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Bush e Putin selam acordo de segurança nuclear

(rr)24 de fevereiro de 2005

Em Bratislava, Bush recebeu primeiro aplauso de sua viagem pela Europa e comparou ocupação do Iraque ao fim do comunismo no Leste Europeu. Ele assinou um acordo nuclear com a Rússia, mas questionou a democracia no país.

Bush e Putin se encontraram na EslováquiaFoto: AP

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, encerrou sua visita de cinco dias pela Europa nesta quinta-feira (24/02) com uma visita a Bratislava, onde se encontrou pela décima segunda vez com o presidente russo, Vladimir Putin – a primeira após assumir o segundo mandato.

Pontos centrais do encontro foram a política atômica russa, especialmente em relação ao Irã, e o desenvolvimento da democracia no país. Washington acusa Moscou de fornecer ao Irã conhecimentos técnicos para a criação da usina nuclear de Bushir, que também poderiam ser usados em um contexto militar.

Os presidentes assinaram, além disso, um acordo para conter os riscos do terrorismo nuclear, no qual a Rússia se compromete a evitar que seu material atômico caia nas mãos de terroristas. Rússia e EUA desenvolverão conjuntamente um projeto para facilitar a rápida reação em caso de ataques nucleares ou radioativos, além de um plano para evitar que outras nações enriqueçam urânio, evitando sua utilização na fabricação de armas atômicas.

Presidentes se encontraram no castelo de BratislavaFoto: AP

Estados Unidos e Rússia concordaram também quanto à necessidade de controlar a produção e a venda de mísseis de defesa aérea, que poderiam ser disparados, por exemplo, contra aviões de passageiros. Mísseis desnecessários ou supérfluos serão destruídos e sua venda a outras nações, controlada. Em contrapartida, Bush prometeu esforçar-se para que a Rússia seja incluída na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Bush criticou o desenvolvimento da democracia na Rússia, solicitando Putin a definir sua posição claramente quanto à democracia e ao Estado de Direito - que Putin mais restringe do que promove, segundo assessores de Bush. Exemplos seriam a extinção do voto direto para grande parte dos cargos públicos e o desmantelamento do conglomerado petrolífero Yukos.

Bush falou para o povo

Primeiro presidente americano a visitar o país desde a separação da antiga Tchecoslováquia há 12 anos, Bush agradeceu o governo eslovaco pelo envio de tropas ao Iraque e aproveitou para convencer a população da eficácia da invasão americana ao Iraque, que ele comparou ao fim do comunismo na antiga Tchecoslováquia. "Para o povo iraquiano, esse é o 1989 deles e eles se lembrarão de quem esteve a seu lado na luta pela liberdade."

A operação de segurança foi a maior na história da EslováquiaFoto: AP

Pela primeira vez durante a viagem e ao contrário da passagem pela Alemanha, Bush foi aplaudido pela população local. O presidente se aproximou do povo e até trocou apertos de mãos. Nos países do Leste Europeu, Bush é visto como um lutador incansável contra a opressão e pela democracia e a liberdade de opinião. Eles são gratos pela postura rígida dos Estados Unidos no combate ao comunismo nos anos da Guerra Fria.

Apenas um gesto retórico?

A reaproximação entre o Velho e o Novo Mundo se espelha de modo especial na relação entre Estados Unidos e Alemanha. Para Verica Spasovska, comentarista da Deutsche Welle, não há dúvidas de que a relação entre os parceiros tornou-se mais amigável. Agora, se ela é de fato uma relação de "amigos, parceiros e aliados com direitos iguais", nas palavras de Schröder, só ficará claro em situações de crise ou conflito.

Schröder recebeu Bush quarta-feira na base aérea de FrankfurtFoto: AP

Schröder, por exemplo, salientou o objetivo comum de manter o Irã livre de armas de destruição em massa. O que ainda não está claro é como eles pretendem atingi-lo. Os EUA insistem em manter todos as possibilidades abertas, o que inclui meios militares, lembra Spasovska.

Na verdade, diversas outras divergências continuam sem solução, como a resistência dos Estados Unidos a assinar tratados importantes, como o Protocolo de Kyoto. Além do mais, a constatação de que nunca existiram armas de destruição de massa no Iraque e a violação dos direitos humanos na prisão de Guantánamo confirmam o ceticismo diante do governo Bush.

Não é à toa que mais de dois terços da população alemã consideramo resultado da visita de Bush não mais que um gesto sem compromisso. Entretanto, seria errado ignorar os novos tons no diálogo teuto-americano. Bush certamente tinha motivos para aproximar os europeus de sua estratégia política e a Alemanha sem dúvida representa um passo importante neste sentido.

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