Nas partidas desta terça e quarta-feira, jogadores farão minuto de silêncio e usarão uma braçadeira preta, em luto. Entidades esportivas e ídolos nacionais demonstraram solidariedade nas redes sociais.
"Com esta homenagem, gostaríamos de mostrar a nossa solidariedade com as vítimas e também com os cidadãos da nossa capital", afirmou o presidente da Liga Alemã de Futebol (DFL), Reinhard Rauball, que se disse abalado com a tragédia em Berlim.
O representante da DFL disse ainda que "a compaixão do futebol profissional se aplica aos sobreviventes, bem como às numerosas vítimas feridas, para quem que desejamos uma rápida recuperação".
Nesta terça-feira, as partidas acontecem em quatro cidades: Dortmund, Mönchengladbach, Frankfurt e Hamburgo. Outras cinco partidas serão realizadas nesta quarta-feira, uma delas no estádio olímpico de Berlim, a sete quilômetros de onde ocorreu o atentado no mercado de Natal.
A polícia afirmou que reforçaria a segurança nos locais de jogos, em especial na partida desta terça-feira entre o Eintracht Frankfurt e o Mainz, em Frankfurt. "Consideramos a situação de ameaça e aumentaremos a presença [de policiais], alguns equipados com metralhadoras, o que não é usual", informou um porta-voz da polícia à agência de notícias AFP.
Atentado gera comoção no esporte
O mundo do esporte se mostrou "unido" na Alemanha e ao mesmo tempo "chocado" com os últimos acontecimentos na capital do país. Diversas entidades esportivas e ídolos nacionais se manifestaram por meio das redes sociais, expressando condolências às vítimas.
No Twitter, o Comitê Olímpico Alemão disse: "Estamos atordoados e tristes. Nossos pensamentos estão com as vítimas, familiares e feridos #Breitscheidplatz #Berlin".
O campeão da Formula 1 Nico Rosberg escreveu no seu perfil do Twitter que os seus "pensamentos estão com as famílias e os amigos das vítimas".
O bicampeão mundial de golfe Martin Kaymer fez um apelo: "Palavras não podem mais descrever o mundo em que vivemos. Não apenas reze por Berlim, reze também pelo mundo."
Em sua página no Facebook, os organizadores da maratona de Berlim disseram que "estão profundamente tristes com o terrível acontecimento num mercado de Natal de Berlim". "Nossos pensamentos e orações estão com os familiares daqueles que foram mortos, e esperamos que os feridos tenham uma rápida recuperação", concluíram.
TMS/afp/dpa/lusa
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.