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Brasil vence "roubado", mas placar foi justo

Marcio Weichert3 de junho de 2002

Para jornalistas alemães, vitória brasileira sobre a Turquia foi mais do que merecida, mas só se concretizou com ajuda do juiz. Breitner vê Brasil como favorito.

Ronaldo (dir.) comemora seu gol de empate com os reservasFoto: AP

Comentarista do programa Ran, que exibe diariamente à noite na emissora privada Sat-1 compactos das partidas da Copa do Mundo, Paul Breitner acha que o Brasil não precisava do pênalti para vencer. "Os brasileiros ganharam de 2 a 1 graças a um claro erro do juiz. Mas mesmo sem um presente destes, eles teriam que ter vencido esta partida", observou o campeão mundial de 1974.

Para ele, o Brasil é um dos favoritos no mundial do Japão e Coréia do Sul, mas ainda precisa acertar o passo. "Infelizmente ainda falta entrosamento entre os jogadores, pois eles nunca atuaram antes juntos, nem mesmo nas Eliminatórias. Mas estou certo de que eles vão subir de produção a cada jogo e justificar o papel de favorito que eu atribuo a eles", acrescentou confiante.

Juiz pró-Brasil

– Jornal de maior circulação na Alemanha, o Bild igualmente explora em sua versão online a polêmica do gol decisivo. "2x1, Brasil com muita sorte – Pênalti presenteado! Rivaldo acertou no meio do coração dos turcos", intitulou o diário. Sensacionalista, o periódico carregou nas tintas: "O tetracampeão tem um novo grande torcedor: o juiz Young Jo Kim." O Bild considerou ainda que o Brasil "jogou futebol sensacional" e que, fora o pênalti, "a vitória foi merecida".

O site da revista esportiva Kicker destaca igualmente o momento do gol decisivo, com o título "Rivaldo mostrou sangue frio na marca do pênalti". Segundo a principal publicação esportiva da Alemanha, "os brasileiros ficaram na corda bamba até o fim, apesar do grande número de boas chances" e "no balanço geral o magro resultado foi justo".

Impaciência com desperdício

– Ao relatar a partida, a Kicker ressaltou que Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho "mantiveram os dedos do goleiro Rüstü sempre quentes" e que em boa parte do tempo o verdadeiro duelo foi "Rüstü versus Brasil". A grande quantidade de chutes a gol chegou, durante a transmissão do jogo, a deixar o narrador Wilfried Mohren, da emissora pública ARD, impaciente. "De quantas chances eles ainda vão precisar?", questionou, poucos segundos antes de Ronaldo balançar a rede turca e empatar o marcador em Ulsan.

A agência alemã de notícias esportivas SID destacou que esta segunda-feira foi o dia da estréia na Copa do Mundo das superestrelas mundiais: Ronaldo e Rivaldo, além de Vieri pela Itália (autor dos dois gols de sua seleção sobre o Equador). "As superestrelas (brasileiras) salvaram o recordista mundial de títulos de um vexame", afirma o boletim da SID com o resumo da vitória do Brasil sobre a Turquia.

Lúcio firme ou pálido?

– "Ronaldo e Rivaldo surgiram na Ásia, em sua estréia no mundial, tal como Fênix das cinzas", escreveu o correspondente Dietmar Kramer, que mais adiante acrescentou: "Em Ulsan, não faltou muito para que os atrevidos turcos produzissem a segunda grande surpresa do mundial, após a vitória de 1 a 0 do Senegal sobre a França". Noutra matéria, a SID avaliou que "os sul-americanos deram um banho no meio de campo, mas seu latim acabava na área adversária".

De olho nos jogadores que atuam no futebol alemão, a imprensa alemã foi unânime nos elogios ao armador turco Bastürk, do Bayer Leverkusen. Mas houve divergências quanto ao desempenho do brasileiro Lúcio. Para a Kicker e a SID, o zagueiro teve atuação firme, enquanto a agência alemã de notícias DPA considerou "pálido" seu desempenho e viu "várias falhas bobas na defesa" brasileira.

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