Futebol é um dos maiores geradores de emprego da Alemanha, com 110 mil pessoas trabalhando em tempo integral. Evento é avaliado em quase 8 bilhões de euros, mas crescer mais do que isso é uma tarefa complicada.
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Uma pesquisa divulgada recentemente pela consultoria McKinsey mostra que o Campeonato Alemão impulsiona consideravelmente o mercado de trabalho do país. Por causa da Bundesliga, 110 mil pessoas trabalham em tempo integral – se comparada com empresas que detêm ações na Bolsa de Frankfurt, o número coloca o evento esportivo como o quarto maior empregador privado alemão.
"O futebol alemão está se desenvolvendo bastante não só do ponto de vista esportivo, mas também no âmbito econômico", afirma Thomas Netzer, autor do estudo e diretor da McKinsey em Colônia, em entrevista à agência de notícias DPA.
Dados da temporada 2013/14 mostram que o campeonato vale hoje 7,9 bilhões de euros – 50% a mais que os números divulgados no estudo anterior, realizado há cinco anos. Contudo, a Bundesliga tem uma participação bem menor na economia em comparação com empresas de setores mais importantes, como a indústria automobilística. Juntos, os 56 maiores clubes das três principais divisões do futebol local foram responsáveis por apenas 0,3% do crescimento do PIB alemão registrado em 2014.
No país, contudo, o futebol profissional tem mostrado uma expansão mais rápida que de outros setores. Com uma taxa anual de 6,1%, o esporte mais popular do mundo cresce mais que a engenharia automotiva, os serviços de TI e até mesmo o PIB. "O setor tem sido um verdadeiro motor de crescimento", diz Netzer.
Limitações
Os lucros com o aumento das vendas beneficiam tanto os torcedores quanto o setor público. A Liga de Futebol Alemã (DFL), responsável pela organização da primeira e segunda divisões, gera anualmente 2,3 bilhões de euros em impostos e seguro social – o que inclui, por exemplo, gastos adicionais do governo com segurança e transporte público em dias de jogos.
Porém, o Campeonato Alemão dificilmente se tornará um líder na economia do país, já que sobra pouco espaço para alcançar uma taxa de expansão maior que atual. As três divisões têm um número de limite de 600 jogos, o que corresponde a 900 horas de futebol.
Vendas de ingressos e patrocínio são bons negócios, mas estão chegando ao limite. Normalmente, os estádios utilizados na Bundesliga atingem 90% da capacidade – 5% a menos que a média da Premier League inglesa.
De acordo com Netzer, um crescimento de 35% poderia ser atingido até 2020, impulsionado pelo merchandising, direitos de transmissão para TV e patrocínio. Porém, outras medidas, como o aumento do preço dos ingressos, poderiam colocar em risco o principal alicerce do Campeonato Alemão: os torcedores.
Um time de contratações na Bundesliga
O que "Bacon", o Rei Artur e um Maserati camuflado têm a ver com o Campeonato Alemão? Selecionamos as 11 contratações mais importantes desta temporada, que movimentaram dezenas de milhões de euros.
Foto: Getty Images/AFP/Yamanaka
Arturo Vidal
"Rei Arturo" e "guerreiro" são apenas alguns dos apelidos que o chileno recebeu nos últimos anos. Muitas também são as tatuagens do meia – entre elas, o logotipo do Homem-Aranha. Para contar com isso, o Bayern pagou 37 milhões de euros à Juventus. Campeão da Copa América deste ano, o chileno deverá atuar no lugar de Bastian Schweinsteiger, que foi para o Manchester United.
Foto: Getty Images/AFP/C. Stache
Douglas Costa
Convocado por Dunga para a Copa América, o meia criado nas categorias de base do Grêmio se transferiu aos 19 anos para a Ucrânia, onde ficou cinco anos. A velocidade do brasileiro chamou a atenção do Bayern, que resolveu desembolsar 30 milhões para sua contratação. Douglas é uma boa opção para a equipe caso os craques Franck Ribéry e Arjen Robben se machuquem – o que tem acontecido frequentemente.
