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Brasileiros na Europa votam mais na esquerda ou na direita?

29 de setembro de 2022

Eleitorado brasileiro no exterior atinge recorde de 697 mil, e a maioria está no continente europeu. Veja como foi a votação nas principais metrópoles em eleições recentes.

Brasileiros participam de protesto em 2021 contra o presidente Jair Bolsonaro em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim
Brasileiros participam de protesto em 2021 contra o presidente Jair Bolsonaro em frente ao Portão de Brandemburgo, em BerlimFoto: Cristiane Ramalho/DW

Neste ano, um número recorde de brasileiros deve votar no exterior para presidente. A quantidade de pessoas cadastradas nesta modalidade pela Justiça Eleitoral chegou a 697 mil, um crescimento de 39% em relação a 2018 e quase o dobro dos 354 mil de 2014.

O fenômeno acompanha a emigração de brasileiros, que disparou nos últimos anos, segundo dados do próprio Itamaraty – eram quase 2 milhões vivendo no exterior em 2012, número que passou a 3 milhões em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2020, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), bateu a marca dos 4,2 milhões – desse total, 1,3 milhão estão na Europa.

É justamente o velho continente que abriga a maior fração do eleitorado brasileiro no exterior – são 307 mil, entre eles 246 mil na União Europeia, 34 mil no Reino Unido e 24 mil na Suíça.

Esquerda x direita

Em 2006 e 2010, candidatos do PT levaram a melhor entre os brasileiros que viviam na Europa, mas com margens apertadas.

A partir de 2014, contudo, o forte antipetismo que marcou a campanha daquele ano deu as caras também na Europa – ao ponto de o candidato de oposição da época, Aécio Neves (PSDB), vencer em todas as cidades do continente, à exceção de Liubliana, na Eslovênia, país do Leste Europeu com um contingente inexpressivo de votos – 19 no total, dos quais 12 votos foram para a presidente reeleita à época, Dilma Rousseff (PT).

Brasileiros participam de protesto contra a corrupção em Munique em 2016. Antipetismo deu a Bolsonaro maioria dos votos em 2018 na cidade alemãFoto: Paulo Brito

O antipetismo também prevaleceu em 2018, quando a maioria dos eleitores brasileiros na Europa escolheu Jair Bolsonaro (PL), dando a ele 55,6% dos votos no continente – margem muito similar ao resultado geral da eleição.

Mas diferentemente de Aécio, o candidato de extrema direita não foi unanimidade. Bolsonaro foi o mais votado em dez das 15 principais metrópoles do continente com o maior contingente de eleitores: Londres (Reino Unido), Zurique e Genebra (Suíça), Milão e Roma (Itália), Madri (Espanha), Munique (Alemanha) e as portuguesas Lisboa e Porto. Já seu opositor, Fernando Haddad (PT), venceu em Paris (França), Barcelona (Espanha), Roterdã (Holanda) e nas alemãs Berlim e Frankfurt.

Mas tem um detalhe: nas últimas duas eleições, a taxa de abstenção do eleitorado que vota no exterior tem sido muito superior à média nacional – manteve-se na casa dos 60%, enquanto que no Brasil ela girou em torno de 20%.

Em 2022, os maiores colégios eleitorais na Europa estão em Portugal, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha, Suíça, França, Irlanda, Holanda e Bélgica.

Mulher segura cartaz em apoio à ex-presidente Dilma Rousseff durante ato em 2016 em Berlim. Cidade tem oscilado na preferência entre esquerda e direita nos últimos anos.Foto: DW/C. Neher

Antipetismo tem prevalecido em Portugal; na Alemanha varia

Lisboa, capital portuguesa, é hoje a cidade com maior número de brasileiros aptos a votar, com mais de 45 mil eleitores. Nas duas últimas votações, a maioria da comunidade brasileira de lá optou por Aécio e Bolsonaro – o mesmo se repetiu em Porto e Faro.

Portugal terá neste ano a maior comunidade de eleitores brasileiros na Europa – mais de 80 mil. Logo atrás vem a Alemanha, com 36 mil distribuídos em Berlim, Munique e Frankfurt.

No caso alemão, a tendência de voto nos últimos anos tem variado. Berlim deu maioria para Aécio em 2014, mas votou em peso em Haddad em 2018 – o petista teve mais do que o dobro de votos de Bolsonaro.

Em Frankfurt e Munique, 2014 também foi de Aécio. Já em 2018, o candidato do PT ganhou em Frankfurt por uma diferença de apenas 51 votos, mas foi vencido por Bolsonaro em Munique.

Mas tanto em Portugal quanto na Alemanha a abstenção foi alta, oscilando entre 60% e 70% nesse período.

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