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Bush visita Leste alemão com Merkel

(mr)13 de julho de 2006

O presidente dos EUA aceitou o convite feito por Merkel e veio "conhecer a realidade do Leste alemão" e fortalecer os laços entre os dois países. As medidas de segurança para o encontro são controvertidas.

Bush e Merkel na cerimônia de boas vindas em StralsundFoto: AP

O presidente norte-americano, George W. Bush, desembarcou nesta quarta-feira (12/07) na cidade de Rostock, no nordeste da Alemanha, para uma viagem de dois dias pelo leste do país, na companhia da chanceler federal Angela Merkel. A visita é uma parada intermediária a caminho da Rússia, onde tanto Bush quanto Merkel participarão de reunião de cúpula do G8.

Stralsund, cidade portuária na costa do Mar BálticoFoto: picture-alliance / dpa

Durante uma visita a Washington, no início deste ano, Merkel havia convidado Bush ao estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde ela fora presidente estadual da União Democrata Cristã, de 1993 a 2000. O intuito da curta passagem pela costa do Mar Báltico é os dois líderes se conhecerem melhor, assim como mostrar ao norte-americano a "verdadeira Alemanha".

Em entrevista à rede de televisão alemã RTL, a chanceler disse que a ocasião é muito importante para Bush ver com seus próprios olhos "as mudanças e os problemas" causados pela reunificação da Alemanha, nos anos 90. O roteiro programado inclui recepção oficial na portuária Stralsund, assim como as cidades Heiligendamm e Trinwillershagen.

Interesse na biografia de Merkel

Bush e Merkel cumprimentam a multidãoFoto: picture-alliance/ dpa

Nesta quinta-feira, foi preparada uma cerimônia de boas vindas para o presidente, na cidade de Stralsund. George Bush cumprimentou a multidão sorridente e disse que o povo norte-americano sente-se honrado por poder chamar o povo alemão de "amigos e aliados". "Estados Unidos e Alemanha andam lado a lado", acrescentou.

Andreas Etges, da sede berlinense do Instituto John F. Kennedy para Estudos sobre a América do Norte, acredita que a visita do presidente seja "um sinal definitivo das melhorias no relacionamento pessoal entre ele e Merkel" e compara a relação entre os dois líderes com a entre Bush e o antigo chefe de governo da Alemanha, Gerhard Schröder, que o criticava duramente devido à guerra no Iraque. "E essa visita mostra que ele está interessado na biografia pessoal da premier alemã", completa Etges.

Bush finge comer um arenqueFoto: AP

Apesar de Bush e Merkel discordarem em certas questões, como a manutenção da prisão de Guantánamo, eles têm trabalhado em conjunto para impedir que o Irã leve seu programa nuclear adiante. De acordo com Etges, a visita mostra também que os Estados Unidos precisam da Alemanha como parceira diplomática. Desde que o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi perdeu a última eleição e Tony Blair tem perdido popularidade junto aos britânicos, Angela Merkel das principais aliadas de Bush no Velho Continente.

Nem todos estão contentes

20 milhões de euros para a segurança do presidenteFoto: picture-alliance / dpa

Autoridades de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental – governada pela coalizão dos social-democratas com o Partido da Esquerda – estão descontentes por terem que arcar com os custos das medidas de segurança, que incluem a mobilização de mais de 12 mil policiais da região.

Muitos afirmam que o governo federal deveria pagar a maior parte da quantia. O valor estimado pela ação de segurança chega a 20 milhões de euros, o que deixou indignados os moradores de Stralsund , onde a taxa de desemprego oscila entre 20% e 30%. "Essa quantia poderia ser usada para dar um novo lar a milhares de crianças", diz Eginhard Gieber, coordenador do Centro da Igreja Evangélica Sankt Nikolai.

Outros moradores estão irritados com as medidas de segurança: carros não podem estacionar no centro histórico, bicicletas não poderão ser guardadas ao ar livre, caixas de correio serão seladas e vasos de flores serão retirados das ruas.

A guerra do Iraque é um dos motivos dos protestosFoto: AP
Dos 58 mil habitantes de Stralsund, somente pouco mais de mil poderão ver o presidente, pois receberam convites e poderão circular pelo centro da cidade. Membros da associação "Não seja bem-vindo, Mr. President" planejaram campanha antibélica durante a recepção oficial. Mas, com o sistema de segurança montado, Bush não perceberá a existência de nenhum manifestante.
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