Brasil inicia repatriação de 3º grupo de brasileiros em Gaza
21 de dezembro de 2023
Voo da FAB partiu para o Egito para buscar brasileiros e familiares que deixaram enclave palestino. Na ida, aeronave leva 150 purificadores de água, cada um com capacidade de filtrar de mais de cinco mil litros por dia.
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O governo federal deu início na manhã desta quinta-feira (21/12) a mais uma operação para repatriar brasileiros da Faixa de Gaza.
Um avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) – a versão militar do Airbus A330 200 – decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo ao Cairo, no Egito. Na viagem de volta, a aeronave trará para o Brasil um novo grupo de brasileiros e familiares que já fez a travessia da fronteira entre Gaza e o Egito na cidade de Rafah.
A terceira leva de repatriados deve ser formada por 34 pessoas, segundo o portal G1. O número final de brasileiros e familiares de outras nacionalidades repatriados somente será divulgado após a chegada do grupo ao Brasil, o que deve ocorrer às 8h da manhã deste sábado, no horário brasileiro.
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Purificadores de água e kits voltaicos
O voo da FAB leva uma carga de ajuda humanitária destinada ao enclave palestino, com 150 purificadores de água portáteis, equipados com o chamado kit voltaico, que inclui painéis solares, inversores veiculares e controladores de carga para ampliar a autonomia de energia dos equipamentos.
Cada purificador tem capacidade aproximada de mais de cinco mil litros de água por dia. O governo brasileiro enviou também itens de reposição para o funcionamento adequado dos equipamentos pelo período adicional de um ano.
O embaixador da representação brasileira em Ramala, Alessandro Candeas, disse que a escassez de água potável em Gaza é crítica, especialmente no norte do enclave, o que faz com que a população utilize fontes salobras ou poluídas. Dentro desse quadro, a ONU alertou recentemente para gravidade da situação humanitária no enclave e para a possível disseminação de doenças, como diarreia e cólera.
Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, a Operação Voltando em Paz já realizou 11 voos de repatriação e resgatou 1.525 pessoas e 53 animais domésticos. Desses voos, oito partiram de Israel com brasileiros e familiares que lá estavam, um da Jordânia com brasileiros resgatados da Cisjordânia e outros dois com repatriados da Faixa de Gaza.
Após os ataques do grupo extremista Hamas a Israel em 7 de outubro, que mataram mais de 1,2 mil pessoas, a Faixa de Gaza vem sendo alvo de constantes bombardeios, além de uma ofensiva terrestre.
Autoridades palestinas afirmam que mais de 20 mil pessoas morreram nos ataques israelenses. A ação militar de Israel destruiu boa parte das infraestruturas do enclave e forçou o deslocamento de mais de um milhão de palestinos.
rc/bl (ots)
Morte e desespero em Gaza
Uma catástrofe humanitária atinge a Faixa de Gaza. Após os ataques do Exército israelense em retaliação aos atentados terroristas do grupo radical islâmico Hamas, o número de mortos e feridos só aumenta.
Foto: Fatima Shbair/AP/picture alliance
Fumaça preta sobre escombros
Uma imagem de destruição máxima: três dias após os ataques do grupo fundamentalista islâmico Hamas, classificado como organização terrorista pela UE, EUA e outros países, Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza. A retaliação foi anunciada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu: "O que faremos com nossos inimigos nos próximos dias repercutirá por gerações."
Foto: Belal Al SabbaghAFP/Getty Images
Centenas de prédios destruídos
Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), cerca de 800 edifícios na Faixa de Gaza foram completamente destruídos, e mais de 5 mil foram severamente danificados. Além disso, o abastecimento de água foi interrompido para cerca de 400 mil pessoas.
Foto: Mohammed Talatene/dpa/picture alliance
Mais de mil mortos de ambos os lados
Equipes de resgate buscam sobreviventes após ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza. Em apenas seis dias, o conflito entre o Hamas e Israel já deixou mais de 2,5 mil mortos de ambos os lados.
Foto: Mahmud Hams/AFP/Getty Images
Luto pelas vítimas
Um homem carrega o corpo de uma criança morta no ataque israelense ao campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, antes de ela ser enterrada ao lado de outras vítimas. Segundo autoridades de saúde palestinas nesta quinta-feira (12/10), mais de 440 crianças e mais de 240 mulheres estão entre os mortos em Gaza.
Foto: Mahmud Hams/AFP/Getty Images
Fugir para onde?
Palestinos na Faixa de Gaza fogem dos ataques israelenses em um micro-ônibus. Segundo informações da ONU, mais de 338 mil pessoas já foram deslocadas de suas casas. Grande parte está se abrigando em escolas, e outras, em residências particulares. A fuga de Gaza deixou de ser possível depois que Israel isolou a área.
Foto: Saleh Salem/REUTERS
Israel controla a fronteira
Tropas de Israel patrulham a fronteira com Gaza. Na noite de 7 de outubro, combatentes do Hamas romperam barreiras em alguns pontos e entraram em território israelense. A cerca, que tem 60 quilômetros de extensão, foi construída em 1994. A fronteira com o Egito também é cercada numa faixa de um quilômetro.
Foto: Oren Ziv/AP/picture alliance
Movimentação de tropas
Após a mobilização de mais de 300 mil reservistas por parte de Israel, muitas pessoas na Faixa de Gaza temem uma ofensiva terrestre das forças israelenses. Veículos e equipamentos militares foram agrupados ao longo da fronteira. Além disso, as populações das cidades israelenses que fazem fronteira com Gaza foram quase que totalmente evacuadas.
Foto: Ilia Yefimovich/dpa/picture alliance
"Desastre absoluto"
Crescem os temores de uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza. O secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados, Jan Egeland, alertou sobre um "desastre absoluto". Uma "punição coletiva" da população violaria a lei internacional: "Se crianças feridas morrerem em hospitais porque não há eletricidade, isso pode ser um crime de guerra."
Foto: Mahmud Hams/AFP/Getty Images
Jahia Sinwar, líder do Hamas
Jahia Sinwar, chefe do Hamas na Faixa de Gaza desde 2017, é considerado um dos líderes do ataque terrorista a Israel. O extremista, que cresceu em um campo de refugiados em Gaza, é o segundo homem mais poderoso depois do líder supremo Ismail Haniya. Sinwar conceitua "seu povo" como "mártires que preferem morrer a ceder à humilhação frente ao inimigo".
Foto: Mohammed Abed/AFP
Escalada da violência
A escalada da violência continua. Um porta-voz do Hamas disse a agências de notícias que toda vez que Israel bombardear civis sem aviso, um refém israelense será morto. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, respondeu à ameaça, alertando sobre mais violência contra os reféns: "Esses crimes de guerra não serão perdoados."