Brasil e EUA iniciam desenvolvimento de vacina contra o zika
3 de fevereiro de 2016
Especialistas americanos desembarcam no Brasil na próxima semana para iniciar ação conjunta. Ministro brasileiro reitera compromisso do governo em combater o vírus.
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Especialistas dos Estados Unidos viajarão ao Brasil na próxima semana para iniciar o trabalho de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta quarta-feira (03/02), em Montevidéu.
"O Brasil está atuando em várias frentes para controlar o vírus, e a ação mais importante para o futuro é uma cooperação com vários laboratórios para desenvolver uma vacina", disse Castro, antes de uma reunião com outros 13 ministros da Saúde de países latino-americanos na capital uruguaia.
A ação conjunta entre Brasil e Estados Unidos, acertada por telefone entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, será realizada pelas agências públicas dos dois países.
Desta forma, do lado brasileiro participarão o Instituto Evandro Chagas, o Instituto de Tecnologia Imunobiológica Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Instituto Butantan. Pelos EUA estarão ativos o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e a Universidade do Texas.
Além disso, Castro reiterou que existe um "compromisso" por parte do governo brasileiro de que, "apesar das dificuldades econômicas que o país enfrenta", não faltarão recursos para combater a epidemia, que se espalhou rapidamente depois de atingir o continente americano no início de 2015.
O ministro considerou que o Nordeste do Brasil, região responsável por 86% de todos os casos da doença registrados no país, foi também a porta de entrada do vírus, com o primeiro caso registrado na Bahia, em abril de 2015.
Até o momento, o Brasil confirmou 404 casos de microcefalia, sendo que 17 estão relacionados ao vírus zika. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por outro lado, não reconheceu essa relação oficialmente, já que não há comprovação científica de que o vírus zika cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso. Outros 3.670 casos suspeitos estão sendo analisados.
Produzir uma vacina segura, porém, é um desafio, e a aprovação técnica do medicamento pode levar anos. "Até que uma vacina seja desenvolvida só temos uma opção: eliminar o mosquito, e a melhor maneira de fazê-lo é destruindo seus locais de procriação", afirmou Castro.
De acordo com a OMS, até quatro milhões de pessoas podem ser infectadas pelo vírus zika no continente americano. Na segunda-feira, a organização declarou emergência mundial por causa da microcefalia.
Também participam do encontro em Montevidéu os ministros da Saúde de Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Suriname, México, Costa Rica e República Dominicana.
PV/efe/rtr
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.