Ex-embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero aponta "falência total da liderança" de Bolsonaro em meio à pandemia. Para ele, "anti-ministro" comanda política ambiental, e "seita lunática" influencia parte do Itamaraty.
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O Brasil é governado por um presidente que não está preocupado com as qualificações profissionais, talento e preparo cultural de seus ministros, tendo os interesses de sua família como foco, e nos meios diplomáticos mundiais, o país é hoje motivo de gozação. Essa é a opinião de Rubens Ricupero, que foi diplomata de carreira entre 1961 e 2004, representante do Brasil junto aos órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra (1987-1991) e embaixador em Washington (1991-1993).
Ricupero foi também ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal no governo Itamar Franco e Ministro da Fazenda durante o período de implantação do Plano Real, em 1994. Atualmente, é presidente honorário do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial e diretor da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
Em entrevista à DW Brasil, Ricupero comenta a maneira como o governo Jair Bolsonaro vem enfrentando a pandemia do coronavírus, potenciais consequências de críticas de aliados do presidente à China e a atual política ambiental brasileira, que afirma ser uma "catástrofe" comandada por um "anti-ministro".
Ricupero também aborda a forte presença das ideias de Olavo de Carvalho no Itamaraty, que define como "uma influência nefasta, vinda de uma seita lunática".
Em meio à atual pandemia, Ricupero aponta uma "falência total da liderança". "Nosso presidente não quis ver a realidade, acabou brigando com os ministros da Saúde. Isso enviou uma mensagem confusa à população [...] O Brasil está descontrolado e se tornou o pior exemplo internacional contemporâneo", afirma.
DW: Na última quinta-feira (18/06), o senhor divulgou uma carta aberta com outros oito ex-ministros do Meio Ambiente, na qual denunciam um "desgoverno" no país, afirmando que a gestão do presidente Jair Bolsonaro representa uma ameaça tanto à saúde e à vida de brasileiros em meio à epidemia de covid-19 quanto às instituições democráticas, aos povos indígenas e ao meio ambiente. Como avalia a atual política ambiental brasileira?
Rubens Ricupero: A política ambiental é uma catástrofe. O homem que está lá [Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente] não é um ministro, é um "anti-ministro". Ele foi convocado para destruir tudo o que os que vieram antes fizeram. O que está acontecendo, a destruição da Amazônia e os incêndios, é uma consequência direta dessa política do governo. Boa parte do que destrói a Amazônia e o Cerrado é, justamente, a produção de alimentos que são exportados para a Europa. Isso vai acabar produzindo consequências graves.
Que consequências poderão ser sentidas no curto prazo?
Muitos fundos de investimento já declararam estar examinando a situação brasileira e que, se não houver uma melhora, vão suspender investimentos por aqui. O governo até reinstalou o Conselho da Amazônia na vice-presidência, com o general Hamilton Mourão. Foi anunciado um plano contra o desmatamento, que seria um "ambientalismo de resultados", mas até agora não se viu nada além de intenções no papel. O anti-ministro continua no cargo, não há verbas nem ações concretas. O único resultado que se viu até agora foi o de destruição. E isso agravará ainda mais a imagem do Brasil no exterior.
Pessoas próximas ao presidente Bolsonaro não têm poupado críticas à China. Em que medida esses episódios podem prejudicar essa relação?
Isso mostra bem o caráter irracional da política externa do atual governo. Além disso, a China não é apenas o maior parceiro comercial do Brasil, mas cada vez mais nós dependemos da China. Em maio passado, as exportações do Brasil para os Estados Unidos tiveram queda de 43%, mas para a China aumentaram 35%. No período, do total que o Brasil vendeu para o mundo inteiro, 40% foram para a China. Não tem sentido hostilizar o país.
Até agora, a China tem revelado uma atitude de relativa autocontenção. Mas isso tem um limite. Se continuarmos a assistir a episódios insultuosos, é claro que a China vai ter um comportamento cada vez mais distante. E na primeira alternativa que surgir para o país se abastecer de grãos ou de carne, ele não hesitará em abandonar os supridores brasileiros.
