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Brasil investiga três casos suspeitos de coronavírus

28 de janeiro de 2020

Internada em Minas Gerais, estudante esteve em Wuhan, o epicentro do surto. Outras duas suspeitas são registradas em Curitiba e São Leopoldo. Ministério da Saúde eleva classificação de risco para "perigo iminente".

Imagens de microscópio do novo coronavírus
Imagens de microscópio do novo coronavírusFoto: picture-alliance/dpa/Center of Disease Control

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (28/01) que investiga três casos suspeitos do novo coronavírus no país, em Belo Horizonte, Curitiba e São Leopoldo. A classificação de risco do vírus no país foi ainda elevada para "perigo iminente".

A primeira suspeita foi registrada em Belo Horizonte, Minas Gerais. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a paciente de 22 anos apresentou sintomas semelhantes aos da doença e seu quadro atual é estável. A estudante esteve em Wuhan, o epicentro do surto, e voltou ao Brasil em 24 de janeiro. Ela contou que não esteve no mercado onde teria começado o surto e também não teve contato com doentes em sua passagem pela China.

Ela está em isolamento até o resultado do exame. Outras 14 pessoas que tiveram contato com a jovem estão em observação. Passageiros que estiveram no mesmo voo estão sendo identificados.

As outras duas suspeitas foram registradas em Curitiba, Paraná, e São Leopoldo, Rio Grande dos Sul. Os dois pacientes estiveram recentemente na China. O resultado da análise dos casos deve sair até sexta-feira.

Mandetta afirmou que, por enquanto, não há evidências de que o vírus tenha chegado ao país. "É hora de tranquilizar a população. Não temos casos comprovados. Os casos que tivemos foram descartados, e só temos uma suspeita em Minas Gerais", afirmou. Nove casos teriam sido reportados, mas foram descartados após exames.

O Ministério da Saúde aumentou ainda a classificação de risco do coronavírus no país de "alerta" para "perigo iminente". Com a mudança, pacientes que estiveram em toda a China 14 dias antes de apresentarem os sintomas da doença passam a ser considerados casos suspeitos. Antes, a suspeita se restringia apenas à região de Wuhan.

"Falamos em perigo iminente quando se tem um vírus novo e a informação de que se tem transmissão sustentada em outro país, e pessoas que estiveram nesse país se movimentam em quantidade grande, o que se tem o perigo de o vírus entrar em território nacional", explica Mandetta, acrescentando que ainda é preciso descobrir como o vírus se comportaria em países com densidades populacionais menores do que a China.

O ministro destacou que o Brasil está preparado para detectar o vírus e possui um sistema de contingência que será atualizado. Mandetta recomendou que brasileiros evitem viagens à China neste momento.

"Não sendo estritamente necessário, recomendamos que não façam viagens até que o quadro todo esteja bem definido", disse. "Não é recomendável que a pessoa se exponha e depois retorne ao Brasil e exponha mais pessoas", acrescentou.

Mandetta afirmou que o país também está preparado para receber turistas estrangeiros para o Carnaval e para realizar ações de vigilância e controle necessárias.

O novo coronavírus já deixou mais de 100 mortos e mais de 4,5 mil doentes. A grande maioria dos casos foi registrada na China. As primeiras infecções do vírus, batizado provisoriamente de 2019-nCoV pela OMS, foram detectadas na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado. O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.

Além da China, há casos confirmados também em Hong Kong, em Macau, em Taiwan, na Tailândia, nos Estados Unidos, na Austrália, no Japão, na Malásia, em Cingapura, na França, na Coreia do Sul, no Vietnã, no Canadá, na Alemanha e no Nepal. 

O surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

CN/efe/ots

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