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Brasil tem mais de 50 mil casos e 1.200 mortes em 24 horas

25 de julho de 2020

Ao todo, país soma quase 2,4 milhões de infecções e mais de 86 mil mortes em decorrência do coronavírus. Prefeitura do Rio suspende réveillon em Copacabana. Mundo tem novo recorde diário de casos, com mais de 284 mil.

Pessoas de máscara nas ruas do Rio
Taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 41,1 no BrasilFoto: picture-alliance/AA/F. Teixeira

O Brasil registrou neste sábado (25/07) um total de 51.011 novos casos confirmados de coronavírus e mais 1.204 mortes, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O balanço eleva o total de infecções para 2.394.377 e o total de óbitos para 86.442.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 479.481 casos e 21.517 mortes. O número de infectados no território paulista supera até mesmo os registrados em países europeus duramente atingidos pela crise de covid-19, como Reino Unido, Espanha e Itália.

O Ceará é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 161.597, e o terceiro em número de mortos, com 7.476 vítimas. Já o Rio de Janeiro tem 156.293 infecções e 12.808 óbitos, o que o coloca atrás de São Paulo como o segundo estado com mais mortes.

Neste sábado, a prefeitura do Rio disse que decidiu suspender a tradicional celebração de réveillon na praia de Copacabana. A cidade afirmou que a festa de fim de ano, que costuma reunir 3 milhões de pessoas, assim como o Carnaval de 2021, "não é viável neste cenário de pandemia sem a existência de uma vacina".

Nos próximos dias, a Empresa de Turismo do Rio (Riotur) apresentará ao prefeito Marcelo Crivella diferentes formatos possíveis para o evento da virada, sem presença direta de público, em um modelo virtual, onde será possível atingir o público pela TV e pelas plataformas digitais.

Na véspera, a prefeitura de São Paulo, por sua vez, anunciou o adiamento do Carnaval do próximo ano e o cancelamento de eventos tradicionais, como a Parada LGBTQI+, que já havia sido adiada para novembro.

A nova data para o Carnaval ainda não foi definida. O prefeito Bruno Covas informou que os festejos só deverão ocorrer a partir de maio, evitando o mês de junho para não coincidir com as festas de São João. Em 17 de julho, São Paulo já havia anunciado o cancelamento da festa de réveillon na Avenida Paulista.

Segundo o Conass, a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 41,1 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (6,31) e o Uruguai (0,99), considerados exemplos no combate à pandemia.

Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (68,83) e a Bélgica (85,95), ainda aparecem bem à frente. Esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.

Neste sábado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que testou negativo para a covid-19, sem especificar quando o exame foi realizado. Esse seria o quarto teste feito pelo presidente desde que ele anunciou ter sido infectado e o primeiro destes a dar negativo.

O anúncio de que Bolsonaro contraiu o vírus, em 7 de julho, foi recebido com escárnio por parte da população brasileira e chamou grande atenção da imprensa europeia, que destacou a postura negacionista do presidente em relação à gravidade da pandemia, sua inércia para conter o avanço da doença e o desrespeito às medidas de proteção.

Recentemente o Brasil completou dois meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério.

Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 70 mil novos óbitos e mais de 2 milhões de casos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e outras dezenas de militares.

Na prática, o ministério, sob os militares, vem referendando sem questionamentos as diretrizes de Bolsonaro, que é contra medidas amplas de isolamento social e que promove a cloroquina como uma "cura" contra a covid-19, mesmo sem embasamento científico.

Sob a intervenção pessoal do presidente e do Exército, a pasta também tentou esconder os números da epidemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 4,1 milhões de casos e mais de 146 mil óbitos.

Mundo tem novo recorde diário de casos

Na sexta-feira, o mundo registrou um novo recorde diário de casos confirmados, com mais de 284 mil infecções em 24 horas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

"Esse aumento é impulsionado pela alta transmissão em países grandes e populosos nas Américas e no Sul da Ásia", disse a entidade em comunicado neste sábado. A OMS alertou que países como Brasil e Índia continuam registrando recordes de casos diários, enquanto os números seguem preocupantes nos Estados Unidos e na África do Sul.

Ao todo, mais de 15,8 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o mundo, enquanto mais de 641 mil pessoas morreram em decorrência da doença.

EK/afp/abr/ots

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