Isso nos deixaria em situação muito delicada, porque o outro grande mercado para esses produtos é a União Europeia, que se mostra cada vez mais resistente a comprar do Brasil por conta da política ambientalista que já abordamos, que está destruindo a Amazônia. Se isso acontecer, o Brasil talvez se encontrará praticamente sem alternativas no mercado externo.
No primeiro ano do governo Bolsonaro, um dos assuntos mais polêmicos foi a possibilidade de um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ser indicado ao posto de embaixador dos EUA. Como enxerga esse movimento de o governo federal indicar uma pessoa sem experiência comprovada na diplomacia? Fora isso, agora temos a indicação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para o Banco Mundial.
Lá atrás, o presidente já indicava o que viria: um governo com base nos interesses da própria família. Ele revela essa mesma inclinação com a indicação do Weintraub. As qualificações profissionais, talento e preparo cultural não significam nada. O que vale para ele é apenas a lealdade política e a mesma posição ideológica dentro dessa facção a que ele pertence.
No caso do Eduardo Bolsonaro, ele teve que desistir porque provavelmente o Senado Federal rejeitaria a indicação. No caso do Weintraub, temos uma situação semelhante. No início, Bolsonaro cogitou indicar o ex-ministro para uma embaixada, mas ele sabia que no Senado Weintraub seria rejeitado, então acabou encontrando esse posto que não depende de aprovação interna.
Todas essas escolhas revelam uma visão que não tem relação alguma com o interesse nacional, pois esses postos devem representar não apenas o interesse do governo, mas do país como um todo. É inadequado nomear, em um caso, o filho que não tem nenhum preparo especial para isso, e, no outro, uma pessoa que se define como militante. São pessoas desqualificadas para esses cargos. E isso contamina toda a política externa. É uma visão completamente alucinada.
Temos hoje no Itamaraty diversas pessoas que não escondem a influência de Olavo de Carvalho em sua formação cultural. Como essa presença do "olavismo" influencia nossas relações internacionais? Como está o clima no Itamaraty?
O clima no Ministério [das Relações Exteriores] é muito negativo. A maioria dos diplomatas, diria que mais de 90%, é contra essa orientação. Há uma minoria que apoia e se divide: em um grupo, há os carreiristas tradicionais, que aderem a qualquer governo apenas porque têm interesse em fazer carreira, mas não acreditam em nada; e um grupo ínfimo de pessoas como o Ernesto Araújo, influenciados pelas ideias do Olavo de Carvalho. É uma influência nefasta, vinda de uma seita lunática.
Nas últimas semanas, a Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty, promoveu vários seminários com indivíduos dessa tendência, figuras que ninguém conhece no Brasil e que sustentam teses completamente absurdas, de que a terra é plana e de que a pandemia é uma conspiração chinesa, por exemplo. É uma pena que o Ministério do Exterior se veja contaminado por esses fanáticos.
Nos meios diplomáticos mundiais, o Brasil hoje é motivo de gozação, é uma piada. O que ocorre aqui é pior do que o que ocorre nos EUA. Não tem nenhum paralelo com nenhum outro país. Na verdade não há nação que esteja em situação tão inacreditável quanto a nossa.
O presidente afirmou que, passada a epidemia do coronavírus, estudará a saída do Brasil da Organização Mundial da Saúde (OMS). O que representaria esse movimento?
Seria um absurdo. O Brasil foi um dos fundadores da organização. Um dos primeiros grandes diretores da OMS foi um médico brasileiro, o doutor Marcolino Gomes Candau, que ficou no cargo de 1953 a 1973. E o Brasil sempre teve uma relação muito próxima com a agência. Caso o governo tente, de fato, levar adiante essa ideia, penso que o Congresso deveria impedir. Da mesma forma que para entrar em uma organização o Congresso precisa aprovar, para sair a mesma lógica deveria se impor. Uma ação dessas afetaria o Brasil como um todo, e não apenas o Poder Executivo.
