Segundo Ministério da Saúde, homem de 46 anos está internado em Belo Horizonte com suspeita de infecção por ebola. Ele chegou da Guiné há cinco dias e deve ser transferido para o Rio de Janeiro.
Anúncio
O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (11/11) que está investigando um caso suspeito de ebola em Belo Horizonte. Um brasileiro de 46 anos, vindo da Guiné, retornou ao país no dia 6 de novembro e, dois dias depois, começou a apresentar sintomas da doença.
O paciente, que terá seu nome preservado, foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Pampulha, na capital mineira, nesta terça-feira (10/11). Entre os sintomas estão febre alta, dor muscular e dor de cabeça.
"Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade, e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de ebola", afirmou o Ministério da Saúde, em nota.
O paciente deve ser encaminhado ainda nesta quarta-feira para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro, referência nacional para o tratamento de ebola. Segundo o ministério, a transferência seguirá todos os protocolos de segurança e será feita num avião da Força Aérea Brasileira.
"É importante tranquilizar a população. O Ministério da Saúde está tomando todas as medidas do protocolo nacional para casos suspeitos de ebola, com base nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Ainda de acordo com o órgão, a UPA da Pampulha está temporariamente sem receber novos pacientes. O caso está sendo acompanhado pelas equipes de vigilância do ministério e da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e todas as pessoas que tiveram contato com o paciente já foram orientadas e estão sendo monitoradas.
O resulto exame de ebola, que será feito no INI, deverá sair em 24 horas. Caso ele dê negativo, o paciente será submetido a outro exame para a confirmação.
O ebola é transmitido apenas depois que surgem os sintomas, por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados pelo vírus.
O primeiro caso da recente epidemia da doença foi registrado na Guiné em dezembro de 2013. A partir daí, o vírus se espalhou com rapidez pelos países vizinhos, Libéria e Serra Leoa. Até 1º de novembro, 28,6 mil casos foram detectados nessas regiões e 11,3 mil pessoas morreram de ebola, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.