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Bundesliga adota tecnologia da linha do gol

4 de dezembro de 2014

Depois da liga inglesa, clubes da primeira divisão do futebol alemão também aprovam auxílio tecnológico que determina se a bola entrou ou não. Sistema será o "Hawk-Eye" e começará a ser usado na próxima temporada.

Brasileiro Dante, do Bayern de Munique, evitou (ou não) o gol do Dortmund na final da Copa da Alemanha de 2014Foto: Reuters

Depois da introdução do spray para demarcação de barreiras, há cerca de dois meses, a entidade que organiza o Campeonato Alemão decidiu, nesta quinta-feira (04/12), pelo uso da tecnologia da linha do gol.

Em votação fechada realizada em Frankfurt, 15 dos 18 clubes da primeira divisão votaram a favor e três contra, atingindo assim a maioria necessária de dois terços. O sistema escolhido para os próximos três anos foi o chamado "Hawk-Eye" e será usado a partir da temporada 2015/2016, apenas na primeira divisão.

De acordo com Andreas Rettig, diretor-executivo Liga Alemã de Futebol (DFL), os custos devem ficar em torno dos 8 mil euros por jogo. Cada clube terá que desembolsar 135 mil por temporada.

Os três clubes contrários foram o Eintracht Frankfurt, o novato Paderborn e o Augsburg. "Isso [tecnologia da linha do gol] é besteira, porque foi pouco pensado. Sou um defensor da prova de vídeo", disse o presidente do Augsburg, Klaus Hoffmann.

Desde a temporada passada, cresciam os apelos de profissionais e da imprensa esportiva alemã pela introdução da tecnologia da linha do gol, sobretudo após uma série de lances polêmicos.

A dúvida persiste até hoje: entrou ou não a bola do inglês Geoff Hurst na final contra a Alemanha na Copa de 1966?Foto: picture-alliance/ dpa

Em agosto de 2013, um gol legítimo do atacante Kevin Volland, do Hoffenheim, foi anulado. Dois meses depois, numa nova decisão contra o clube, uma bola cabeceada por Stefan Kiessling, do Bayer Leverkusen, entrou pelo lado de fora da rede, mas o árbitro assinalou o gol.

O auge da discussão foi a final da Copa da Alemanha, em maio deste ano. Segundo a arbitragem, o zagueiro brasileiro Dante conseguiu evitar, antes da linha, o gol de Mats Hummels, do Borussia Dortmund. A decisão errada levou a partida à prorrogação, e o Bayern de Munique foi campeão vencendo por 2 a 0.

Liga inglesa já utiliza tecnologia

Justamente o beneficiado Bayern de Munique, logo após a final, entrou com o requerimento para a introdução da tecnologia. A dúvida era apenas qual das três opções no mercado a Bundesliga deveria adotar: Hawk-Eye, GoalControl ou Goal Ref.

Tanto Goal Ref quanto GoalControl são tecnologias alemãs. A primeira foi usada no Mundial de clubes de 2012, no Japão; e a segunda, na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014, ambas no Brasil. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci, na partida França contra Honduras, foi o primeiro a se apoiar na tecnologia em um Mundial.

No Mundial da África do Sul, em 2010, novamente entre Alemanha e Inglaterra, a arbitragem não viu este gol de Lampard em NeuerFoto: picture-alliance/dpa

Mas curiosamente a Bundesliga optou pela tecnologia britânica "Hawk-Eye", que já é usada em competições de tênis, críquete e, há duas temporadas, na primeira divisão do futebol inglês. O sistema consiste em sete câmeras direcionadas para cada gol e que conseguem determinar com uma precisão de 5 milímetros a localização exata da bola.

Em caso de gol, o sistema alerta o árbitro em apenas um segundo. O relógio em seu pulso vibra, pisca e emite um sinal sonoro para os fones de ouvido. Até aqui, o sistema tem se mostrado infalível.

Além da Inglaterra, apenas a Holanda também faz uso de apoio tecnológico no futebol. Na Eredivisie, a primeira divisão no país, um quinto árbitro fica observando as imagens da televisão e, em casos polêmicos como impedimento, atitudes antidesportivas e gols, ele entra em contato via rádio com o árbitro em campo.

A intervenção vai muito além da tecnologia da linha do gol e é uma espécie de "prova de imagem", como é feito no hóquei no gelo e no futebol americano.

PV/dpa/afp/rtr