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Brasil indica "A vida invisível" para disputar vaga no Oscar

27 de agosto de 2019

Longa do cearense Karim Aïnouz desbanca "Bacurau" em votação na Academia Brasileira de Cinema e tentará vaga entre indicados a melhor filme internacional. Premiada em Cannes, obra tem Fernanda Montenegro no elenco.

Cena do filme "A vida invisível", ambientado nos anos 1950
Cena do filme "A vida invisível", ambientado nos anos 1950Foto: DR

O longa A vida invisível, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz, foi escolhido nesta terça-feira (27/08) para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar de melhor filme internacional (antiga categoria de filme em língua estrangeira).

O filme desbancou outros 11 longas brasileiros, entre eles Bacurau, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, que em maio ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Cannes. A escolha foi feita por uma comissão especial indicada pela Academia Brasileira de Cinema, que assumiu a tarefa de avaliar os filmes há dois anos.

De acordo com Anna Muylaert, presidente da comissão, o placar foi apertado. Foram cinco votos a favor de A vida invisível e quatro para Bacurau. "Não foi consenso, mas todos gostamos do filme", afirma Muylaert, segundo o G1.

"Tomamos a decisão pensando nas chances do filme na campanha americana. É um dos maiores diretores do cinema brasileiro e tem influência no cinema americano, tem a Fernanda Montenegro, que já concorreu ao Oscar, e é um belíssimo filme."

Ambientado nos anos 1950, A vida invisível conta a história de duas irmãs cariocas, Eurídice e Guida, que vivem sob um rígido sistema patriarcal. Telenovelas da década de 1970 serviram de inspiração. No elenco estão Fernanda Montenegro, Carol Duarte e Gregório Duvivier. Em maio, o filme venceu o prêmio da mostra Un Certain Regard, em Cannes, e conta com parceria da produtora alemã The Match Factory. 

A obra foi baseada no romance A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, e tem a sua estreia nacional prevista para o final de outubro.

A indicação para disputar uma vaga no Oscar não significa que o filme vá conseguir chegar à próxima cerimônia da premiação, que ocorre em 9 de fevereiro. Após cada país indicar um representante para a categoria, dois comitês ligados à Academia vão analisar os filmes e escolher os finalistas.

Há 20 anos o Brasil não consegue uma vaga para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, categoria que foi rebatizada como filme internacional neste ano. O último longa brasileiro a disputar a estatueta nessa categoria foi Central do Brasil, também com Fernanda Montenegro, em 1999.

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