Dados citados pelo senhor já demonstram queda no comércio com os EUA. Isso nos leva à outra questão: quais os impactos de um alinhamento total e irrestrito do atual governo com a gestão Trump?
Esse alinhamento é mais com a pessoa do Trump do que com os EUA. Tanto isso é verdade que se o Trump perder as eleições em novembro, como parece possível pelas pesquisas de opinião atuais, ficaremos em uma situação bastante difícil, porque os democratas e o próprio Joe Biden são muitos críticos ao governo brasileiro. O Biden já fez declarações duras sobre o desmatamento e os incêndios na Amazônia. E há duas semanas, deputados democratas da Comissão de Orçamento e Tributos da Câmara dos EUA se opuseram a um acordo comercial com o Brasil.
Além do mais, não há muita lógica em buscar esse estreitamento tão forte de relações com os EUA porque a estrutura do comércio exterior brasileiro é muito concentrada no agronegócio. E nessa área os americanos são nossos concorrentes; os EUA não abrem mercado para nós. Os mercados para nós são União Europeia, China, Japão e países asiáticos em geral. Isso não faz nenhum sentido, trata-se apenas de uma elucubração devido à ideologia.
O Itamaraty também tem demonstrado apoio incondicional a Israel. Recentemente, o governo votou de forma contrária a uma resolução da ONU para reconhecer o direito internacional em territórios ocupados da Palestina. Em que essa aproximação com Israel ajuda o Brasil?
Essa política é uma consequência da pressão de um setor dos evangélicos. Há um setor evangélico que tem essa postura um pouco utópica de acreditar que Israel é uma espécie de encarnação do ideal religioso deles. Aí, apoiam medidas como a transferência da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém, que o governo chegou anunciar e depois não executou. Essa política que abandonou a postura de equidistância, de equilíbrio, que tínhamos antes, é muito prejudicial, pois aliena todo o mundo árabe e muçulmano – e nesse mundo estão importadores relevantes dos produtos do agronegócio brasileiro, como Egito, Arábia Saudita e Irã. Ao adotar essa posição, o Brasil mais uma vez prejudica os seus próprios interesses comerciais.
Segundo a revista Veja, o ministro Ernesto Araújo estaria articulando com o Ministério da Economia para derrubar as regras que proíbem a contratação de assessores no Itamaraty que não sejam da carreira diplomática. Quais os impactos para o Itamaraty?
Seria um golpe muito grave, porque o Itamaraty, há muitos anos, tem sido uma das raras exceções do serviço público brasileiro. Foi um dos primeiros que se profissionalizou, no qual o ingresso passou a ser exclusivamente na base do concurso, do Instituto Rio Branco. Isso há mais de 70 anos. Desde então, a lei que criou o Itamaraty não permitiu outros tipos de ingresso. É claro que nada impede que se possa solicitar alguma contribuição técnica de especialistas na base de consultoria, mas não são cargos permanentes.
Mais grave ainda é o fato de que essa manobra visa, sobretudo, nomear um cidadão, que, embora tenha pai brasileiro e mãe americana, nunca viveu aqui, chamado Gerald Brant. É um empresário ligado ao Steve Bannon, espécie de Olavo de Carvalho americano. Seria um absurdo colocar no próprio coração do Itamaraty, onde os assuntos mais importantes da política externa brasileira são tratados, um estranho. Acho isso violador à própria soberania brasileira. Se isso acontecer, acredito que haverá uma reação grande, até em matéria de ações junto ao Supremo Tribunal Federal, porque vai contra a própria Constituição Federal.
EUA e Europa fecharam fronteiras para brasileiros em meio à atual pandemia. O que perdemos ao sermos visto como um país incapaz de controlar a covid-19?
