Mais 1.079 óbitos foram registrados nas últimas 24 horas, elevando total para mais de 99 mil. Casos da doença passam de 2,96 milhões, após a notificação de mais 50 mil diagnósticos com resultado positivo.
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O Brasil registrou mais 50.230 casos confirmados de covid-19 e 1.079 mortes em 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira (07/08). O balanço eleva o total de infecções para 2.962.442 e o total de óbitos para 99.572.
Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.
Ao todo, 2.068.394 pacientes se recuperaram da doença, e 794.476 estão em acompanhamento, segundo o Ministério da Saúde. O Conass não informa número de recuperados.
São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 608.379 casos e 24.735 mortes. O número de infectados no território paulista supera os registrados na maioria dos países do mundo, sendo menor apenas do que o contabilizado na Rússia (875 mil), na Índia (2 milhões) e Estados Unidos (4,9 milhões).
A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 187.892, e o sexto em número de mortos, com 3.843 vítimas. Já o Ceará tem 185.409 infecções e 7.921 óbitos, o que o coloca atrás do Rio de Janeiro (com 175.696 infecções e 14.023 óbitos) como o terceiro estado com mais mortes.
Além São Paulo, Bahia, Ceará e Rio de Janeiro, outros seis estados e o Distrito Federal registraram mais de 100 mil casos. São eles: Pará, Minas Gerais, Maranhão, Amazonas, Pernambuco e Santa Catarina.
Segundo o Conass, a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 47,4 no Brasil. Apesar de estar subindo nas últimas semanas, a cifra ainda é menor do que a registrada em nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (69,9), a Bélgica (86,3) e a Espanha (61).
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 4,9 milhões de casos e mais de 160 mil óbitos. Atrás de EUA e Brasil, os países mais atingidos são Índia (2,02 milhões de casos), Rússia (875 mil) e África do Sul (538 mil).
Ao todo, mais de 726 mil pessoas morreram em decorrência do vírus no planeta. Depois de EUA e Brasil, os maiores números absolutos de mortes se concentram no México (50 mil), Reino Unido (46,5 mil), e na Índia (41 mil).
A América Latina ultrapassou a Europa nesta sexta-feira no número de mortes por covid-19. A região registrou ao todo 213.120 óbitos pela doença, 460 a mais do que na Europa, de acordo com o levantamento da agência de notícias AFP.
As previsões para os Estados Unidos indicam um cenário sombrio. Especialistas da Universidade de Washington acreditam que a epidemia de covid-19 deve matar aproximadamente 300 mil americanos até dezembro deste ano. Os pesquisadores afirmam, porém, que 70 mil vidas podem ser salvas se o uso de máscaras for respeitado.
Na Europa, diversos países que haviam controlado a pandemia vem registrando aumento no número de casos. Para tentar conter a propagação da doença, a Alemanha tornou obrigatório o teste para a covid-19 para todos os viajantes que chegarem de regiões consideradas de alto risco por conta da pandemia do coronavírus. A medida entra em vigor a partir deste sábado (08/08). O exame será gratuito.
Vírus verbal: frases de Bolsonaro sobre a pandemia
"E daí?", "gripezinha", "não sou coveiro", "país de maricas": desde que o coronavírus chegou ao Brasil, presidente tratou publicamente com desdenho a crise. Enquanto a epidemia avança, suas falas causam ultraje.
Foto: Andre Borges/dpa/picture-alliance
"Superdimensionado"
Em 9 de março, em evento durante visita aos EUA, Bolsonaro disse que o "poder destruidor" do coronavírus estava sendo "superdimensionado". Até então, a epidemia havia matado mais de 3 mil pessoas no mundo. Após o retorno ao Brasil, mais de 20 membros de sua comitiva testaram positivo para covid-19.
Foto: Reuters/T. Brenner
"Europa vai ser mais atingida que nós"
A declaração foi dada em 15 de março. Precisamente, ele afirmou: "A população da Europa é mais velha do que a nossa. Então mais gente vai ser atingida pelo vírus do que nós." Segundo a OMS, grupos de risco, como idosos, têm a mesma chance de contrair a doença que jovens. A diferença está na gravidade dos sintomas. O Brasil é hoje o segundo país mais atingido pela pandemia.
