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CriminalidadeBrasil

Brasil tem 80 assassinatos de pessoas trans no 1º semestre

7 de julho de 2021

Como não há dados oficiais, número real deve ser ainda maior, denuncia Associação Nacional de Travestis e Transexuais. País é o que mais mata pessoas trans no mundo.

Sapato de salto nas cores do Brasil
Em 2020, associação registrou recorde de 175 assassinatos de travestis e mulheres trans no BrasilFoto: Imago/ZumaPress/C. Faga

O Brasil teve 80 assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre de 2021, afirmou nesta quarta-feira (07/07) a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Como não há dados oficiais, o número real deve ser ainda maior.

Entre as vítimas está uma adolescente de 13 anos que foi morta a pauladas no interior do Ceará, em janeiro, por um menor de idade. Ele é a mais jovem vítima do transfeminicídio do país.

A Antra registrou ainda, no primeiro semestre de 2021, nove suicídios, 33 tentativas de assassinatos e 27 violações de direitos humanos de pessoas trans.

País que mais mata

Em 2020, a associação registrou um número recorde de assassinatos de travestis e mulheres trans, com um total de 175 casos. Um ranking internacional colocou o Brasil na primeira posição, em todo o mundo, em assassinatos de pessoas trans.

Boletim de Notícias (07/07/21)

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Segundo a Antra, considerando as vítimas para as quais foi possível determinar a idade, apenas 12 conseguiram ultrapassar a estimativa média de vida de uma pessoa trans, que é de 35 anos, e a maioria era negra.

A Antra denunciou ainda a ausência de ações por parte dos estados e municípios para enfrentar a violência transfóbica e também a falta de dados sobre LGBTI-fobia, homicídios e violações de direitos humanos das pessoas trans.

"As prefeituras e governos dos estados, através de suas secretarias de segurança pública, devem assumir urgentemente uma agenda que inclua a defesa da vida das pessoas trans", exigiu.

Grupo mais vulnerável

A Antra afirmou que a dinâmica do assassinato de pessoas trans não segue o mesmo padrão dos homicídios em geral por combinar elementos como racismo, violência de gênero e transfobia estrutural, além da intensidade com que os assassinatos são cometidos.

"Há diversos casos de tentativas de assassinatos, ataques transfóbicos e desaparecimentos anteriores ao fato consumado, que posteriormente se confirmam em assassinatos ou homicídios."

"O cenário de perseguição a projetos que incluem diversidade sexual e de gênero e os assassinatos de pessoas trans denuncia que esse é o grupo mais vulnerabilizado, marginalizado e violentado entre a comunidade LGBTI+, principalmente travestis e mulheres trans, que enfrentam maior processo de precarização de suas vidas", afirmou a associação.

as/lf (OTS)

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