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Brasil e Uruguai querem acelerar acordo entre Mercosul e UE

21 de maio de 2015

Dilma Rousseff e presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, propõem definição de uma data para que blocos sul-americano e europeu apresentem ofertas comerciais. Venezuela também foi tema de encontro em Brasília.

Brasilien Präsidentin Dilma Rousseff mit Tabare Vazquez
Foto: Reuters/U. Marcelino

O fechamento de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia para uma zona de livre comércio é a prioridade do bloco sul-americano para este ano, segundo afirmaram nesta quinta-feira (21/05) a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, após encontro em Brasília.

Dilma e Vázquez cobraram a definição de uma data para que os blocos apresentem suas ofertas comerciais, ou seja, uma lista de produtos que poderão ter as tarifas zeradas em caso de acordo. A apresentação precisa ser simultânea e chegou a ser negociada em 2013 e 2014. Mas, até hoje, não ocorreu.

"Fazer o acordo entre o Mercosul e a União Europeia é a prioridade da agenda externa do bloco", afirmou Dilma logo após encontro com o presidente uruguaio no Palácio do Planalto. "Vamos propor à União Europeia que definamos, para o mais breve prazo possível, a data de apresentação simultânea das nossas ofertas comerciais", disse.

Vázquez defendeu que as propostas sejam apresentadas antes da cúpula entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 10 e 11 de junho, em Bruxelas.

As negociações entre os blocos sul-americano e europeu estão estancadas há uma década.

Avanços em acordos comerciais

Os dois mandatários mostraram-se favoráveis a uma maior liberdade do Mercosul para avançar em acordos comerciais com outros países, flexibilizando, portanto, normas do bloco. Entre elas a que prevê que todo acordo comercial deve ser discutido pelo conjunto dos membros – o que, para representantes de alguns setores comerciais, acaba impedindo avanços.

Tabaré Vázquez fez duras críticas ao Mercosul e defendeu a revitalização do bloco, o qual, segundo ele, não pode ser "reduzido a reuniões e discursos". O sucessor de José Pepe Mujica disse ainda que o bloco tem que estar alinhado à nova realidade política e econômica do continente.

No mesmo tom, Dilma afirmou que o Mercosul representa um "importante patrimônio comum" para a região, mas precisa se adaptar a novas circunstâncias e "diversificar as associações comerciais".

Além da reativação das negociações com a UE, a presidente brasileira defendeu o fortalecimento do Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) e a elaboração de programas para reduzir as assimetrias entre os Estados-membros.

Solução pacífica para a Venezuela

Dilma e Vázquez também discutiram sobre a situação na Venezuela. Segundo a presidente brasileira, os dois chefes de Estado defenderam que o país comandado por Nicolás Maduro busque solucionar os conflitos internos de maneira pacífica e democrática, "no marco constitucional do país". Dilma destacou que o entendimento entre os venezuelanos interessa ao conjunto dos povos latino-americanos.

Maduro tem enfrentado protestos de opositores, e muitos deles foram presos, acusados pelas autoridades de tentativa de golpe. Confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram dezenas de mortos no país.

Dilma e Vázquez destacaram ainda a parceria entre Brasil e Uruguai e as negociações em curso para ampliar o fluxo comercial e a integração entre os dois países, principalmente nas áreas de infraestrutura, indústria e energia.

Esta é primeira visita de Vázquez ao Brasil desde que reassumiu a presidência do Uruguai, em março passado.

MSB/abr/efe/dpa

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