Em comunicado conjunto, líderes de países do grupo expressam "profunda preocupação" e pedem que tensão na Península da Coreia seja solucionada pacificamente e pelo diálogo. Temer defende desarmamento nuclear.
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Em comunicado da 9ª cúpula de chefes de Estado e de governo do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na cidade chinesa de Xiamen, os líderes do bloco condenaram duramente nesta segunda-feira (04/09) os testes nucleares norte-coreanos. Neste domingo, a Coreia do Norte anunciou ter testado uma bomba de hidrogênio.
"Expressamos nossa profunda preocupação com a atual tensão e com a prolongada questão nuclear na Península Coreana e enfatizamos que a situação deve ser apenas solucionada por intermédio de meios pacíficos e diálogo direto entre todas as partes envolvidas", diz a declaração conjunta emitida em Xiamen.
Mais cedo, durante a abertura da cúpula, o presidente Michel Temer manifestou preocupação com os recentes testes nucleares norte-coreanos.
"Os episódios dos últimos dias dão concretude a temores que parecem ter ficado nos livros de história. Hoje, [é importante] encontrar saída diplomática para a situação tão grave. Em perspectiva mais abrangente e de mais longo prazo, o desarmamento nuclear é a garantia mais eficaz contra a proliferação", afirmou.
"O Brasil esteve na origem do Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares, adotado em julho. Assinaremos o instrumento ainda este mês, em Nova York. Trata-se de mais uma conquista real do multilateralismo", acrescentou Temer.
Seul reage a teste nuclear norte-coreano
01:03
No documento, os presidentes também condenaram os ataques terroristas em todas as suas formas e pediram que todas as nações adotem medidas de combate ao terrorismo, incluindo a prevenção ao recrutamento de pessoas e o bloqueio de fontes de financiamento como as oriundas de crime organizado e lavagem de dinheiro.
Na declaração conjunta, os líderes do Brics ainda sublinharam a necessidade do livre comércio. "Destacamos a importância de uma economia mundial aberta e inclusiva, que permita que todos os países e povos se beneficiem das vantagens da globalização", ressalta o texto.
Devido às tendências protecionistas da política do presidente dos EUA, Donald Trump, a ameaça ao livre comércio foi um dos temas de destaque no encontro. Além disso, foram discutidas a ampliação da cooperação entre os países-membros do Brics e a melhoria do crescimento econômico.
Além de Temer, participam da cúpula de Xiamen os presidentes de China, Xi Jinping; Rússia, Vladimir Putin; África do Sul, Jacob Zuma; e o premiê indiano, Narendra Modi.
Antes do encerramento do evento anual, com duração de três dias, haverá uma reunião nesta terça-feira para uma rodada de consultas ampliadas. Também na terça-feira, o encontro inclui conversas com os líderes de Egito, Guiné, México, Tajiquistão e Tailândia, que foram convidados no âmbito do processo Brics Plus.
MD/efe/dpa/abr
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Pyongyang prometeu responder a qualquer provocação militar após EUA sinalizarem disposição de agir contra o regime. Qual a real força desse Exército que desafia potências internacionais?
Foto: Reuters/S. Sagolj
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Foto: picture-alliance/dpa
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Foto: Gettty Images/AFP/E. Jones
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Foto: Reuters/K. Hong-Ji
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Foto: Reuters/KCNA
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA.