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Brasil tem 41,5 mil novos casos e 709 mortes por covid-19

15 de agosto de 2020

No dia em que completa três meses sem um ministro da Saúde, país supera 3,3 milhões de infectados pelo novo coronavírus e 107 mil óbitos ligados à doença, segundo dados dos governos federal e estaduais.

Menino usando máscara coloca luva de plástico em favela no Rio, auxiliado por um adulto
Ao todo, 2.404.272 pessoas se recuperaram da doençaFoto: Reuters/P. Olivares

O Brasil registrou neste sábado (15/08) um total de 41.576 novos casos confirmados de coronavírus e mais 709 mortes em decorrência da doença, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde.

O balanço eleva o total de infecções para 3.317.096 e o total de óbitos para 107.232. Ao todo, 2.404.272 pessoas se recuperaram da doença, e 805.592 estão em acompanhamento, segundo o ministério. O Conass não divulga número de recuperados.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores no país, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação. As cifras reportadas no fim de semana também costumam ser mais baixas, já que equipes responsáveis pela notificação funcionam em escala reduzida.

São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 697.530 casos e 26.780 mortes. O número de infectados no território paulista supera os registrados em quase todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.

A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 214.379, mas fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Pará em número de mortos, com 4.338.

O Ceará segue em terceiro em número de infecções, com 197.381, seguido do Rio, que tem 190.614 casos. Com 14.526 óbitos, o Rio é o segundo estado com mais mortos.

Segundo o Conass, a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 51,0 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (12,42) e o Uruguai (1,10), considerados exemplos no combate à pandemia.

Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (70,37) e a Bélgica (86,88), ainda aparecem bem à frente. Esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.

Neste sábado, o Brasil completa três meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério.

Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 90 mil novos óbitos e mais de 3 milhões de casos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e outras dezenas de militares.

Na prática, o ministério, sob os militares, vem referendando sem questionamentos as diretrizes de Bolsonaro, que é contra medidas amplas de isolamento social e que promove a cloroquina como uma "cura" contra a covid-19, mesmo sem embasamento científico.

Sob a intervenção pessoal do presidente e do Exército, a pasta também tentou esconder os números da epidemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 5,3 milhões de casos e mais de 169 mil óbitos.

Ao todo, mais de 21,8 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o mundo, enquanto mais de 767 mil pessoas morreram em decorrência da doença, segundo a contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

EK/ots

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