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Buscando final contra Brasil, Espanha e Itália repetem decisão da Eurocopa

Philip Verminnen27 de junho de 2013

Partida é quase uma reedição da decisão do torneio europeu de 2012. Para os italianos, a chance de uma revanche e, para os espanhóis, a de confirmar as previsões de uma final contra o Brasil no Maracanã.

Foto: Reuters

Em julho de 2012, Espanha e Itália disputavam no Estádio Olímpico de Kiev a final da Eurocopa. A goleada por 4 a 0 viria a ser a primeira vitória da seleção espanhola contra os italianos em competições oficiais e, ao mesmo tempo, o último confronto entre as duas nações.

Passado quase um ano, o Castelão testemunhará nesta quinta-feira (27/06) o reencontro dos últimos dois campeões mundiais. A partida não só definirá um finalista da atual edição da Copa das Confederações, mas também servirá como tira-teima entre os dois países. No histórico, Espanha e Itália estão empatados em todos os critérios possíveis: foram 27 partidas, com oito vitórias, 11 empates e 30 gols marcados para cada seleção.

Um estímulo a mais para o clima de revanche é a escalação quase idêntica das equipes em relação à final da Eurocopa. Com as contusões durante a Copa das Confederações de Mario Balotelli e Ignazio Abate, a Squadra Azzurra deverá ter três titulares diferentes da derrota em Kiev.

No lugar de “Super Mario” jogará o atacante Alberto Gilardino, que não marca um gol pela seleção italiana – tirando um amistoso neste ano contra San Marino – desde setembro de 2010. A esperança da Itália está que Gilardino consiga repetir as boas performances do Campeonato Italiano, onde marcou 13 gols pelo Bologna em 38 partidas.

Para a posição de Abate entrará, assim como contra o Japão, Christian Maggio. Além disso, Emanuele Giaccherini atua na posição que pertencia na campanha da Eurocopa a Antonio Cassano.

Entretanto, a grande preocupação do treinador Cesare Prandelli é o sistema defensivo. Notória pela defesa quase sempre intransponível, a Itália já sofreu oito gols no atual torneio. Os últimos treinamentos da Azzurra dão indícios de que Prandelli deve mudar a equipe taticamente e abdicar do clássico 4-4-2 e entrar com a formação 3-5-2.

A Espanha de Vicente del Bosque está a frente da Itália de Cesare Prandelli e é favorita no jogo do CastelãoFoto: Reuters

O treinador italiano não esquece que, na final em Kiev, escalou a equipe no 4-4-2 e perdeu completamente o meio-campo, mas na estreia na fase de grupos, quando enfrentou a mesma Espanha, atuou com cinco jogadores no centro do campo e arrancou um empate em 1 a 1.

Já pelo lado espanhol, o lema é bastante simples para o treinador Vicente del Bosque: em time que está ganhando, não se mexe. Comparada com os 11 titulares na final de 2012, a equipe espanhola deve ter apenas duas mudanças. Xabi Alonso que, por conta de uma pubalgia, foi cortado, está sendo substituído por Pedro Rodríguez.

Assim Cesc Fàbregas, que era o segundo atacante na Eurocopa, foi recuado para o meio-campo. E no lugar de David Silva, autor do primeiro gol da goleada em Kiev, Del Bosque preferiu montar a equipe com um atacante de ofício: Roberto Soldado, que anotou 24 gols em 35 partidas pelo Valência no Campeonato Espanhol.

A Copa das Confederações é o único título que falta tanto para Espanha como para a Itália. E para manter as chances de conquista, um precisa que seu ataque continue a ser avassalador e outro que sua muralha defensiva volte a funcionar. A única certeza é que o vencedor vai enfrentar o Brasil, no domingo, no Maracanã.

No último encontro entre Espanha e Itália, melhor para os espanhóis. Goleada de 4 a 0 e o título da EurocopaFoto: Getty Images

Prováveis escalações

Espanha: Iker Casillas; Álvaro Arbeloa, Gerard Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Sergio Busquets, Xavi Hernández, Cesc Fàbregas (David Silva) e Andrés Iniesta; Pedro Rodríguez e Roberto Soldado (Fernando Torres). Técnico: Vicente del Bosque.

Itália: Gianluigi Buffon; Christian Maggio, Leonardo Bonucci, Giorgio Chiellini e Andrea Barzagli; Daniele De Rossi, Antonio Candreva, Claudio Marchisio, Andrea Pirlo e Emanuele Giaccherini; Alberto Gilardino. Técnico: Cesare Prandelli.

Local

Castelão – Fortaleza

Árbitro

Howard Webb (Inglaterra), auxiliado por seus compatriotas Michael Mullarkey e Darren Cann.

Destaques

Espanha

Jordi Alba: Formado nas categorias de base do Barcelona, Jordi Alba chegou a ser dispensado no início da carreira para depois ser comprado pelo próprio Barcelona por 14 milhões de euros. O lateral-esquerdo fez 20 partidas pela seleção da Espanha e marcou quatro gols, todos em competições oficiais. Foram dois na Eurocopa de 2012, inclusive um contra a Itália na final do torneio, e outros dois gols na última partida, contra a Nigéria.

Itália

Alberto Gilardino: A fase áurea de Gilardino, é verdade, já passou e o atacante nem é destaque da Azzurra, mas tornou-se a esperança. Com a contusão de Mario Balotelli ficou nos pés de Gila empurrar a bola para o gol espanhol. Gilardino conta com a experiência de já ter feito 53 jogos pela seleção italiana e balançado as redes em 18 oportunidades, mas recentemente deixou de mostrar o velho faro de artilheiro. Nos últimos três anos, Gilardino marcou apenas uma vez para a Itália – e em um amistoso contra o pequeno San Marino.

Sem Balotelli, as esperanças de gol caem em Gilardino, que em três anos só marcou contra San MarinoFoto: AP

Retrospecto

Espanha e Itália se enfrentaram 27 vezes e, incrivelmente, estão empatados em todos os critérios. Foram oito vitórias para cada seleção e 11 empates. Números iguais também no quesito gols marcados: 30 para cada país. Em competições oficiais, foram oito partidas, com três vitórias italianas, quatro empates e uma única vitória espanhola, justamente no último confronto.

Último confronto

A final da Eurocopa, no dia primeiro de julho de 2012, em Kiev, foi palco do último jogo entre a Azzurra e a Fúria. Com gols de David Silva, Jordi Alba, Fernando Torres e Juan Mata, os espanhóis conquistaram, além da primeira vitória contra a Itália em uma competição oficial, o bicampeonato da Eurocopa.

Curiosidade

A partida no Castelão coloca frente a frente os dois últimos campeões mundiais (Itália em 2006 e Espanha em 2010) e os finalistas da última Eurocopa. E, de todos os 27 confrontos, apenas um aconteceu fora do continente europeu. Foi nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Jogando no Foxboro Stadium, em Boston, a Azzurra eliminou a Espanha, por 2 a1, com um gol de Roberto Baggio aos 43 minutos do segundo tempo. Antes haviam marcado Dino Baggio para os italianos e José Luis Caminero para a Espanha.