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Brasil perde uma posição no ranking do IDH

9 de dezembro de 2019

Apesar de ligeira melhora no índice de desenvolvimento humano da ONU, país cai para 79º entre 189 nações, registrando a segunda maior concentração de renda do mundo. Noruega, Suíça, Irlanda e Alemanha lideram lista.

Estagnação econômica do Brasil resulta em um crescimento menos acentuado do IDH, afirma Pnud
Estagnação econômica do Brasil resulta em um crescimento menos acentuado do IDH, afirma PnudFoto: picture-alliance/robertharding/A. Robinson

O Brasil perdeu uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2018 divulgado nesta segunda-feira (09/12), e ocupa agora a 79ª posição entre os 189 países avaliados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Nas primeiras posições estão Noruega (0,954), Suíça (0,946), Irlanda (0,942) e, em quarto lugar, Alemanha e Hong Kong aparecem empatados (0,939).

Apesar da queda, o Brasil se mantém entre as nações consideradas com alto desenvolvimento humano – a avaliação varia entre IDH baixo, médio, alto e muito alto.

Em 2018, o IDH do Brasil foi de 0,761, com um leve aumento de 0,001 em relação ao ano anterior. O índice avaliado pelo Pnud vai de 0 a 1 e tem como base indicadores de saúde, expectativa de vida, educação e renda. Quanto mais próximo de 1 o IDH, mais desenvolvido é o país.

Mesmo com essa pequena melhora no índice, o Brasil caiu de 78º para 79º. A queda se explica por um crescimento mais acentuado em Granada, que no índice anterior estava empatada com o Brasil.

Segundo o Pnud, a taxa anual de crescimento do IDH brasileiro nos últimos 18 anos foi de 0,78%, enquanto a expectativa de vida aumentou de 66 para 75 anos no mesmo período.

Em 2018, o Brasil aparece com o mesmo IDH que a Colômbia, empatados na quarta posição entre os países sul-americanos. No continente, o Chile aparece em primeiro (42º no índice global), à frente da Argentina (48º) e Uruguai (57º).

O diretor do escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud, Pedro Conceição, avalia que a estagnação econômica do Brasil observada nos últimos anos resulta em um "crescimento menos acentuado". Citado pelo jornal Folha de S. Paulo, ele ressalta, porém, que o país vem apresentando um "crescimento sustentado" nos últimos 30 anos, quando conseguiu ser elevado à categoria de alto IDH.

O relatório divulgou também o chamado IDH ajustado às desigualdades (IDAHD), com dados de 150 países, que avalia a perda do desenvolvimento humano em razão da desigualdade na distribuição dos ganhos.

Nesse ranking, o Brasil ficou apenas na 102ª posição (0,574), sendo o segundo país que mais perdeu no IDHAD entre as nações da América do Sul, atrás apenas do Paraguai, que ocupa a 112ª posição (0,545).

Além disso, o Brasil apresenta a segunda maior concentração de renda do mundo, depois do Catar. Os indicadores para medir a distribuição de renda entre a população de um país são a participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais ricos e participação na renda do 1% mais rico.

Esses dados revelam que quase um terço de todas as riquezas do Brasil está concentrado nas mãos do 1% mais rico. Os rendimentos dos 40% mais pobres aumentaram 14% acima da média entre 2000 e 2018, mas os rendimentos do 1% mais rico tiveram crescimento ainda maior, gerando maior aperto sobre as classes intermediárias (localizadas entre o 1% mais rico e os 40% mais pobres), que cresceram abaixo da média.

Por sua vez, o Índice de Desenvolvimento de Gênero do Pnud, que avalia as disparidades e desigualdades entre mulheres e homens, mostrou que as brasileiras ficam em posição inferior no que diz respeito à renda bruta, mas apresentam melhores condições de saúde e educação que os homens.

A renda nacional bruta per capita das brasileiras em 2018 foi 41,5% menor que a masculina: 10.432 dólares por ano para as mulheres contra 17.827 dólares para os homens. Elas, porém, têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 contra 15 dos homens) e maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6).

O Índice de Desenvolvimento de Gênero avalia as áreas da saúde, educação e renda com separação de sexo, as três dimensões básicas da desigualdade no desenvolvimento humano. No Brasil, o IDH dos homens foi de 0,761 e o das mulheres, de 0,757.

RC/ots

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