Brinquedo sexual é confundido com "granada" na Alemanha
27 de abril de 2021
Esquadrão antibombas foi acionado para desarmar objeto com formato de granada de mão encontrado numa floresta. Mas "explosivo" na realidade era brinquedo sexual de borracha.
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Um esquadrão antibombas foi acionado na Alemanha para desarmar um explosivo que seria da época da Segunda Guerra Mundial. No entanto, a situação não passou de um mal-entendido: na verdade, o explosivo era um brinquedo sexual em formato de granada de mão.
Na segunda-feira (26/04), uma mulher que praticava jogging encontrou o brinquedo sexual no gramado de uma floresta na cidade de Sonnen, na Baviera. A "granada" estava em uma bolsa transparente com vários objetos, informou a polícia nesta terça-feira.
Um esquadrão foi acionado para o "descarte de explosivos perigosos". Porém, em vez de um explosivo, a equipe encontrou apenas preservativos e lubrificante, além de uma falsa granada de borracha.
"A pesquisa na internet confirmou a suspeita. Na verdade, existem brinquedos sexuais na forma de granadas de mão. E era disso que se tratava aqui", disse a polícia.
De acordo com um porta-voz da polícia, provavelmente alguém queria descartar os objetos sem jogá-los no lixo e, por isso, os deixou na floresta.
Mais de 75 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão e não é incomum encontrá-los. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições. Muitas vezes, é preciso evacuar bairros inteiros para desarmar as bombas.
A maior evacuação do tipo desde 1945 ocorreu em setembro de 2017, em Frankfurt, onde foi encontrada uma enorme bomba britânica com uma carga explosiva de 1,4 tonelada. Cerca de 60 mil habitantes tiveram que deixar suas casas.
Em abril de 2020, uma bomba aérea de 500 quilosfoi descoberta durante trabalhos de construção diante de um prédio do Hospital Universitário de Bonn, forçando a evacuação de várias pessoas, entre elas cerca de 380 pacientes, alguns com covid-19.
Os dois artefatos – uma bomba americana e uma britânica – que pesavam 250 quilos cada foram descobertos no distrito hospitalar da cidade.
Em 2015, na mesma cidade, uma bomba não detonada de 250 quilos, de origem britânica, foi encontrada perto do estádio do Borussia Dortmund, o Signal Iduna Park. Tanto o estádio quanto um espaço destinado aos torcedores, o BVB-Fan World, foram evacuados até que o artefato fosse desativado.
Em agosto de 2017, o aeroporto de Tegel, em Berlim, teve que ser fechado temporariamente para a remoção de uma bomba de cem quilos.
Em junho de 2019, uma bomba americana de 100 quilos foi desativada no centro de Berlim, perto da icônica Alexanderplatz. Cerca de 3 mil pessoas foram evacuadas e um perímetro de segurança de 300 metros foi estabelecido.
Também não é incomum que frequentadores das praias no norte do país encontrem fragmentos de antigas bombas de fósforo, que podem ser confundidas com pedras de âmbar, uma resina fóssil usada na fabricação de joias.
Também não é incomum a polícia ter que lidar com antigas granadas. Em 2009, um cachorro desenterrou uma antiga granada da Segunda Guerra no Vale de Neandertal, no oeste da Alemanha.
Em 2017, um octogenário do sul da Alemanha alertou autoridades sobre suposto explosivo em seu quintal, mas policiais concluíram que se tratava de alarme falso. O objeto não passava de uma abobrinha de cinco quilos.
le (dpa, ots)
Bombas da 2ª Guerra descobertas na Alemanha
Mais de 70 anos após o conflito mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt
Caos no coração de Berlim
Uma bomba da Segunda Guerra Mundial provocou caos na movimentada região em torno da estação central de Berlim em 20 de abril de 2018. O artefato de 500 quilos foi encontrado por trabalhadores de uma construção na área. Cerca de dez mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A estação ferroviária e partes do centro da cidade foram bloqueadas e evacuadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Berlin
Megaoperação em Frankfurt
A maior operação para o desarmamento de uma bomba da Segunda Guerra Mundial na Alemanha ocorreu em Frankfurt. Mais de 60 mil pessoas – cerca de 8% da população da cidade – foram obrigadas a deixar suas casas em 3 de setembro de 2017. Muitos aproveitaram o tempo em museus ou foram ao centro de exposições da cidade, onde comida e sofás foram disponibilizados.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold
Outras grandes cidades
Em maio de 2017, cerca de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Hannover para que especialistas desativassem ao menos cinco bombas encontradas numa obra. Dois meses antes, em Düsseldorf (foto), a descoberta de um artefato de 500 quilos levou à retirada de 8 mil moradores.
Foto: picture alliance/dpa/R.Weihrauch
Uma bomba no Natal
Em 2016, especialistas em Augsburg, no sul da Alemanha, precisaram agir em pleno Natal para desarmar uma bomba de quase duas toneladas. Após 12 horas de muito trabalho, o artefato foi neutralizado, e as cerca de 54 mil pessoas retiradas de suas residências puderam retornar.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Em último caso, explodir
Em agosto de 2012, uma bomba aérea americana da Segunda Guerra precisou ser detonada em Munique, após falharem as tentativas de desativar o artefato de 250 quilos. As ondas de choque causadas pela explosão assistida destruíram fachadas e quebraram janelas. O mesmo ocorreu em 2017 em Oranienburg, no estado de Brandemburgo, que possui a maior concentração de bombas enterradas em solo alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Trabalho arriscado
Em meados de 2010, no meio do processo de desarmar uma bomba em Göttingen, na Baixa Saxônia, o artefato acabou explodindo acidentalmente. Três especialistas morreram, e várias pessoas ficaram feridas. Anos antes, a detonação acidental de uma bomba aérea também deixou mortos na pequena cidade de Wetzlar. Apesar de raros, incidentes desse tipo já mataram 11 peritos desde 2000.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Decker
Munição no fundo do mar
Artefatos explosivos da Segunda Guerra, como bombas e granadas, estão também no Mar Báltico, no Mar do Norte e em águas continentais da Alemanha. Estima-se que 1,5 milhão de toneladas dessas munições sigam debaixo d'água. Muitas foram despejadas pelos próprios alemães durante a guerra para que não caíssem nas mãos dos Aliados; outras foram jogadas no mar a mando das forças vitoriosas.
Alvo de muitos ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, Koblenz viu várias bombas serem desarmadas ao longo dos últimos anos. Os residentes da cidade precisaram deixar suas casas em 1999, 2011 e 2015 para que peritos pudessem fazer seu trabalho. Em dezembro de 2011, a desativação e detonação de uma série de artefatos no rio Reno levou à retirada de 45 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen
Grande evacuação em Ludwigshafen
Em 1997, uma mina aérea britânica de quatro toneladas foi encontrada na cidade de Ludwigshafen, ao sul de Frankfurt. A desativação do explosivo levou à maior evacuação da história pós-guerra até aquela época: 26 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.