Em 2020 completam-se 250 anos do nascimento de Beethoven. Importantes entidades alemãs preparam um megaevento de âmbito nacional, com a DW como parceira de mídia. Foco são os primeiros anos do compositor, em Bonn.
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Ludwig van Beethoven (1770-1827) é, sem dúvida, um superstar entre os compositores de música erudita. Suas obras são mais executadas do que as de qualquer outro músico clássico, com a Nona sinfonia – ou pelo menos o coral do movimento final, a Ode à Alegria – no topo das paradas de sucesso.
Em 2020, então, quando se comemoram os 250 anos de seu nascimento, o som beethoveniano deverá estar mais presente do que nunca. Os planos para as festividades já estão a pleno vapor, especialmente na cidade natal, a renana Bonn, no oeste da Alemanha.
"Beethoven está muito vivo, sua música une muita gente porque ele é tocado e adorado por todo o mundo", afirmou nesta terça-feira (12/07) a ministra alemã da Cultura, Monika Grütters, ao apresentar o logotipo oficial e o novo site para o jubileu do compositor.
A apresentação transcorreu na representação em Berlim do estado da Renânia do Norte-Vestfália, que promove esse projeto cultural de grande escala juntamente com o governo federal e a municipalidade de Bonn.
Beethoven antes de Viena
Vida de Beethoven vira batalha de Break
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Grütters parte do princípio que "o ano Beethoven 2020 certamente trará eventos musicais que ultrapassarão todas as fronteiras". "A música de Beethoven é a acepção da humanidade. O último movimento da Nona sinfonia se transformou no hino da União Europeia. O manuscrito da Nona conta entre os documentos do Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco", salientou.
Também Malte Boecker, diretor da casa de nascimento, a secretária de Cultura da Renânia do Norte-Vestfália, Christina Kampmann, o prefeito de Bonn, Ashok-Alexander Sridharan, e a diretora-geral do Beethovenfest, Nike Wagner, apresentaram em Berlim planos detalhados para o ano de homenagens, projetado como um evento cultural de âmbito nacional.
A abertura do jubileu será em 16 de dezembro de 2019, e as comemorações se estenderão até 17 de dezembro de 2020, dia em que, 250 anos antes, Beethoven foi batizado. O foco serão os primeiros anos em Bonn – na vida do compositor que aos 22 anos se mudou para Viena e lá passou seus anos de maturidade criativa e onde permaneceu até a morte.
BTHVN 2020
Em "BTHVN 2020", a exclusão das vogais confere ao nome célebre um toque contemporâneo, numa época de abreviaturas e hashtags. No entanto, a versão partiu do próprio músico, que assinou assim algumas de suas composições. "Para Beethoven, era uma questão de economia: ele simplesmente não tinha vontade de ficar assinando sempre o nome inteiro", especula Boecker, da Beethovenhaus.
"Beethoven é uma verdadeira marca", comenta Uwe Hecker, diretor da agência de publicidade Jung von Matt, que desenvolveu o logo para o ano de jubileu. "Achamos importante lhe dar uma imagem bem moderna."
BTHVN 2020 é agora uma marca registrada que já foi testada no mundo inteiro: da China à Polônia, não houve quem deixasse de decifrar imediatamente o nome do compositor. Por trás das letras garrafais, vislumbra-se um dos mais famosos retratos de Beethoven, da autoria de Karl Joseph Stieler.
Parceira de mídia no ano de jubileu, a DW apresentou em Berlim um vídeo sobre a criação do logo oficial. No portal de internet BTHVN2020.de (no momento apenas em alemão), os interessados também podem se informar sobre o estado atual dos preparativos para 2020. O site é, ainda, concebido como uma plataforma onde quem quiser pode contribuir com ideias.
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Beethoven: de revolucionário a ícone pop
Poucos compositores foram tantas vezes modelo para artistas plásticos quanto Beethoven. Desde retratos de contemporâneos seus até a pop art de Warhol, as inúmeras visões do músico testemunham uma popularidade universal.
