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Brasil registra 49 mil novos casos e 1.212 mortes por covid

20 de agosto de 2020

Total de óbitos ultrapassa 110 mil, enquanto infecções somam 3,45 milhões. Rio e Ceará superam marca de 200 mil infectados cada. Pela primeira vez desde abril, taxa de contágio mostra desaceleração no país.

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Na atual semana epidemiológica, casos ficam estáveis e mortes apresentam leve queda em relação à anteriorFoto: Getty Images/A. Anholete

O Brasil registrou 49.298 casos confirmados de covid-19 e 1.212 mortes relacionadas à doença em 24 horas, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (19/08) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Ministério da Saúde.

O balanço eleva o total de infecções para 3.456.652, enquanto o total de óbitos chega a 111.100. Ao todo, 2.615.254 pessoas se recuperaram da doença, e 730.298 estão em acompanhamento, segundo o ministério. O Conass não divulga número de recuperados.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 721.377 casos e 27.591 mortes. O total de infectados no território paulista supera os registrados em quase todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.

A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 224.659, mas fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro (14.913 mortes), Ceará (8.241), Pernambuco (7.280) e Pará (6.015) em número de mortos, com 4.611 vidas perdidas para a doença.

O Rio é atualmente o terceiro em número de infecções, com 202.993 casos, seguido do Ceará, que tem 201.201 infectados. Ambos os estados superaram a marca de 200 mil casos de covid-19 nesta quarta-feira. O Pará vem em quinto com mais ocorrências, com 182.231.

Também nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde divulgou um novo boletim epidemiológico, apontando que os casos seguem estáveis no país, e as mortes apresentaram leve queda.

Segundo o boletim, entre 9 e 15 de agosto (33ª semana epidemiológica) o Brasil registrou 304.684 infecções, o que mostra estabilidade em relação à semana epidemiológica anterior, mas estanca um movimento de queda iniciado há três semanas.

O número de mortes, por outro lado, caiu 2%. Foram 6.755 óbitos contra 6.914 na semana epidemiológica anterior. Na média diária nessas semanas, houve queda de 988 para 965.

Segundo o ministério, seis estados tiveram acréscimo no número de novas pessoas infectadas entre a semana epidemiológica anterior e a atual, oito ficaram estáveis e 13 tiveram redução. Os maiores aumentos foram no Paraná (36%) e Mato Grosso do Sul (17%). Já as maiores quedas ocorreram no Acre (35%) e Rio Grande do Norte (30%).

Em relação às mortes, nove estados tiveram mais registros do que na semana anterior, cinco ficaram estáveis e 13 tiveram queda. As maiores altas foram no Paraná (34%) e Santa Catarina (31%), e as variações negativas mais significativas foram no Amapá (64%) e no Pará (50%).

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 52,9 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (13,59) e o Uruguai (1,16), considerados exemplos no combate à pandemia.

Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (62,37) e a Bélgica (87,19), ainda aparecem bem à frente. Mas esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.

O ritmo de transmissão da covid-19, por sua vez, está em desaceleração no Brasil pela primeira vez desde abril. A taxa de contágio no país é atualmente de 0,98, segundo dados do Imperial College de Londres. O índice mostra para quantas pessoas um paciente contaminado transmite o vírus.

No último fim de semana, o Brasil completou três meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério.

Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 95 mil novos óbitos e mais de 3 milhões de casos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e outras dezenas de militares.

Sob a intervenção pessoal do presidente Jair Bolsonaro e do Exército, a pasta também tentou esconder os números da epidemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 5,5 milhões de casos e mais de 172 mil óbitos. A Índia, que chegou a impor uma das maiores quarentenas do mundo no início da pandemia, agora é o terceiro país mais afetado, com 2,7 milhões de casos e 52 mil mortos.

Ao todo, mais de 22,2 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o planeta, enquanto mais de 783 mil morreram em decorrência da doença, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

EK/abr/ots

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