Brasil registra segunda morte por varíola dos macacos
30 de agosto de 2022
Homem de 33 anos estava internado no Rio e tinha comorbidades. Primeira vítima havia sido um homem de 41 anos, em Minas Gerais. Mais de 4,6 mil casos da doença já foram confirmados no país.
Vírus da varíola dos macacos em imagem de microscópioFoto: Cynthia S. Goldsmith, Russell Regner/CDC/AP/picture alliance
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A segunda morte por varíola dos macacos no Brasil foi registrada nesta segunda-feira (29/08), no Rio de Janeiro. A vítima era um homem de 33 anos que estava internado num hospital de Campos dos Goytacazes, no norte do estado.
A morte foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde, segundo a qual o paciente tinha comorbidades e o óbito ocorreu em decorrência de uma inflamação generalizada desencadeada por infecção pelo vírus da varíola dos macacos, ou monkeypox.
"O paciente tinha comorbidades, doenças graves que levavam à diminuição da imunidade, que no caso da infecção por monkeypox é potencialmente mais grave. Com isso, o paciente apresentou durante a internação complicações", disse a secretaria em comunicado.
Segundo o órgão, os contatos do paciente estão sendo monitorados e nenhum deles apresentou sintomas da doença. Há três casos de infecção pelo vírus confirmados em Campos dos Goytacazes no momento, mas todos os infectados têm histórico de viagem e não há circulação do vírus no município, diz o comunicado.
A primeira morte por varíola dos macacos no Brasil ocorreu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no fim de julho. A vítima era um homem de 41 anos, que estava em tratamento para outras doenças, incluindo um câncer, e, portanto, tinha a imunidade comprometida.
Até agora, o Brasil tem 4.693 casos de varíola dos macacos confirmados e outros 5.176 suspeitos, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda. A maioria das infecções foi registrada no estado de São Paulo (2.853), seguido por Rio de Janeiro (611) e Minas Gerais (260).
A Organização Mundial da Saúde declarou em 23 de julho a varíola dos macacos uma emergência de saúde global. Mais de 90 países onde a doença não é endêmica reportaram surtos, somando mais de 47,6 mil casos confirmados no mundo. No fim de julho, a OMS classificou a situação no Brasil como "muito preocupante".
lf (Reuters, ots)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.