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Brasil vê "instituições fascistas" em constituinte de Maduro

20 de julho de 2017

Ministro Aloysio Nunes diz temer agravamento das tensões na Venezuela e que Brasil não quer "situação que possa levar à guerra civil, instabilidade no continente e intervenção de gente de fora".

Venezuela Proteste
Polícia enfrenta manifestantes durante protesto em Carabobo, VenezuelaFoto: picture-alliance/dpa/C.Hernandez

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que a Assembleia Constituinte defendida pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, incorpora instituições eleitorais fascistas.

Leia mais: Alemanha e Espanha apelam a Maduro que desista de Constituinte

"Nos preocupamos muito porque [o referendo] é um elemento de agravamento do conflito, na medida em que vai criar duas ordens institucionais: a ordem da Constituição bolivariana, que criou a Assembleia Nacional, e esta nova Constituinte com base numa legislação que incorpora instituições eleitorais fascistas", afirmou Nunes em entrevista à agência de notícias Lusa, publicada nesta quinta-feira (20/07).

O ministro disse temer um agravamento das tensões na Venezuela. "A América do Sul é um continente de paz, tem que ser um continente de paz. Nós não queremos que haja uma situação que possa levar a uma guerra civil, uma instabilidade no nosso continente e uma intervenção de gente de fora", destacou.

Sobre a consulta simbólica organizada pela oposição venezuelana no domingo passado, Nunes disse que a participação popular de mais de 7 milhões de pessoas, "que votaram em condições adversas", mostra que a população do país deseja democracia. "A mobilização do povo [venezuelano] pela democracia mostra a força dessa ideia", concluiu.

Nesta segunda-feira, num comunicado divulgado logo após o plebiscito, o Ministério das Relações Exteriores havia declarado que a adesão popular ao plebiscito organizado pela oposição venezuelana era um sinal de que o povo queria restaurar o Estado democrático de Direito.

O governo brasileiro pediu também às autoridades venezuelanas para cancelarem a eleição da Assembleia Constituinte, cujas regras "violam o direito ao sufrágio universal e o próprio princípio da soberania popular".

Apesar dos apelos do Brasil e de outros países, Maduro declarou que "nada nem ninguém" poderá deter a realização da Assembleia Constituinte. Os protestos contra o governo de Maduro se intensificaram desde 1º de abril, causando ao menos 94 mortos.

A suspensão da Venezuela será um dos temas em discussão na 50ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que começa nesta quinta-feira, em Mendoza, na Argentina. O Brasil assume a presidência rotativa do bloco.

AS/lusa