Brasil se torna maior exportador mundial de milho, mas deve perder posto
13 de junho de 2013Com a venda de 27 milhões de toneladas de milho ao exterior, o Brasil se tornou pela primeira vez, na safra 2012/2013, o maior exportador mundial do grão, mas deve perder o posto, no ano que vem, para os Estados Unidos, como aponta relatório divulgado nesta quinta-feira (13/06) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
A agência da ONU prevê que as exportações brasileiras de milho sofram uma queda até 2014 – de 27 para 23 milhões de toneladas – e que as vendas americanas atingirão 34 milhões de toneladas, 10 milhões acima da registrada na temporada atual.
“Em 2012/2013, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de milho”, diz o relatório da FAO. “Mas a recuperação nos estoques dos EUA deve elevar as exportações a até 34 milhões de toneladas.”
Em contrapartida, o Brasil deverá ser o primeiro na exportação de açúcar, sendo responsável pela metade do comércio mundial desse produto. A FAO ressalta, no entanto, que as operações estão ameaçadas pela deficitária infraestrutura do sistema de transporte e portuário no país.
"No Brasil, o alto custo persistente dos transportes continua pesando sobre o retorno dos agricultores, limitando possivelmente a área plantada e, dessa maneira, os ganhos da produção", afirma o texto.
A agência da ONU prevê também uma safra mundial recorde de grãos, incluindo o arroz, neste ano. Deverão ser produzidas mais de 2,46 bilhões de toneladas, o que representa um aumento de 6,5% em relação ao ano passado. O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela produção de trigo e milho.
Queda no preço do açúcar
No ano-safra 2013/2014, a relação entre oferta e demanda de grãos deve ficar estável. No período passado, houve uma diminuição na produção, o que ocasionou um aumento de preços. O consumo de cereais deve chegar a 2,4 bilhões de toneladas.
A expectativa é que as importações de alimentos movimentem mais de 1 trilhão de dólares até 2014, 13% a menos do que em 2011, ano recorde. O aumento dos preços de peixes e produtos de origem animal serão compensados pela baixa na maioria dos produtos básicos, principalmente o açúcar.
O preço do açúcar vem caindo desde novembro. Entre janeiro e abril, o valor foi 22% menor do que no mesmo período do ano passado. Segundo o relatório, a diminuição se deve ao anúncio de que o Brasil produzirá mais do que o esperado.
Essa queda foi repassada ao consumidor, inclusive em Brasil, China e Índia. O consumo mundial do açúcar deve aumentar de 24,3 quilos por pessoa no ano-safra 2011/2012 para 24,6 em 2012/2013.
"Nos países em desenvolvimento, a utilização do açúcar deve expandir em 2,6%, ou seja, 3,1 milhões de toneladas, ao total 121,8 milhões de toneladas, o equivalente a 70% do consumo global," diz o relatório
Segundo a organização, a produção mundial de soja baterá o recorde de 266 milhões de toneladas, 11 % a mais do que em 2011/2012. O Brasil aumentou a sua safra, e a expectativa é que o país venha pela primeira vez a exportar quase a mesma quantidade que os Estados Unidos, que teve uma queda na produção.
A FAO também apontou a tendência do aumento de 25% com relação à safra passada na produção de trigo no Brasil, totalizando 5,5 milhões de toneladas, valor considerado pela organização abaixo da média. O país é o segundo maior importador desse grão no mundo, e a expectativa para 2013 é a importação de 7,5 milhões de toneladas.
Com relação à carne, o país deve ter uma produção recorde de 9,5 milhões de toneladas, devido ao aumento da demanda internacional, às boas condições de pastagem e ao aperfeiçoamento das práticas de gestão da indústria. Esse crescimento deverá afetar a exportação desse produto, gerando um crescimento de 6%.