Brasil pulou do 15° para 5° lugar entre os que mais atraíram investimentos.
26 de julho de 2011Países emergentes, como a China e o Brasil, ganham cada vez mais importância para o mercado mundial como receptores de investimentos estrangeiros e também como investidores em outros países, de acordo com um relatório da ONU.
Em 2010, as economias emergentes e em desenvolvimento atraíram pela primeira vez mais da metade de todos os investimentos estrangeiros, ressaltou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) no relatório anual sobre investimentos apresentado nesta terça-feira (26/07). Em 2007, apenas um quarto dos investimentos estrangeiros diretos foram destinados a países emergentes ou em desenvolvimento.
Os EUA foram em 2010 a nação que mais atraiu investidores estrangeiros. Empresas investiram cerca de 230 bilhões de dólares na maior economia do mundo. A China ficou em segundo lugar, com um total de 175 bilhões de dólares (incluindo os investimentos de 69 bilhões de dólares em Hong Kong, terceiro da lista), enquanto o Brasil ficou em quinto, com investimentos estrangeiros no valor de 48 bilhões de dólares. Em 2009, o país ocupava a 15ª posição no ranking.
A Alemanha chegou em sexto lugar, com investimentos estrangeiros de cerca de 46 bilhões de dólares. Metade dos 20 países que mais atraíram investimentos do exterior em 2010 são nações e países emergentes ou em desenvolvimento.
Prova de reaquecimento
O volume total de investimentos estrangeiros no mundo subiu, entre 2009 e 2010, de 1,19 trilhão de dólares para 1,25 trilhão de dólares. A Unctad avalia esse crescimento como mais uma prova de recuperação na economia mundial após a crise financeira e econômica. "Se a coisa se desenvolver razoavelmente, então achamos que o reaquecimento econômico ganhará força, e daqui a dois anos poderemos atingir mais ou menos o nível que tínhamos alcançado antes da crise, com quase 2 trilhões de dólares", avaliou o representante da Unctad Joachim Karl.
Do total de 1,25 trilhão de dólares, em torno de 650 bilhões tiveram como destino os países emergentes e em desenvolvimento. As empresas buscaram, assim, se beneficiar das condições de produção baratas e dos mercados em rápido crescimento, segundo a organização. Além disso, as empresas investiram na exploração de recursos naturais, complementou a Unctad.
No entanto, segundo a Unctad, nem todas as regiões pobres puderam se beneficiar de investimentos estrangeiros de forma igual. Em 2010, menos capital fluiu para a África do que em 2009. Enquanto a soma de todos investimentos estrangeiros no continente em 2009 foi de mais de 60 bilhões de dólares, em 2010 este valor ficou em 55 bilhões. A maior parte do dinheiro foi para o setor de matérias-primas.
"Por outro lado, podemos dizer que o desenvolvimento em algumas outras regiões causam preocupação", observou Joachim Karl. "Especialmente na África, onde os ingressos continuam a diminuir. Mas também nos chamados países menos desenvolvidos, os países sem litoral e os pequenos Estados insulares, a coisa não vai muito bem", sublinhou.
Emergentes também investem cada vez mais
Países emergentes e em desenvolvimento se tornam também cada vez mais ativos como investidores, segundo a Unctad. Essas nações são responsáveis por cerca de 30% de todos os investimentos estrangeiros. Entre os 20 Estados mais ativos, seis são países emergentes.
A China se estabeleceu como maior investidor nos países mais pobres, tendo contribuído em 2010 com um total em investimentos no estrangeiro de quase 150 bilhões de dólares. No ranking da Unctad, a China ocupa a quinta posição entre os maiores investidores no estrangeiro (68 bilhões de dólares), sendo Hong Kong o quarto (76 bilhões). Os EUA continuam sendo o maior investidor no exterior em 2010 (329 bilhões de dólares), seguidos pela Alemanha (105 bilhões) e a França (84 bilhões).
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Revisão: Alexandre Schossler