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Busca por desaparecidos continua em Mariana

10 de novembro de 2015

Quatro dias após rompimento de barragens dezenas de pessoas ainda não foram localizadas. Mais de 600 estão desabrigadas. Governo de Minas Gerais suspende atividades da mineradora até esclarecimentos sobre desastre.

Foto: Reuters/R. Moraes

Quatro dias depois do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, 24 pessoas ainda estão desaparecidas, afirmaram as autoridades nesta segunda-feira (09/11). Pelo menos três pessoas morreram na tragédia.

Entre os mortos estão dois funcionários de empresas que prestavam serviço à mineradora Samarco e um homem que teve um mal súbito, após o rompimento da barragem. Outro corpo também foi encontrado a 70 quilômetros de Mariana e passa por uma perícia para identificar as causas da morte.

Cães farejados auxiliam no trabalho de buscas por desaparecidos. Os animais receberam tratamento especializado para esse tipo de ocorrência e acompanham as equipes de resgate que estão no local. Onze funcionários da mineradora e 13 moradores, incluindo cinco crianças, ainda não foram localizados.

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais anunciou também que mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas na região. A Defesa Civil trabalha para restabelecer o fornecimento de água e luz nas regiões afetadas em Mariana.

Atividades suspensas

O governo de Minas Gerais embargou nesta segunda-feira todas as atividades da mineradora Samarco na região de Mariana. Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável anunciou que a suspensão é necessária até que sejam apuradas as causas e as consequências ambientais e para a saúde do desastre.

A empresa só poderá operar a mina depois de reparar os danos causados pelo rompimento das barragens. O Ministério Público de Minas Gerais recomendou que a Samarco adote medidas para garantir o direito das vítimas, como o pagamento de um salário mínimo mensal as famílias atingidas.

A Samarco é controlada em parceria pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, que estão entre as maiores do mundo no setor. O rompimento das barragens liberou 62 milhões de metros cúbicos de lama, quantidade equivale a 24,8 mil piscinas olímpicas.

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, afirmou que a Vale e a BHP também são responsáveis pelos esforços de auxílio após o desastre. Os moradores da cidade também pedem um posicionamento da Vale sobre o rompimento das barragens.

Lama segue

O mar lama atingiu dezenas de cidades no leste do estado de Minas Gerais. O governo do Espírito Santo alertou nesta segunda-feira mais de 100 municípios sobre a enxurrada que avança pela região. A expectativa é que a lama chega ao estado na madrugada de terça-feira.

O Espírito Santo lançou ainda uma campanha para a doação de água mineral para abastecer os municípios que devem ser afetados pelo desastre.

Testes realizados na bacia hidrográfica do Rio Doce, que abaste dezenas de cidades na região, revelaram níveis de turbidez e condutividade elétrica nas águas acima do limite legal, afirmaram as autoridades. O resultado de testes de toxicidade de metais deve ficar pronto na terça-feira.

CN/afp/lusa/rtr/abr/ots

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