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Oriente Médio

(as)20 de setembro de 2006

Tropas alemãs assumirão o comando de uma missão marítima que vigiará a costa libanesa com o objetivo de impedir o contrabando de armas para as milícias do Hisbolá.

Fragatas sairão do porto de Wilhelmshaven e deverão chegar ao Líbano em dez diasFoto: AP

Com 442 votos a favor, 152 contra e cinco abstenções, o Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) aprovou nesta quarta-feira (20/09) o envio de até 2,4 mil soldados ao Líbano, no âmbito da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul).

A Alemanha assumirá o comando da missão militar multinacional, cuja tarefa será vigiar a costa do Líbano para evitar o contrabando de armas ao Hisbolá. Além da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Holanda e Suécia participam da missão. É a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que soldados alemães serão enviados ao Oriente Médio.

A chanceler federal Angela Merkel saudou a decisão e afirmou que ela tem "uma dimensão histórica". Segundo ela, o desejo manifestado pelo governo israelense, que afirmou ser a favor da participação alemã, é um sinal de confiança que deve ser considerado com seriedade. Ela também rebateu críticas de que a Alemanha estaria deixando de lado sua neutralidade na questão. A chefe de governo lembrou que desde 1949 a Alemanha nunca teria sido neutra em sua política de segurança e de relações exteriores.

Angela Merkel saudou a decisãoFoto: AP

O embaixador de Israel na Alemanha, Shimon Stein, também saudou o envio das tropas alemãs ao Líbano, mas alertou para o que chamou de "expectativas exageradas". Segundo declarações dadas por ele ao diário Saarbrücker Zeitung, a Alemanha age dentro de seus interesses nacionais, auxiliando no cumprimento de uma resolução da ONU. "Soldados alemães não irão defender o direito de existência de Israel", salientou.

Missão

Os primeiros navios da Marinha alemã deverão partir nesta quinta-feira do porto de Wilhelmshaven, no Norte da Alemanha, e chegar ao Líbano em dez dias.

Do total de 2,4 mil militares, 1,5 mil participarão da vigilância da costa libanesa, principal tarefa alemã no país. Outros 400 soldados comandarão a missão marítima e também fornecerão apoio logístico. Cem militares alemães se ocuparão do transporte aéreo e outros cem auxiliarão no treinamento de militares libaneses.

Há ainda 300 militares que formam uma tropa de reserva. As Forças Armadas alemãs enviarão também oito navios ao Líbano, entre eles as fragatas Mecklenburg-Vorpommern e Karlsruhe e o navio de abastecimento Frankfurt am Main.

Custos

Maioria dos parlamentares aprovou o envioFoto: AP

O custo previsto da missão para os cofres do governo alemão é de cerca de 46 milhões de euros em 2006 e de 147 milhões de euros em 2007, segundo cálculos do ministro da Defesa, Franz Josef Jung. O mandato da missão se encerrará em 31 de agosto de 2007, mas poderá ser prorrogado pelas Nações Unidas.

Com a decisão do Bundestag, a Alemanha passa a ser o país com o segundo maior contigente militar no Líbano, atrás apenas da Itália, que enviou 3 mil soldados para as tropas da Finul, e à frente da França, cujas tropas somam 2 mil militares.

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