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Dos tempos dos cavaleiros medievais

Rodrigo Rodembusch28 de fevereiro de 2009

Um dos mais belos e bem preservados castelos alemães fica escondido na região do Eifel. Passar pelos portões do Burg Eltz é voltar no tempo de reis, cavaleiros e batalhas medievais.

O gigante de pedra surpreende mesmo de longeFoto: Maksim Nelioubin

A construção de castelos na Idade Média começou nos séculos 9º e 10º. Até este período, as construções eram protegidas por muros e cercas. Entretanto, a idéia de proteção a partir de muros de pedras deu novo impulso à arte de erguer castelos. É neste contexto que surgiu o Burg Eltz. Sua localização é estratégica, já que fica entre o rio Mosela, uma dos mais importantes rotas de comércio, e a região do Eifel.

O Burg Eltz, construído no topo de uma montanha, fica a 70 metros acima do nível do rio que deu nome à fortaleza (Eltz). A construção levou em consideração a geografia do terreno. Diferente de outros castelos da Alemanha, alterados com o tempo, o Eltz permanece intacto há séculos graças à diplomacia de seus proprietários, que preferiram as palavras à guerra.

Mais de 100 membros da família proprietária habitaram o EltzFoto: Maksim Nelioubin

A história completa da construção do castelo se estende por mais de 500 anos. Todos os estilos, do românico ao barroco, se fundem e formam um conjunto simétrico. No total, o que o visitante observa é um grupo de torres "residenciais" agrupadas ao redor de um pátio interno. Mais de 100 integrantes da família proprietária do castelo habitaram os mais de cem quartos.

Durante o período romântico, com o interesse voltado às coisas medievais, o conde Karl zu Eltz se ocupou em restaurar o castelo da família. O trabalho, começado em 1845, seguiu até 1888. Na restauração, a arquitetura existente foi respeitada. Um verdadeiro e genuíno trabalho de renovação e restauração. O Burg Eltz se manteve como propriedade de uma mesma família por mais de 800 anos.

Os atuais proprietários são a 33ª geração da família Eltz. Para ter acesso ao castelo, é preciso descer uma ruela, que se torna uma cansativa subida após a visita ao Eltz. E como os locais eram muito religiosos, transformaram o trecho em uma Via Crucis, com uma estação a cada 200 metros.

Parte interna do casteloFoto: DW/Kate Bowen

Visita por dentro do castelo

O tour pelo castelo é uma experiência necessária para os apreciadores da Idade Média e de diferentes estilos arquitetônicos. O salão Rübenach (Rübenacher Untersaal, em alemão) impressiona pelo teto de madeira construído no século 15. A gigantesca lareira aquecia o local no inverno. Luxo que também os quartos podiam oferecer na época, já que outras 39 lareiras estão espalhadas pelo castelo.

O quarto de dormir Rübenach (Rübenacher Schlafgemach) contém afrescos de 1470 e nele é possível observar os hábitos de higiene dos moradores do Burg Eltz, apesar de o cômodo também ter servido como sala de estar.

A metade dos dormitórios dispunha de latrina própria, cuja descarga funcionava através de um sistema de contenção da água da chuva. Já a sala dos Cavaleiros (Rittersaal) é a maior do castelo. Os primeiros proprietários a utilizaram como sala de refeições. Quem gosta de armadura medieval encontrará um exemplar único de 1520 e que pesa 120 quilos.

Câmara dos Tesouros

Obras de arte dos séculos 12 a 19 podem ser apreciadas na câmara dos tesouros. O espaço contém peças em prata e ouro, como a taça de Diana, que mostra a deusa da caça montada em um cervo. Um mecanismo, como de um relógio, permitia que a peça circulasse na mesa, fazendo com que os convidados não precisassem se levantar para beber.

Outra obra de arte que era usada para servir bebida retrata um homem gordo sendo carregado em um carrinho-de-mão por Baco, o deus do vinho. A coleção conta, ainda, com arcos, porcelana e facas. A visitação foi aberta ao público em 1981, após intensa reforma desde 1975.

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