País lança campanha para vacinar mais de 11 milhões de crianças, após surto da doença no Amazonas e em Roraima. Só em 2018, foram registrados 822 casos, e suspeita é de que vírus tenha chegado com venezuelanos.
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Com 822 casos confirmados de sarampo no país, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (31/07) uma campanha de vacinação contra a doença e a poliomielite. O governo pretende vacinar 11,2 milhões de crianças até o dia 31 de agosto.
A campanha foi lançada diante da preocupação da volta de doenças que já haviam sido erradicadas no país. Apesar de ter recebido em 2016 da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o certificado de eliminação da circulação do sarampo, o Brasil enfrenta atualmente um surto do vírus em Roraima e no Amazonas.
Dos 822 casos confirmados de sarampo, 519 foram no Amazonas e 272 em Roraima. Outras 3.831 suspeitas estão sendo investigadas. O surto foi ocasionado pela importação do vírus que veio da Venezuela. Casos foram registrados ainda em Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Já no caso da poliomielite, erradicada em 1994, apesar de não haver casos de paralisia no país, o Ministério da Saúde constatou que 312 municípios estão com cobertura vacinal abaixo de 50% e quer evitar que o vírus possa voltar ao Brasil. Em junho, um caso da doença foi registrado na Venezuela.
"A melhor forma de proteção é a vacina. É importante vacinar. Saúde é uma responsabilidade de todos nós. A consciência da nossa população é que vai determinar o sucesso desta campanha", afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
"Às vezes enfrentamos uma situação como essa [do sarampo], que nos traz um alerta, porque temos uma falsa impressão de que a doença foi eliminada do país. É a cobertura vacinal elevada que faz a doença desaparecer. E é por isso que devemos continuar vacinando nossos filhos, para manter essas doenças longe do Brasil", acrescentou Occhi.
O Ministério da Saúde adquiriu 28,3 milhões de doses de ambas as vacinas. Todos os estados já foram abastecidos.
A campanha, que começa na próxima segunda-feira, pretende imunizar todas as crianças com idades entre 1 e 5 anos. Mesmo crianças que estão com esquema vacinal completo devem ser levadas a postos de saúde para receber mais um reforço.
O sarampo é extremamente contagioso, transmitido pela tosse, espirro, saliva e secreções nasais. O vírus causa febre alta, tosse, olhos inflamados e manchas vermelhas pelo corpo; e pode ser fatal. Em alguns países é a principal causa de morte de crianças menores de 5 anos.
A poliomielite é transmitida por meio do contato com saliva ou fezes de infectados. A maior parte dos casos apresenta sintomas semelhantes a infecções respiratórias – como febre e dor de garganta – e gastrointestinais – como náusea, vômito e prisão de ventre. Porém, em cerca de 1% dos casos, a infecção pode atacar o sistema nervoso, provocando paralisia, que pode causar sequelas permanentes e levar à morte.
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.