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Brasil repudia medidas da Venezuela para barrar oposição

6 de fevereiro de 2018

Em nota, Itamaraty condena invalidação de partido Primeiro Justiça e proibição de Mesa da Unidade Democrática de participar de eleições presidenciais venezuelanas, que devem ocorrer até final de abril.

Presidente Nicolás Maduro
Governo de Maduro vem dificultando participação de opositores nas eleições presidenciaisFoto: picture-alliance/dpa//Prensa Miraflores/M. Garcia

O governo brasileiro criticou nesta terça-feira (06/02) decisões da Justiça da Venezuela que dificultam a participação da oposição nas próximas eleições presidenciais, que devem ocorrer até 30 de abril.

Em nota, o Itamaraty disse que a invalidação do partido Primeiro Justiça, do líder opositor Henrique Capriles, para o pleito é uma evidência do mais absoluto desprezo das autoridades venezuelanas.

"O governo brasileiro repudia o sistemático e inaceitável empenho do regime autoritário venezuelano em eliminar da atividade política os partidos, líderes e personalidades da oposição", ressaltou.

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O Primeiro Justiça divulgou na sexta-feira que a Justiça eleitoral havia rejeitado a tentativa do partido de se validar para o pleito, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) cancelar o processo de reinscrição de legendas que se recusaram a participar e que convocaram um boicote às eleições municipais.

Somado a isso, no fim de janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela ordenou a exclusão da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) do pleito presidencial de abril.

"A invalidação pelo conselho nacional eleitoral do partido Primeiro Justiça soma-se à inabilitação das agremiações Mesa da Unidade Democrática e Vontade Popular e à cassação dos direitos de Leopoldo López, Antônio Ledezma, Maria Corina Machado, Henrique Capriles, Freddy Guevara e David Smolanski, entre outros, como uma evidência a mais do absoluto desapreço das autoridades venezuelanas pelo pluralismo político e partidário", acrescentou o Itamaraty.

O governo reiterou ainda "sua certeza de que a reconciliação do povo venezuelano resultará de um diálogo de boa fé, com ampla participação das forças da oposição e da sociedade civil, na busca de uma saída pacífica para a crise que tanto assola esse povo irmão".

Eleições presidenciais

Em janeiro, a Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, composta unicamente por aliados do presidente Nicolás Maduro, aprovou um decreto que determinou a convocação de eleições presidenciais, já previstas para 2018, até 30 de abril. A data ainda não foi marcada.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, anunciou a candidatura de Maduro à reeleição. O presidente, que foi eleito em abril de 2013 para um mandato de seis anos, espera conseguir 10 milhões de votos dos quase 20 milhões de eleitores.

A convocação das eleições antecipadas foi criticada por grande parte da comunidade internacional, que vê na decisão um entrave ao processo de diálogo entre o governo venezuelano e oposição, que ocorre na República Dominicana.

Depois da convocatória, México e Chile retiraram-se da negociação, da qual participavam como mediadores, questionando uma alegada falta de garantias diplomáticas no processo eleitoral. Os EUA já anunciaram que não vão reconhecer o resultado do pleito.

CN/lusa/efe/ots

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