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Brasil vence México com show de Neymar e da torcida

Philip Verminnen20 de junho de 2013

Novamente decisivo, atacante do Barcelona faz golaço, dá passe para outro e comanda vitória brasileira em Fortaleza. Clima no estádio foi de festa, mas, do lado de fora, foi marcado por novos protestos e confrontos.

Foto: picture-alliance/dpa

Num jogo marcado por uma atuação de gala de Neymar, uma grande festa da torcida em Fortaleza e, novamente, protestos do lado de fora do estádio, o Brasil venceu nesta quarta-feira (19/06) o México por 2 a 0 e chegou aos seis pontos no grupo A da Copa das Confederações.

Na partida, o Brasil teve o seus momentos de domínio de jogo, principalmente no começo de cada tempo. Sem mostrar muita inspiração no meio-campo e problemas com as bolas áreas no sistema defensivo, a seleção brasileira contou com uma tarde inspirada do craque Neymar. Antes da partida, o atacante já havia dito, no Twitter, que entraria “em campo inspirado por essa mobilização”. E não foi diferente.

O novo astro do Barcelona abriu o marcador com um linda finalização, de primeira, logo aos oito minutos. E, já nos acréscimos, após uma jogada desconcertante, tocou para Jô fechar o placar final. O destaque negativo ficou por conta da atuação apagada do atacante Fred, que mal tocou na bola e foi substituído no segundo tempo.

Com a vitória, a seleção brasileira alcançou um recorde histórico. O Brasil é o primeiro país a conseguir nove vitórias consecutivas e dez partidas seguidas sem derrota na história da Copa das Confederações. Os jogadores tentaram conter a euforia.

"Em qualquer competição, o Brasil é um dos favoritos, mas mantemos os pés no chão", disse Neymar, mantendo a cautela. "O próximo jogo é contra a Itália, uma grande seleção."

Nem tudo foi festa. Antes da partida, como já virou praxe nos arredores dos estádios que sediam partidas da Copa das Confederações, manifestantes bloquearam ruas em protestos contra a corrupção, a Fifa e os altos gastos com a Copa do Mundo. Houve confronto com policiais e até jornalistas credenciados foram barrados nas imediações do estádio.

Cerca de 30 mil manifestantes protestaram nos arredores do Castelão e entraram em confronto com a políciaFoto: picture-alliance/dpa

Dentro do Castelão, na hora do hino nacional, alguns torcedores viraram de costas e levantarem cartazes de protesto. Os 11 titulares do Brasil cantaram abraçados e deram um claro sinal de união e vontade de representar o povo brasileiro. A torcida cantou junto, como há muito tempo não se via.

Gol logo no início

Assim como contra o Japão, a seleção brasileira começou a todo vapor. A rede mexicana balançou logo aos quatro minutos do primeiro tempo. O gol de Oscar, porém, foi corretamente anulado por impedimento de Neymar, que havia cruzado a bola para a área mexicana.

O ímpeto inicial não esfriou e, quatro minutos depois, veio o gol brasileiro. Daniel Alves cruzou da direita, o zagueiro Francisco Rodríguez desviou a bola para a entrada da área e Neymar acertou de primeira um belo chute no canto direito do goleiro José Corona. Mais um golaço da jovem estrela brasileira, que comemorou seu segundo gol na competição com o famoso soco no ar, à lá Pelé. Com o gol, Neymar é o segundo atleta brasileiro a marcar nos dois primeiros jogos do Brasil em Copa das Confederações - o primeiro foi Ronaldinho em 1999.

Aos 13 minutos, em mais uma investida pelo lado direito, Daniel Alves tentou cruzamento, mas a bola foi direto no ângulo de Corona, que se esticou todo e colocou a bola para escanteio.

Passados os primeiros 15 minutos, o México equilibrou a partida. Principalmente nas bolas áereas, a defesa brasileira demonstrou ainda não estar encaixada. Em um lance discplicente, o lateral-esquerdo Marcelo tentou dar um chapéu dentro da grande área, perdeu a bola e Hiram Mier aproveitou para arrematar cruzado, com perigo para a meta de Júlio César.

Mais preso na marcação, coube a Neymar tentar carregar a bola pra frente e desafogar a defesa brasileira. As investidas do jogador do Barcelona eram paradas com faltas, algumas mais duras. Quando a zaga mexicana não conseguia parar Neymar, o camisa dez criava sempre um lance de perigo para a meta mexicana. Aos 22 minutos, após belo lançamento de Fred, ele dominou no peito, tirou Mier da jogada e fuzilou de pé esquerdo, por cima do gol.

