Brasil recebe maior carregamento de doses da Coronavac
24 de dezembro de 2020
Mais 5,5 milhões de doses da vacina chinesa contra a covid-19 desembarcam no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Outros dois lotes estão previstos até o fim do ano.
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Chegou ao Brasil nesta quinta-feira (24/12) o quarto e maior lote vindo da China da Coronavac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No total, a carga tem o equivalente a 5,5 milhões de doses – 2,1 milhões de doses já prontas para aplicação e mais 2.100 litros de insumos, correspondentes a 3,4 milhões de doses, que serão envasadas no complexo fabril do Butantan, na capital paulista.
O governador de São Paulo, João Doria, compartilhou a notícia em seu perfil no Twitter.
O avião com a carga chegou ao Aeroporto Internacional de Viracopos às 5h30. O desembarque foi acompanhado pelo secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
"Este é mais um importante passo no enfrentamento da pandemia no Brasil. O imunizante atingiu um índice de eficácia superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde e, com isso, poderemos em breve solicitar à Anvisa o registro", disse Gorinchteyn.
Outros dois carregamentos devem desembarcar no país até o fim do ano, nos dias 28 e 30 de dezembro, totalizando 10,8 milhões de doses em solo brasileiro ainda em 2020. De acordo com o governo de São Paulo, o plano de imunização segue previsto para começar em 25 de janeiro, apesar das divergências com o governo federal.
As três entregas anteriores ocorreram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. O primeiro lote, com 120 mil doses, chegou ao Brasil no dia 19 de novembro. O segundo, com 600 litros a granel do insumo, correspondente a 1 milhão de doses, desembarcou em 3 de dezembro. Já a terceira remessa, com 2 milhões de doses, foi recebida no dia 19 de dezembro.
Na segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu a certificação de Boas Práticas de Fabricação para o laboratório Sinovac. Com isso, a Coronavac é a primeira vacina a receber o aval positivo de fabricação pela Anvisa.
O certificado é resultado de uma visita feita por técnicos da Anvisa e observadores do Instituto Butantan às instalações da Sinovac na China. O grupo inspecionou a produção entre 30 de novembro e 4 de dezembro e se reuniu com executivos da empresa chinesa.
Na quarta-feira, a Anvisa emitiu a Certificação de Boas Práticas a outra empresa chinesa, a WuXi Biologics, responsável pela fabricação do insumo farmacêutico ativo biológico da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).A equipe técnica da agência realizou a inspeção entre os dias 7 e 11 de dezembro.
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São Paulo adia divulgação de dados
Na quarta-feira, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram que a Coronavac apresentou segurança e atingiu o índice mínimo de eficácia exigido pelas agências regulatórias (50%). No entanto, o percentual exato de eficácia não foi divulgado.
A falta de dados específicos contrariou um anúncio prévio do governo paulista, que havia prometido a divulgação na quarta-feira. Foi o quarto adiamento do tipo. Anteriormente, o governo já havia manifestado que revelaria os dados em outubro e, depois, divulgou dois prazos diferentes em dezembro. A justificativa, desta vez, foi de que a Sinovac solicitou a base de dados para mais análises.
Segundo o governo de São Paulo, a empresa chinesa quer unificar e equalizar os dados com ensaios feitos na Turquia e Indonésia, com o objetivo de evitar a divulgação de índices diferentes. O prazo máximo previsto é de 15 dias.
Dessa forma, a Anvisa só deve receber os dados para registro após o fim desse processo. Após a entrega dos dados, a Anvisa estima que precisará de até dez dias para uma avaliação de uso emergencial. Já um registro definitivo tem prazo máximo de análise de 60 dias, que pode ser eventualmente apressado.
A Coronavac está no centro de uma guerra política entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro. O governador paulista negociou a vacima diretamente com os chineses, diante da falta de ação do governo federal. Bolsonaro não disfarça sua má vontade com o imunizante promovido pelo adversário político. Em outubro, ele chegou a desautorizar publicamente Eduardo Pazuello após o ministro da Saúde manifestar a intenção de comprar milhões de doses da Coronavac.
LE/ots
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.