No caso brasileiro, deve-se muito a uma falência total da liderança. Nosso presidente não quis ver a realidade, acabou brigando com os ministros da Saúde. Isso enviou uma mensagem confusa à população, já que os governadores e prefeitos têm outra postura. E o resultado é esse: não são só os EUA e países da Europa, mas nossas nações vizinhas, viraram as costas para nós. Os três presidentes do Mercosul – Argentina, Uruguai e Paraguai – já fizeram declarações públicas de que estão preocupados e enxergam o Brasil como uma ameaça. Eles estão lutando para controlar a doença, mas o Brasil está descontrolado. O Brasil se tornou o pior exemplo internacional contemporâneo.
Reveja os principais fatos desde a confirmação do primeiro caso da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil, em fevereiro. Desde então, país está entre as nações com maior número de casos e mortos no mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Sena
Primeiro caso no Brasil
Após já ter se espalhado por cerca de 40 países, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil, o primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil apenas no final de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. (26/02)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/FotoRua/F. Vieira
Brasil registra primeiras mortes pelo novo coronavírus
A primeira vítima de covid-19 no país é um homem de 62 anos, morador de São Paulo e que sofria de diabetes e hipertensão. No mesmo dia, um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, anuncia a morte de um idoso de 69 anos com sintomas de coronavírus. (17/03)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Covid-19 em todos os estados
Roraima, o último estado que ainda não registrava casos do novo coronavírus, reporta dois infectados. Com isso, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal já têm casos de covid-19 confirmados. (21/03)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Governo restringe entrada de estrangeiros
Começa a valer a medida que restringe a entrada no país, via aérea, de pessoas vindas da Europa e de vários países asiáticos por 30 dias para conter a disseminação do coronavírus. A portaria não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados ou a imigrantes com autorização de residência no país. (23/03)
O presidente faz um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no qual conclama o país a "voltar à normalidade", pedindo que os estabelecimentos comerciais não fechem as portas e que as pessoas saiam do confinamento em suas casas. Ele chama a covid-19 de "gripezinha" e fala em "histeria" devido à pandemia. Bolsonaro é alvo de panelaços pelo oitavo dia consecutivo. (24/03)
Foto: YouTube/TV BrasilGov
Bolsonaro sanciona ajuda de até R$ 1,2 mil para informais
Bolsonaro sanciona um auxílio emergencial por três meses, no valor de 600 reais, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. (01/04)
Foto: picture-alliance/robertharding/I. Trower
Mortes por covid-19 no Brasil superam óbitos por dengue e H1N1 em 2019
O país soma 800 mortes em decorrência do novo coronavírus. Durante todo o ano passado, foram registrados 782 óbitos por dengue e outros 312 continuam em investigação, mostra boletim epidemiológico divulgado pela pasta da Saúde. De acordo com outro boletim epidemiológico, em 2019 morreram no Brasil 787 pessoas vítimas de Influenza A (H1N1). (08/04)
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/G. Amador
Garoto de 15 anos é primeiro ianomâmi a morrer por covid-19
O adolescente recebia cuidados em um leito de UTI num hospital em Boa Vista desde 3 de abril. Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), têm denunciado a subnotificação de casos de covid-19 entre indígenas e demonstrado preocupação com o risco para as comunidades. (10/04)
Foto: Adam Renan/Rede Amazônia Sustentável
Bolsonaro demite Mandetta
Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão ocorre dias depois de o titular da pasta ter dado uma entrevista contrariando a posição do presidente em relação à resposta à pandemia de covid-19. Mandetta defendia o isolamento social. O médico oncologista Nelson Teich foi escolhido para substituir Mandetta. (16/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Borges
Novo ministro da Saúde defende plano para saída do isolamento
Em sua primeira entrevista após assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich defende um plano para saída do isolamento e diz que o número de infectados no país é relativamente baixo se comparado com o total da população e não deve alcançar 70% da população em contato com a doença. "É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado." (22/04)