Foto: picture alliance/H. Lohmeyer/Joker
Cabeleira carismática
Olhar sério, expressão ligeiramente severa, juba de leão: poucos compositores ostentam uma imagem tão popular como a do alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827). <br>No entanto, foram sobretudo os retratos do fim de vida que fixaram essa imagem de artista revolucionário, combativo e difícil. <br><br>
Foto: AP
Conquistando Viena
Nesta miniatura de 1803, da autoria de Christian Hornemann, o jovem músico dá uma impressão enérgica, sublinhada pela ponta de um sorriso. Na época, Beethoven acabara de angariar o apoio de alguns dos mais influentes mecenas da nobreza vienense.
Visita ao príncipe
Até ambos se desentenderem, um dos primeiros benfeitores do compositor foi o príncipe Carl von Lichnowsky. Datado de 1900, o quadro "Beethoven toca na casa de Lichnowsky", de Julius Schmid, parece já antecipar a desavença entre o nobre e o voluntarioso artista.
Foto: picture-alliance/akg-images
Orgulho e autoconfiança
Em 1812, na cidade de Teplice, Boêmia (hoje República Tcheca), Beethoven se encontrou com Johann Wolfgang von Goethe. É lá que ocorreu o lendário e escandaloso "passeio": enquanto o autor se curvava respeitosamente diante de um príncipe, o compositor passou direto, de cabeça erguida. Pelo menos foi assim que Carl Rohling imaginou a revolucionária cena, seis décadas após a morte do músico.
Foto: Wikipedia public domain
Música e revolução
Beethoven não trilhou apenas caminhos musicais inéditos, mas também se deixou inflamar pelas ideias da Revolução Francesa. Nesta pintura de 1804, Willibrord Joseph Mähler o retratou portando uma lira diante do Templo de Apolo. Seu gesto peremptório parece indicar o desejo de inovação.
Foto: picture-alliance/ dpa
Marca registrada
Não há dúvida: Ludwig van Beethoven foi um dos artistas mais populares de seu tempo. Prova disso são os relativamente numerosos retratos que chegaram até nós. Um dos mais conhecidos é este de 1820, em que Joseph Karl Stieler o apresenta com a partitura da "Missa Solene" na mão.
Foto: CC
Variante pop
Comparado a seus colegas pintores, Stieler retratou Beethoven de forma mais idealizada, não tanto realista. Mais tarde, o quadro a óleo serviria de modelo para gravuras, onde os contornos eram naturalmente enfatizados. E certamente não foi por acaso que o norte-americano Andy Warhol escolheu justamente esse retrato para suas manipulações no estilo da pop art.
Foto: AP/The Andy Warhol Museum
Motivo de street art
Também em Bonn, cidade natal do artista, há uma série de variações do quadro de Stieler. Seja como escultura em pedra, diante da Beethovenhalle, seja como afresco, ou – bem próximo à casa onde nasceu e que hoje é um museu – como grafite no muro de uma residência.
Foto: DW
Cada nota, uma luta
Só após a morte de Beethoven, em 1827, a posteridade ficou sabendo que a criação musical não era para ele uma tarefa simples. Relatos de contemporâneos que o vivenciaram no ato de compor influenciaram a imagem do maestro enredado na luta implacável e incondicional pela obra perfeita. Como neste quadro de Carl Schlösser, feito por volta de 1890.
Foto: picture-alliance / akg-images
Gênio e loucura
As geniais obras beethovenianas deixavam perplexos seus contemporâneos. Para as gerações subsequentes de compositores, por outro lado, elas se impuseram como modelo e parâmetro difícil de superar. Talvez por isso pareça quase demoníaca esta visão de Hermann Torggler, criada em 1902 a partir da máscara mortuária do compositor.
Foto: ullstein bild - Lombard
Ícone pop
Pouquíssimos compositores eruditos são tão conhecidos hoje no mundo inteiro como Ludwig van Beethoven – e não só graças à indefectível bagatela para piano "Para Elise"! A biografia do músico foi dramatizada várias vezes para o cinema, e até mesmo transformada em desenho animado (foto) e história em quadrinhos.