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Brasil e China selam acordo de 60 bilhões de reais para troca de moedas

26 de março de 2013

Pacto, assinado durante cúpula dos Brics, busca proteger economia dos dois maiores países emergentes em caso de crise internacional e facilitar comércio bilateral, além de reduzir dependência do euro e do dólar.

Brasil e China assinam acordo para comércio bilateral
Brasil e China assinam acordo para comércio bilateralFoto: Reuters

Os bancos centrais de Brasil e China assinaram nesta terça-feira (26/03), antes da reunião dos Brics na África do Sul, um acordo no valor de 60 bilhões de reais para uso de moedas locais (swap) em transações comerciais bilaterais.

O pacto, segundo o governo brasileiro, é uma medida de prevenção das duas maiores economias emergentes para momentos de turbulência – como a crise financeira de 2008 e a europeia iniciada em 2011 – e marca, ao mesmo tempo, uma iniciativa para tentar mudar o fluxo do comércio global, dominado pelos EUA, com o dólar, e pela Europa, com o euro.

O acordo foi selado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ministro das Finanças chinês, Lou Jiwei, durante uma reunião ministerial e de presidentes de bancos centrais precedente à cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban, iniciada nesta terça e que vai até esta quarta-feira.

"É uma espécie de guarda-chuva, que implica em um relacionamento mais estreito com a China em diversas áreas", disse Mantega. "É um mecanismo para ser aplicado em caso de agravamento do cenário financeiro global."

Segundo o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o acordo bilateral terá validade de três anos e poderá ser renovado. O montante, explicou, representa dez meses de exportações do Brasil para a China e oito meses de importações.

O comércio entre China e Brasil somou cerca de 75 bilhões de dólares em 2012 – ou seja, o acordo firmado nesta terça-feira representa quase metade desse valor. A expectativa das autoridades brasileiras é de que a troca de divisas esteja em operação já a partir do segundo semestre deste ano.

Aproximadamente metade das exportações brasileiras para a China consiste em ferro ou produtos derivados. Já os principais produtos importados pelo Brasil são do setor de eletrônicos e maquinaria.

“Nosso interesse não é estabelecer novas relações com a China, mas expandir relações que possam ser usadas em caso de turbulências no mercado financeiro”, disse o presidente do BC.

Mantega e o ministro chinês assinaram, ainda, um memorando de entendimento que trata da cooperação bilateral em políticas macroeconômicas, fiscais e financeiras. O documento visa a contribuir para o aprofundamento da cooperação econômica, financeira e comercial, além da parceria estratégica entre Brasil e China.

JOR/rtr/ap/dpa