mundo de 2018 e, após a vitória na estreia contra a Alemanha, ganhou a redenção nos jornais locais, que exaltaram o nó tático dado pela seleção mexicana nos atuais campeões mundiais. Osorio revelou que vários jogadores estavam gripados contra a Alemanha e o jornal El Universal afirmou que uma "epidemia de gripe" atingiu o elenco em toda a fase de grupos, especialmente contra a Suécia.

"O técnico [Osorio] é um gênio. Já disse isso a ele muitas vezes. Nunca consegui entender as críticas ao treinador", disse o meia Miguel Layún, após a estreia na Copa do Mundo na Rússia. "Este grupo tem personalidade. Acreditamos em nós. Temos gana de alcançar algo, não somente para ficarmos na história, mas também para alcançarmos uma realização pessoal que, às vezes, parece inatingível."

E para entrarem na história, os jogadores da seleção mexicana sabem que precisam derrotar o Brasil. Esta é a 16ª participação do México em Mundiais. E apenas em uma ocasião os mexicanos realizaram um quinto jogo: em 1986, como anfitriões, foram eliminados nos pênaltis pela Alemanha, nas quartas de final – em 1970, também como anfitriões, o México também alcançou as quartas de final, mas a Copa era disputada por 16 seleções.

Com exceção da Copa de 1990, quando esteve banido pela Fifa, o México disputou todas as Copas desde a façanha de 1986. Em todas foi eliminado nas oitavas de final – são seis eliminações consecutivas. O trauma das oitavas de final se transformou no sonho de "La Quinta" – a quinta partida num Mundial.       

O vencedor de Brasil e México encara o classificado de Bélgica e Japão, em 6 de julho, em Kazan.

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