Foto: picture-alliance/ ZUMAPRESS/GDA/O. Globo
Brasil supera a China em mortes por covid-19
A contagem diária de mortes por covid-19 atinge número recorde com 474 óbitos, elevando o total de vítimas no país para 5.017. O Brasil se torna o 9º país com o maior número de mortes em todo o mundo, superando a China, onde surgiu a pandemia e 4.637 óbitos foram registrados. Ao ser questionado sobre as mortes, Bolsonaro responde: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?". (28/04)
Foto: AFP/M. Dantas
Bolsonaro livra agentes públicos de responsabilidade por erros durante epidemia
De acordo com medida provisória (MP) editada por Bolsonaro, agentes públicos apenas poderão ser responsabilizados nos âmbitos civil e administrativo se houver "dolo ou erro grosseiro", "manifesto, evidente e inescusável, praticado com culpa grave" e "com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia". Dias depois, o STF limitou o alcance da MP. (14/05)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Covid-19 atinge dezenas de povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que, até 15/05, 38 povos indígenas do país já haviam sido afetados pelo coronavírus. A associação contabilizou 446 infecções e 92 mortes em comunidades indígenas. A maioria das infeções foi registrada na Amazônia, onde está localizada a maioria das comunidades isoladas. Mas também há casos no Sul, Centro-Oeste e Nordeste. (15/05)
Foto: Reuters/B. Kelly
Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde
Menos de um mês após ter assumido o cargo, Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde. Ele afirma que a saída foi decisão dele, sem dar detalhes sobre os motivos. "A vida é feita de escolhas. E hoje eu escolhi sair", destaca. Ele e Bolsonaro vinham discordando sobre medidas na gestão da epidemia. O general Eduardo Pazuello assume o cargo interinamente. (15/05)
Foto: Reuters/A. Machado
Sem base científica, governo amplia uso da cloroquina
O Ministério da Saúde divulga um novo protocolo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19, permitindo que os medicamentos sejam administrados também em casos leves da doença. A mudança do protocolo foi feita a pedido de Bolsonaro, apesar de não haver comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. (20/05)
Foto: Getty Images/AFP/G. Julien
Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19
Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassa a Itália e se torna o terceiro país com mais mortes pela covid-19. O país contabiliza 34.021 mortes e fica atrás apenas dos EUA (108.211) e do Reino Unido (39.987). (04/06)
Foto: Reuters/R. Moraes
Brasil amplia orientações de uso da cloroquina contra a covid-19
O Ministério da Saúde informa que vai ampliar as recomendações de uso da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, passando a orientar a aplicação precoce das drogas em crianças e grávidas diagnosticadas com a doença. O anúncio ocorre no mesmo dia em que os EUA revogam seu uso emergencial no tratamento da covid-19. (15/06)
Foto: AFP/G. Julien
Casos de covid-19 passam de 1 milhão no Brasil
O Brasil supera a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19, após registrar um recorde de 54.771 novas infecções pelo novo coronavírus em apenas 24 horas. Menos de quatro meses após a confirmação do primeiro caso, o país soma 1.032.913 ocorrências da doença e é o segundo do mundo com mais casos e mortes, atrás apenas dos EUA. (19/06)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Vacina de Oxford contra covid-19 começa a ser testada no Brasil
O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes de uma vacina desenvolvida pela universidade britânica. O projeto financiado pela Fundação Lemann contará com 2 mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio. A vacina está atualmente na fase 3 de testes. Um dos motivos que levaram à escolha do Brasil foi o fato de a epidemia estar em ascensão no país. (22/06)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Juiz manda Bolsonaro usar máscara em público
O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, impõe ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Em caso de descumprimento, o magistrado fixou um multa diária de R$ 2 mil. (22/06)
Foto: Getty Images/AFP/E. SA
UE estende proibição à entrada de viajantes do Brasil
Lista elaborada por Bruxelas recomenda que Estados-membros reabram suas fronteiras para viajantes de 15 países a partir de 1º de julho. Brasil, EUA e Rússia ficam de fora devido ao alto número de casos de covid-19. (30/06)