Daí em diante, só o México fazia a bola circular. A partida ficou mais truncada e com algumas faltas mais pesadas. Até Neymar pegou gosto em derrubar o dez mexicano, Giovani dos Santos. O México continuou com as bolas levantadas na área brasileira e, em um dos muitos cruzamentos, David Luiz, na tentativa de afastar a bola, cabeceou a nuca de Thiago Silva. No encontro, o zagueiro do Chelsea machucou o nariz e ficou quase quatro minutos fora de campo para estancar o sangramento.

Foi um primeiro tempo com começo avassalador do Brasil, mas com um final de etapa preocupante. Nos primeiros 23 minutos, a seleção brasileira finalizou sete vezes contra o gol mexicano, contra nenhuma nos 22 minutos restantes.

Com Jô, mais movimentação

O México voltou do vestiário com uma dura missão para o segundo tempo. O Brasil nunca perdeu uma partida em Copa das Confederações quando marcou o primeiro gol. Foram 28 vitórias e dois empates.

Mas o que parece estar se tornando uma marca registrada desta seleção de Luiz Felipe Scolari – pressionar o adversário nos momentos iniciais de cada tempo de jogo – voltou a acontecer. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Neymar cobrou uma falta para dentro da grande área do México e, após um desvio em Luiz Gustavo, Thiago Silva completou para o gol. Foi o segundo gol brasileiro anulado corretamente na partida.

Aos nove minutos, Hulk tabelou com Neymar, apareceu livre na cara do goleiro Corona e chutou na rede pelo lado de fora. Fred, que estava sumido no jogo, estava livre na pequena área, pedindo o passe que não veio.

No lance seguinte, Neymar passou fácil pelo lateral-esquerdo Carlos Salcido e bateu cruzado. Hulk chegou atrasado, e a bola saiu pela linha de fundo.

No minuto 15, a melhor chance do México no jogo. Andrés Guardado recebeu livre na esquerda e cruzou rasteiro para Chicharito. David Luiz deu o carrinho providencial e salvou a seleção de tomar o primeiro gol na competição.

A partida seguia parelha no segundo tempo. Giovani dos Santos driblou três zagueiros brasileiros, entrou na diagonal e foi derrubado. O árbitro inglês Howard Webb nada marcou. No contra-ataque, Paulinho fez fila no meio-campo até a entrada da área, tocou para Neymar, que chutou entre as pernas do zagueiro para grande defesa de Corona.

Lateral-esquerdo Marcelo teve problemas para conter as investidas da seleção do México pelo seu setorFoto: V.Almeida/AFP/GettyImages

A sobrevida do México na competição dependia muito das jogadas individuais de Giovani dos Santos e Pablo Barrera, que infernizava o lado esquerdo da defesa brasileira. Todo cruzamento na área brasileira era um deus-nos-acuda. David Luiz, Thiago Silva e Luiz Gustavo tiveram muito trabalho para cortar as bolas sempre perigosas.

O único que ainda tentava algumas ações de ataque pelo lado brasileiro era o incansável Neymar. Com dribles e até um chapéu desconcertante, Neymar carregou o Brasil, quase que sozinho, para o campo de ataque. Nem as faltas duras o intimidaram.

Já nos acréscimos do jogo, o craque recebeu a bola pelo lado esquerdo e a levou até a linha de fundo. Marcado por dois zagueiros mexicanos, tabelou com os próprios pés, enganou um dos defensores, passou a bola entre as pernas do outro, correu entre os dois e rolou para Jô só empurrar para o gol vazio. Golaço pela jogada – um drible no estilo futsal do ex-santista.

Com o gol, o atacante Jô se tornou o primeiro jogador da história da Copa das Confederações a marcar nos acréscimos em duas partidas seguidas consecutivas. Contra o Japão, ele balançara as redes aos 48 minutos do segundo tempo, e contra o México o fez aos 46 minutos.

Ficha técnica

Local: Estádio Castelão – Fortaleza

Gols: Neymar (8 do primeiro tempo); Jô (47 do segundo tempo)

Cartões amarelos: Thiago Silva e Daniel Alves (Brasil); Guardado, Rodríguez e Herrera (México)

Arbitragem: Howard Webb (Inglaterra), auxiliado por seus compatriotas Michael Mullarkey e Darren Cann.

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar (Hernanes); Neymar, Hulk (Lucas) e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

México: José Corona; Gerardo Flores (Hector Herrera), Francisco Rodríguez, Héctor Moreno e Carlos Salcido; Jorge Torres (Pablo Barrera), Gerardo Torrado, Andrés Guardado e Hiram Mier; Giovani dos Santos e Chicharito Hernández. Técnico: José Manuel de la Torre.

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