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/GDA/O Globo
"Gripezinha" e "histórico de atleta"
Ao menos duas vezes, Bolsonaro se referiu à covid-19 como "gripezinha". Na primeira, em 24 de março, em pronunciamento em rede nacional, ele afirmou, que, por ter "histórico de atleta", "nada sentiria" se contraísse o novo coronavírus ou teria no máximo uma “gripezinha ou resfriadinho”. Dias depois, disse: "Para 90% da população, é gripezinha ou nada."
Foto: Youtube/TV BrasilGov
"Todos nós vamos morrer um dia"
Após visitar o comércio em Brasília, contrariando recomendações deu seu próprio Ministério da Saúde e da OMS, Bolsonaro disse, em 29 de março, que era necessário enfrentar o vírus "como homem". "O emprego é essencial, essa é a realidade. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós vamos morrer um dia."
Foto: Reuters/A. Machado
"A hidroxicloroquina tá dando certo"
Repetidamente, Bolsonaro defendeu a cloroquina para o tratamento de covid-19. Em 26 de março, quando disse que o medicamento para malária "está dando certo", já não havia qualquer embasamento científico para defender a substância. Em junho, a OMS interrompeu testes com a hidroxicloroquina, após evidências apontarem que o fármaco não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/F. Taxeira
"Vírus está indo embora"
Em 10 de abril, o Brasil ultrapassou a marca de mil mortos por coronavírus. No mundo, já eram 100 mil óbitos. Dois dias depois, Bolsonaro afirmou que "parece que está começando a ir embora essa questão do vírus". O Brasil se tornaria, meses depois, um epicentro global da pandemia, com dezenas de milhares de mortos.
Foto: Reuters/A. Machado
"Eu não sou coveiro"
Assim o presidente reagiu, em frente ao Planalto, quando um jornalista formulava uma pergunta sobre os números da covid-19 no Brasil, que já registrava mais de 2 mil mortes e 40 mil casos. “Ô, ô, ô, cara. Quem fala de... eu não sou coveiro, tá?”, afirmou Bolsonaro em 20 de abril.
Foto: picture-alliance/AP Images/A. Borges
"E daí?"
Foi uma das declarações do presidente que mais causaram ultraje. Com mais de 5 mil mortes, o Brasil havia acabado de passar a China em número de óbitos. Era 28 de abril, e o presidente estava sendo novamente indagado sobre os números do vírus. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre...”
Foto: Getty Images/A. Anholete
"Vou fazer um churrasco"
Em 7 de maio, o Brasil já contava mais de 140 mil infectados e 9 mil mortes. Metrópoles como Rio e São Paulo estavam em quarentena. O presidente, então, anunciou que faria uma festinha. "Estou cometendo um crime. Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha...". Dias depois, voltou atrás, dizendo que a notícia era "fake".
Foto: Reuters/A. Machado
"Tem medo do quê? Enfrenta!"
Em julho, o presidente anunciou que estava com covid-19. Disse que estava "curado" 19 dias depois. Fora do isolamento, passou a viajar. Ao longo da pandemia, ele já havia visitado o comércio e participado de atos pró-governo. Em Bagé (RS), em 31 de julho, sugeriu que a disseminação do vírus é inevitável. "Infelizmente, acho que quase todos vocês vão pegar um dia. Tem medo do quê? Enfrenta!”
Foto: Reuters/A. Machado
"País de maricas"
Em 10 de novembro, ao celebrar como vitória política a suspensão dos estudos, pelo Instituto Butantan, da vacina do laboratório chinês Sinovac após a morte de um voluntário da vacina, Bolsonaro afirmou que o Brasil deveria "deixar de ser um país de maricas" por causa da pandemia. "Mais uma que Bolsonaro ganha", comentou.
Foto: Andre Borges/NurPhoto/picture alliance
"Chega de frescura, de mimimi"
Em 4 de março de 2021, após o país registrar um novo recorde na contagem diária de mortes diárias por covid-19, Bolsonaro afirmou que era preciso parar de "frescura" e "mimimi" em meio à pandemia, e perguntou até quando as pessoas "vão ficar chorando". Ele ainda chamou de "idiotas" as pessoas que vêm pedindo que o governo seja mais ágil na compra de vacinas.