Foto: Delfim Martins
Bolsonaro diz estar com covid-19
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07)
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Casos de covid-19 passam de 2 milhões no Brasil
Menos de um mês depois de o país ter atingido o número de 1 milhão de infectados, em 19 de junho, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número de casos identificados da doença dobrou em menos de um mês. (16/07)
Foto: picture-alliance/E. Lustosa
Brasil: 100 mil mortos por covid-19
Menos de seis meses após a identificação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país cruzou a marca de 100 mil mortes pela doença. O número de casos chegou a 3 milhões. Mesmo num ritmo de mil mortes por dia, o governo do país segue defendendo a flexibilização do isolamento e minimizando os impactos do vírus. (08/08)
Foto: Getty Images/A. Schneider
Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil
CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow
Brasil autoriza testes de mais uma vacina contra covid-19
Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários participando dos testes. É a quarta vacina a obter autorização no país. (18/08)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Saldo do coronavírus após seis meses no Brasil
Somada à falta de testes e à desigualdade social, resposta de Bolsonaro à covid-19 contribuiu para que o país virasse o segundo do mundo com mais óbitos devido à pandemia, atrás dos EUA. Seis meses após primeiro caso confirmado no Brasil, país acumula mais de 3,6 milhões de infecções e 116 mil mortes por covid-19, números que devem ser maiores devido à falta de testes e à subnotificação. (26/08)
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMA Wire/D. Oliveira
Índia passa Brasil e é segundo país com mais casos de covid-19
País registra mais de 90 mil novas infecções pelo coronavírus por dois dias consecutivos, elevando o total de casos para mais de 4,2 milhões. Brasil ainda é a segunda nação com mais mortes em decorrência da doença. (07/09)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/C. Anand
Pazuello é efetivado como ministro da Saúde
General ocupava posto há quatro meses na condição de interino. No período, submeteu a pasta completamente aos desejos de Bolsonaro, tentou esconder números e viu mortes por covid-19 no país explodirem. (16/09)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Brasil adere à iniciativa global por vacinas contra covid-19
Governo anuncia inclusão em programa mundial que monitora desenvolvimento de imunizantes e inclui mais de 170 países. Nações envolvidas receberão doses para cobrir ao menos 20% de suas populações. (19/09)
Foto: Adriano Machado/Reuters
Brasil ultrapassa marca de 5 milhões de casos de covid-19
Pouco mais de sete meses depois do primeiro caso de covid-19, o Brasil passou nesta quarta-feira (07/10) a marca de cinco milhões de pessoas infectadas. Segundo o Conass, o país registrou mais 31.553 infecções nas últimas 24 horas, elevando o total para 5.000.694. Ainda nesta quarta-feira, foram registradas mais 734 mortes, elevando o total para 148.228.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Basso
Testes no Brasil mostram segurança de vacina chinesa, diz Butantan
Segundo instituto, resultados preliminares em estudo de fase 3 feitos no país são semelhantes aos de ensaios clínicos feitos na China. São Paulo quer começar vacinação no início do próximo ano. (19/10)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/A. Zemlianichenko
"Pandemia deve elevar tanto a fome quanto a obesidade entre brasileiros"
Ex-chefe da FAO, José Graziano se diz preocupado com queda na qualidade da alimentação de crianças fora da escola, bem como com fim do auxílio emergencial, que pode levar milhões a passarem fome e dependerem de caridade. (20/10)
Foto: DW/N. Pontes
Brasil incluirá vacina chinesa em calendário nacional de vacinação
Ministério da Saúde pretende comprar 46 milhões de doses da Coronavac e iniciar imunização em todo país já em janeiro. Resultados de testes ainda são aguardados para liberação de imunizante no país. (20/10)
Foto: Andre Lucas/dpa/picture-alliance
Anvisa autoriza importar 6 milhões de doses de vacina chinesa
Após polêmica envolvendo a Coronavac, a Anvisa autorizou no dia 23 de outubro a importação de 6 milhões de doses da vacina produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Butantan. A licença é só para importação da vacina. Sua distribuição depende de autorização da própria Anvisa. Enquanto ela não autorizar a aplicação, o Butantan deve armazenar as doses e garantir que elas não sejam usadas.