Brexit será "fantástico" para o Reino Unido, diz Trump
27 de janeiro de 2017
Presidente dos EUA afirma que país europeu ganhará identidade própria ao sair da UE. Em encontro com premiê britânica, republicano destaca "relação especial" entre os aliados transatlânticos.
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Após se reunir com a primeira-ministra britânica, Theresa May, nesta sexta-feira (27/01), o presidente americano, Donald Trump, elogiou a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE), afirmando que isso será algo "fantástico" para o país.
Trump disse que, como homem de negócios, lidar com a Europa era "muito, muito difícil" e "uma experiência muito ruim", enquanto as relações com o Reino Unido eram muito mais tranquilas. Por isso, acredita, deixar o bloco europeu será positivo para os britânicos.
O presidente americano afirmou que, após a saída da UE, o Reino Unido terá sua "própria identidade". "Vocês terão as pessoas que querem no seu país. Vocês poderão estabelecer acordos de livre comércio sem alguém observando o que vocês fazem", disse.
Após o encontro em Washington – o primeiro com um líder estrangeiro desde que tomou posse, há uma semana –, Trump prometeu "apoio duradouro" à "relação especial" histórica entre os dois países. "Juntos, os EUA e o Reino Unido são um farol para a prosperidade e o Estado de direito."
Os dois líderes prometeram reforçar os laços, e May sugeriu que um acordo comercial específico com Washington poderá mitigar os efeitos do Brexit.
A premiê britânica agradeceu ao novo presidente americano pelo convite para visitar a Casa Branca, se dizendo honrada. Ela afirmou que o encontro é um indicativo da força e da importância de manter boas relações entre os dois aliados. "Há muito em que concordamos", afirmou.
May disse que Trump aceitou um convite da rainha Elizabeth 2ª para uma visita de Estado neste ano. O presidente deve ser acompanhado da esposa, Melania Trump.
LPF/ap/dpa/afp
Qual o poder do presidente dos EUA?
Chefe de governo e de Estado da maior potência econômica e militar do planeta é frequentemente considerado a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem por isso seu poder é ilimitado.
Foto: Klaus Aßmann
Assim diz a Constituição
O presidente é eleito por quatro anos e pode ser reeleito apenas uma vez. Ele é chefe de Estado e de governo. É tarefa dele fazer com que as leis aprovadas pelo Congresso sejam executadas. Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham para o Poder Executivo. O presidente pode, como principal diplomata, receber embaixadores e, assim, reconhecer Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Balanço entre os poderes
Cada um dos três poderes pode intervir no outro, o que limita de poder de todos. O presidente pode indultar pessoas e nomear juízes federais, mas apenas com a concordância do Senado. O presidente nomeia também, entre outros, seus ministros e embaixadores – se os senadores derem o aval. Esse é um dos meios que o Legislativo tem para controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
Discurso sobre o Estado da União
O presidente tem que informar o Congresso sobre o destino do país, e ele faz isso em seu "discurso sobre o Estado da União". Apesar de não ter o poder de apresentar propostas de leis ao Congresso, ele pode expor suas prioridades no seu discurso. Assim, pode fazer pressão sobre o Congresso. Mas não mais do que isso.
Foto: Klaus Aßmann
Ele pode simplesmente dizer "não"
Se o presidente enviar de volta ao Congresso um projeto de lei sem sua assinatura, significa que ele usou seu poder de veto. E esse veto somente poderá ser revogado por uma maioria de dois terços nas duas câmaras. De acordo com o Senado, dos cerca de 1.500 vetos na história dos EUA, somente 111 foram derrubados.
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Zona nebulosa na definição de poder
A Constituição e decisões da Suprema Corte não deixam bem claro quanto poder o presidente tem de fato. Uma brecha permite um segundo tipo de veto, o chamado "pocket veto". Sob certas circunstâncias, o presidente pode colocar uma proposta legislativa "no seu bolso", ou seja, ela não vale. O Congresso não pode derrubar esse veto. Essa manobra foi usada mais de mil vezes.
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Decretos que são válidos como leis
O presidente pode determinar como os funcionários do governo cumprirão seus deveres. Esses decretos presidenciais têm força de lei e não necessitam de aprovação parlamentar. Ainda assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. A Justiça pode declarar um decreto inválido, ou o Congresso pode aprovar uma lei contrária. E, ainda, o próximo presidente pode simplesmente revogar um decreto.
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Contornar o Congresso
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas o Senado deve aprová-los com uma maioria de dois terços. Para contornar isso, em vez de tratados, os presidentes podem fazer uso de "acordos executivos", que não precisam ser aprovados pelo Congresso. Eles são válidos enquanto o Congresso não vetá-los ou aprovar legislação que torne o acordo inválido.
Foto: Klaus Aßmann
Comandante em chefe
O presidente é o comandante em chefe das tropas, mas é o Congresso que tem o poder de declarar guerra. Não está claro, porém, se um presidente pode enviar tropas para uma região em conflito. Na Guerra do Vietnã, o Congresso entendeu que um limite havia sido ultrapassado e interveio por lei. Ou seja, o presidente só pode assumir competências enquanto o Congresso não agir.
Foto: Klaus Aßmann
Impeachment
Se um presidente abusar do poder do cargo ou cometer um crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Mas há um instrumento muito mais poderoso para parar qualquer iniciativa presidencial: o Congresso tem a competência de aprovar o orçamento e pode simplesmente fechar a torneira de dinheiro do presidente.