Foto: picture-alliance/dpa/Imaginechina
Kevin Kuranyi
Naturalizado alemão, o centroavante nascido no Rio foi vice-campeão da Eurocopa de 2008. No mesmo ano, após não ter sido relacionado para um jogo de Eliminatórias pelo técnico Joachim Löw, ele abandonou a delegação e nunca mais voltou à seleção. Em 2010, o atacante acabou deixando o país para jogar no Dynamo de Moscou. Agora, aos 33, ele retorna à Alemanha para vestir a camisa do Hoffenheim.
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Piotr Trochowski
Depois de uma briga judicial com o Sevilla, que se estendeu por um ano, o polonês naturalizado alemão pode se preparar para voltar aos gramados. Contratado pelo Augsburg, contudo, o ex-jogador da seleção alemã terá de esperar mais um pouco. Lesionado na pré-temporada, o meia terá de se esforçar para entrar em campo a tempo de mostrar serviço – seu contrato dura apenas 12 meses.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Naupold
Christoph Kramer
De volta ao Bayer Leverkusen depois de dois anos emprestado, o volante ficou conhecido por protagonizar dois fatos curiosos. O primeiro foi um gol contra, quando ainda jogava pelo Borussia Mönchengladbach, marcado num belo chute a 40 metros de distância. O segundo foi na final da Copa, no Rio de Janeiro, quando bateu a cabeça e simplesmente se esqueceu que era decisão de Mundial.
Foto: picture-alliance/Schwörer Pressefoto
Max Kruse
Protagonista de um comercial televisivo, dono de um Maserati camuflado e jogador profissional de pôquer, o atacante teria vários motivos para perder a concentração dentro de campo. Contudo, com 11 gols marcados pelo Mönchengladbach na temporada passada, o jogador é uma das apostas para o Wolfsburg, que quer repetir a boa campanha que levou o time ao título inédito da Copa da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Simka
Franco di Santo
Depois de dois anos no Werder Bremen, o argentino de 26 anos chega como destaque do Schalke para a temporada. O atacante, que apareceu ainda jovem no Audax Italiano, do Chile, marcou 17 gols em 49 jogos pelo Bremen. Em 2014, ele chegou a fazer parte da pré-convocação do argentino Alejandro Sabella para a Copa do Mundo, mas acabou ficando de fora da campanha do vice-campeonato.
Foto: Joern Pollex/Bongarts/Getty Images
Gonzalo Castro
O nome engana, mas Gonzalo Castro é mesmo alemão. Nascido em Wuppertal, o filho de espanhóis foi formado nas categorias de base do Bayer Leverkusen, tem passagens pela seleção de Joachim Löw e chega agora, aos 26 anos, ao Borussia Dortmund. Mas não confunda o volante com o homônimo, que joga pelo Real Sociedad – este, sim, uruguaio de nascença.
Foto: imago/Chai v.d. Laage
Johannes Geis
Depois de passar por várias seleções de base, o volante de bom passe integra agora a equipe sub-21 da Alemanha, com a qual chegou às semifinais na Eurocopa da categoria. Titular do Mainz na temporada passada, o jogador é a aposta do Schalke para a Bundesliga deste ano.
Foto: picture-alliance/dpa/Revierfoto
Aron Jóhansson
Por causa da semelhança com o ator Kevin Bacon, o atacante só é chamado de "Bacon" pelos colegas. Nascido nos Estados Unidos, mas filho de islandeses, Jóhansson chegou a atuar pela seleção de base da Islândia. Porém, com o sinal positivo do técnico Jürgen Klinsmann, o atacante se decidiu pelos americanos. Agora, ele chega no Werder Bremen para o lugar de Franco di Santo.
Foto: picture-alliance/dpa/Carmen Jaspersen
Roman Bürki
Aos 24 anos, o suíço vai jogar pelo sexto clube como profissional. Na temporada passada, o goleiro não conseguiu evitar a queda do seu ex-time, o Freiburg. Agora no Borussia Dortmund, Bürki terá outro desafio: vencer a concorrência com o titular Weidenfeller.