E-mail enviado para políticos e mídia lituanos afirma que soldados alemães teriam estuprado uma menor de idade. Segundo Otan, ataque veio da Rússia e tem objetivo de prejudicar missão militar.
Anúncio
Soldados da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) estacionados na Lituânia estão sendo alvo de notícias falsas sobre um suposto estupro. Há alguns dias, e-mails foram enviados para políticos e meios de comunicação lituanos afirmando que militares teriam estuprado uma menor de idade, disse um porta-voz do ministério da Defesa nesta quinta-feira (16/02) em Berlim.
Segundo a revista Der Spiegel, este é mais um exemplo da difusão de notícias falsas pela Rússia, com o objetivo de atacar e desmoralizar as Forças Armadas alemãs e a Otan, que estão estacionados na Lituânia há algumas semanas.
O método usado é muito parecido com o de um outro caso em 2016, quando a mídia da Rússia noticiou por vários dias que refugiados teriam estuprado uma jovem teuto-russa em Berlim, e que as autoridades alemãs não teriam tomado providências. Mais tarde comprovou-se que o estupro nunca havia acontecido.
De acordo com o Ministério da Defesa alemão, um e-mail foi enviado em 14 de fevereiro para o presidente do Parlamento e veículos de comunicação da Lituânia afirmando que soldados alemães em uniformes teriam estuprado uma jovem cinco dias antes na localidade de Jonava. Segundo a Spiegel, alguns meios de comunicação do país abordaram o tema, e o governo lituano desmentiu o incidente.
Um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que o presidente do Parlamento repassou o caso à polícia e aos ministérios lituanos competentes, além dos militares alemães na Lituânia. "Conforme é de nosso conhecimento, as investigações policiais lituanas revelaram que não há vítimas, eventuais testemunhas nem agressores", afirmou.
Uma primeira verificação do endereço de e-mail mostrou que ele não existe mais, acrescentou o porta-voz. As autoridades lituanas estão tentado identificar a origem do respectivo endereço de IP, e a polícia do país báltico instaurou um inquérito.
Segundo a revista, a sede da Otan em Bruxelas foi informada sobre o caso. Umm diplomata da aliança militar declarou que a ação é vista como uma tentativa da Rússia de prejudicar a operação militar na Lituânia, que começou recentemente, e de criar um clima negativo contra a Otan no país.
No contexto da presença militar reforçada no Leste da Europa, as Forças Armadas alemãs participam da ação na Lituânia com cerca de 130 soldados. Dessa forma, a aliança militar reage à anexação da Crimeia em 2014 pela Rússia e à crise no leste da Ucrânia. As ações russas haviam causado a preocupação, principalmente nos três países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), mas também na Polônia, de que Moscou poderia planejar algo semelhante também nessas nações.
FC/afp/dpa/ots
Uma cidade-fantasma nos arredores de Berlim
Há mais de duas décadas, o Exército Vermelho deixava Wünsdorf. Após a retirada das tropas, o maior aparato militar russo em solo alemão ficou abandonado. Mas o que sobrou ali? Um passeio pela cidade-fantasma.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Raias vazias
A piscina esvaziada de Wünsdorf é o símbolo da cidade-fantasma. A foto, tirada no fim de janeiro de 2017, mostra a então piscina do quartel abandonado que pertencia ao Exército Vermelho. Wünsdorf, localizada em Brandemburgo, a apenas 40 quilômetros do centro de Berlim, foi a base militar do Exército soviético na Alemanha Oriental durante a Guerra Fria.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Centro de comando
O último soldado russo deixou Wünsdorf em 9 de setembro de 1994. E não ficaram apenas casernas vazias. Wünsdorf tinha cinco centros habitacionais militares soviéticos de diferentes unidades das Forças Armadas. Eram vários prédios residenciais, pavilhões esportivos, escolas, piscinas e cinemas. Ao todo, a área tem quase três vezes o tamanho do parque Tiergarten em Berlim.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Zona restrita
As portas do antigo teatro de Wünsdorf estão fechadas. Embora o local ficasse no coração do território da República Democrática Alemã (RDA), praticamente ninguém sabia o que se passava na "cidade proibida". Cidadãos da Alemanha Oriental eram estritamente proibidos de entrar na cidade.
Foto: Getty Images/S. Gallup
As cortinas e o contraste
Até hoje há cortinas penduradas no palco do teatro de Wünsdorf – que também chegou a ser usado como um cinema. Um perceptível contraste em relação ao local originário, pois a cidade de Wünsdorf já existia antes da chegada do Exército Vermelho. No entanto, o local era apenas um vilarejo com pouco mais de três mil habitantes.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Propaganda não pode faltar
A imagem mostra um mural em frente ao quartel principal em Wünsdorf. Ao lado de referências aos êxitos soviéticos na tecnologia nuclear e espacial, há ainda essas palavras do poeta russo Alexander Pushkin: "Meu amigo, vamos dedicar ao nosso país as maiores alegrias da própria alma."
Foto: Getty Images/S. Gallup
Lênin, o vigia solitário
Até hoje o areal é vigiado pelo fundador da União Soviética. Após 12 de setembro de 1990, a estátua de Lênin ficou rapidamente solitária. Nessa data foi assinado o Tratado Dois-Mais-Quatro, entre os dois Estados alemães, além de França, Reino Unido, Estados Unidos e a União Soviética. Ele selou o fim da presença militar soviética em solo alemão.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Retorno rápido
Tinta e papel de parede estão se desprendendo nos corredores desertos e escadarias da cidade-fantasma. A saída das tropas soviéticas foi o maior recuo de um Exército em tempo de paz. E isso ocorreu incrivelmente rápido. Dentro de apenas quatro anos, 330 mil soldados, 208 mil parentes, 4.116 tanques e oito mil veículos blindados tiveram que retornar ao território russo.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Não sobrou muito
"Made in the USSR": equipamento técnico dos tempos soviéticos que ficou para trás num escritório do comando militar. Mais de 20 anos após a saída dos russos não sobrou muita coisa. A maioria do que não estava pregado foi desmontado ou surrupiado por inúmeros ladrões de metal e colecionadores de souvenires.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Sinal dos tempos
Nesta imagem: um velho mapa-múndi num escritório no quartel. Com o fim da Guerra Fria e a retirada das tropas soviéticas da Alemanha e da Europa oriental, a influência russa diminuiu na Europa. Com a anexação ilegal da Crimeia em 2015, a influência de Moscou voltou a aumentar acentuadamente nos últimos anos.