Brasil registra 2.929 mortes por covid-19 em 24 horas
17 de abril de 2021
País já soma mais de 371 mil óbitos ligados ao coronavírus. Secretarias estaduais confirmam ainda 67 mil novos casos, e total de infectados vai a 13,9 milhões.
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O Brasil registrou oficialmente 2.929 mortes ligadas à covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) neste sábado (17/04).
Também foram confirmados 67.636 novos casos da doença. Com isso, o total de infecções no país chega a 13.900.091, e os óbitos somam agora 371.678.
Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.
Os números divulgados nos fins de semana também costumam ser mais baixos, uma vez que as equipes responsáveis pela notificação trabalham em escala reduzida.
O Conass não divulga número de recuperados. Segundo o Ministério da Saúde, 12.298.863 pacientes haviam se recuperado da doença até a noite de sexta-feira.
Com os dados de óbitos registrados neste sábado, a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 176,9 no país, a 13ª maior do mundo, se excluído o país nanico San Marino.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 566 mil óbitos. É ainda o terceiro país com mais casos confirmados, depois de EUA (31,6 milhões) e Índia (14,5 milhões).
Ao todo, mais de 140,2 milhões de pessoas contraíram o coronavírus no mundo, segundo números oficiais. Neste sábado, o planeta superou a trágica marca de 3 milhões de mortos na pandemia.
ek (ots)
Pandemia no Brasil pelos olhos de um fotógrafo de guerra
Após cobrir conflitos em 35 países, o fotógrafo francês Jonathan Alpeyrie dirigiu suas lentes à evolução da pandemia de covid-19 no Rio de Janeiro e Manaus. Um painel contundente.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Um rosto aos mortos
Com uma média diária de quase 4 mil mortos, o Brasil é um dos países mais atingidos pela pandemia. O fotógrafo francês Jonathan Alpeyrie esteve lá no terceiro trimestre de 2020, também para dar um rosto às muitas vítimas da covid-19. Como neste enterro no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, um dos maiores da América do Sul.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Último adeus com distanciamento
Morto pelo novo coronavírus, um sexagenário, membro importante da comunidade da Favela Santa Marta, no bairro de Botafogo, é levado para o túmulo por funcionários de vestes protetoras. Os moradores dos bairros cariocas mais pobres têm sido vítimas numerosas da fúria do vírus e de uma política de saúde mais do que caótica.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Boas intenções não bastam
Não faltam iniciativas bem intencionadas de mitigar os efeitos letais do vírus potente, veloz e em frequente mutação. Porém elas não bastam para compensar as falhas de um sistema de saúde cronicamente deficiente e de uma liderança política contraditória e mesmo irresponsável. A pandemia avança: o Instituto Oswaldo Cruz não descarta que, em breve, as mortes diárias cheguem a 5 mil ou mais.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Em meio à guerra da pandemia
O francês Jonathan Alpeyrie é um repórter de guerra clássico. Suas foto-reportagens já o levaram à Síria, Ucrânia, Afeganistão e a focos de conflito na África, entre outros. Em 2020 ele esteve em Manaus, onde a variante P.1 do coronavírus foi detectada pela primeira vez. Cientistas temem que ela seja duas vezes mais contagiosa do que a cepa original.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Cavando novas sepulturas
Atualmente pesquisadores partem do princípio que a virulenta mutação P.1 seja a predominante em todo o Brasil. O presidente Jair Bolsonaro é com frequência cada vez maior responsabilizado pelo descontrole da pandemia, após ter minizado a ameaça por tanto tempo. Neste cemitério de Manaus, novas sepulturas tiveram que ser cavadas em ritmo acelerado, para comportar os muitos mortos a cada dia.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Impacto econômico no Norte
O coronavírus já alcançou os recantos mais distantes do Amazonas, vitimando em especial as populações mais frágeis, como a indígena. Os jovens da foto vivem em palafitas a uma hora da capital. A pandemia os atinge também economicamente, pois, com o desaparecimento dos turistas, vão-se também suas possibilidades de ganhar a vida.
Foto: Jonathan Alpeyrie
Fé, a última que morre
Com tantas incertezas, a muitos brasileiros só resta mesmo a fé para ajudá-los a atravessar o dia a dia sem desesperar. Na Favela Santa Marta do Rio de Janeiro, este pastor abençoa os moradores: ao lado da pobreza, narcotráfico, ocupação policial e outras formas de violência, agora seu novo desafio é também sobreviver ao coronavírus.